A Dios, Diego Lugano!

“Jogador do presidente”. Foi assim que Marcelo Portugal Gouvea resumiu mais uma contratação duvidosa em outro período difícil da história do São Paulo. O jovem uruguaio vinha como aposta de Juan Figger para o mercado brasileiro e, naquela época, MPG (como era conhecido nosso presidente) sofria ataques em sua gestão, vencedora por uma pequena margem de votos.

 

As ofensas dos torcedores ao mandatário não eram tão intensas como nos dias de hoje, com as redes sociais funcionando muitas vezes como muro de lamentações ou descarga de raiva acumulada com outras frustrações próprias do ser humano. Mas Marcelo, mesmo entregando totalmente o futebol para seus diretores, no fundo sabia que aquele uruguaio poderia repetir a história de muito sucesso de outros compatriotas.

 

O presidente estava certo. Aliás, ele e Figger estavam. Lugano desenhou uma carreira linda em sua primeira passagem pelo Tricolor e conquistou em campo dois dos maiores títulos do clube: a Libertadores e o Mundial de 2005. O zagueiro ganhou o mundo jogando na França, Turquia, Suécia e foi capitão de seu selecionado nos maiores eventos do planeta. Esclarecido e com a essência uruguaia, Lugano jamais deixou de lado sua paixão pelo Tricolor. Voltou para o clube após apelos durante a despedida de um de seus melhores amigos do futebol (Rogério Ceni) e mesmo não atuando foi peça fundamental no posicionamento dos treinamentos e no dia a dia do elenco. Algo muitas vezes imperceptível para o torcedor mas de valor intangível para o clube.

 

Ídolo formado pela história no São Paulo, Lugano se despede do gramado do Morumbi sem entender tamanha idolatria por parte do torcedor. Eu entendo: craques são negociáveis, ídolos não. É algo muito maior que um punhado de categoria dentro de campo. É uma verdadeira empatia, uma troca sem troco, um acordo de paixão entre jogador e torcedor. Algo inegociável.

 

Lugano disse em um programa de TV que o amor um dia pode acabar mas a gratidão não acaba nunca. Ele está certo. Também sempre seremos gratos a aquele carrinho no Gerrard, aquela encarada no Tevez, o sangue que escorreu no manto sagrado, os dias de luta e os dias de glória. Convidado para fazer parte do clube após sua aposentadoria, ele ainda pensa se vai pendurar as chuteiras ou se gastará um pouco mais de lenha. Tenho certeza que este não deverá ser um “adiós” e sim uma transição.

 

Adiós e gracias, Lugano: um ídolo inegociável.

 

Para acessar outras notícias do Blog São Paulo Sempre clique aqui.

Leia a Carta aberta ao presidente Leco aqui.

Garanta seu lugar na ConfraTRInização 2017 no Morumbi aqui.

 

Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

Me siga no Twitter
Me siga no Facebook
Me siga no Instagram

Post aberto para comentários.