Se o São Paulo tivesse marketing, Pato poderia ser ‘comprado’ pelo torcedor

É duro dizer isso mas o São Paulo poderá perder a oportunidade de contratar Alexandre Pato por não conseguir arcar com os seus vencimentos, em caso de rescisão do jogador na China. Mesmo com uma suposta ‘preferência’ e diminuindo substancialmente seus vencimentos, a contratação não fecharia a conta do departamento de futebol do clube.

 

Depois da eliminação precoce na Libertadores e o re-planejamento orçamentário (o São Paulo deixará de ganhar cerca de 30 milhões previstos na competição internacional) o atleta, que luta para voltar ao Brasil (ou a Europa) não se encaixaria mais no budget do futebol. O Tricolor certamente ainda terá que vender algum jogador para completar a conta do ano.

 

Tudo isso poderia ser evitado se o clube tivesse um marketing condizente com sua grandeza. Se o departamento estivesse estruturado para gerar lucro e não apenas para ‘enxugar gelo’, Pato poderia ser pago com ações com patrocinadores, venda de camisas e material licenciado, acréscimo de sócios torcedores entre outras coisas. O jogador é altamente identificado com a torcida e não viria como uma aposta e sim como uma certeza de vendas. E o mais importante, agregaria ganho técnico para o elenco.

 

Não somente Alexandre Pato, mas Hernanes, Calleri e até jogadores rivais poderiam ser contratados com boa parcela paga indiretamente pelo torcedor.

 

É uma pena que o marketing Tricolor ande a passos de tartaruga em comparação aos seus tradicionais rivais. Palmeiras, Corinthians e Flamengo, por exemplo, nadam de braçada no setor. No São Paulo, cada dia temos menos adimplentes no programa Sócio Torcedor, não se vê nada na prateleira da Adidas além das camisas #1 e #2, as lojas São Paulo Mania cada vez mais demonstram insatisfação com o que consideram descaso comercial do clube e os donos de camarote lutam dia a dia para não entrarem no vermelho no mês. Pouca coisa se salva, como o incrível ‘case’ do restaurante japonês Koji e o Banco Inter, patrocinador master e parceiro do clube, que ultrapassou sua meta de correntistas no ano passado.

 

Não há evidências de corrupção no setor mas o São Paulo poderia ser muito mais em uma área que gera uma receita absurda quando se trata de clube de massa. O clube está adormecido com o tipo de marketing que envolve interferência de conselheiros que se dizem “do ramo” e trabalho de profissionais limitados para absorver todas as disciplinas que a pasta exige. Nem mesmo o escudo do Tricolor é respeitado em muitas das peças de licenciamento. Não há ninguém que tenha tempo para revisar a sinalização dos licenciados no departamento.

 

A solução poderia ser terceirizar o núcleo com uma agência que entenda do riscado como o Corinthians faz com a F/Nazca, uma das maiores agências de publicidade do mundo. Outro caminho, muito mais custoso, seria contar com um time de profissionais de peso e currículum para a área. Custoso e difícil pois, no mercado, poucos se aventuram a sairem dos seus empregos e se sujeitarem a intromissões de gente que só está lá para ajudar politicamente o presidente, seja lá quem seja.

 

O São Paulo precisa de muitas mudanças mas, no caso do marketing, o clube precisa de uma gestão  independente do clube social e competente nas ações e resultados. É apenas o mínimo que se espera de um clube que gera milhões em receita ano a ano.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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