Faltou transparência nos valores da vinda de Diego Souza ao São Paulo

A saída de Diego Souza ainda gera muitos questionamentos entre os torcedores e conselheiros do São Paulo.

 

Um relatório independente foi exposto na última reunião do Conselho Deliberativo do Tricolor, realizada na terça-feira passada. Entre outros assuntos, ele revelou o valor integral da compra do atleta do jogador, incluíndo as comissões dos agentes. No total, o São Paulo pagou pelo jogador a quantia de R$ 13.460 milhões e não R$ 10 milhões, como anunciado pelo Goboesporte.com na época da vinda do atacante. O alto valor não justificou o investimento, sobretudo porque o São Paulo praticamente se ‘desfez’ do atleta, já que Diego Souza não faria parte dos planos de Cuca.

 

Dentro de campo a passagem de Diego Souza não foi um total fracasso. Contratado na melhor fase da carreira, o ex-camisa nove fora artilheiro do Brasileirão de 2016, marcou 21 gols no ano seguinte e era cotado para a Copa do Mundo da Rússia. Enfim, o jogador estava valorizado na época e eu acreditei que, pela experiência e momento, Diego pudesse contribuir com gols e títulos. De fato ele contribuiu em 2018 pois foi artilheiro do time na temporada mas faltou poder de decisão, algo que não é o perfil do atleta.

 

A saída de Diego do clube sim, foi um verdadeiro fiasco. O jogador foi praticamente doado ao Botafogo, sem sequer amortização do prejuízo financeiro oriundo da sua vinda, apesar do Tricolor ainda ter a preferência pelo seu ao clube em 2019 ou chance de venda para a China ou Arábia sem resistência do alvinegro do Rio.

 

Para tratar um assunto tão complexo, procurei ter acesso a mecânica do negócio. A informação que tive é que o empresário Fábio Mello intermediou a vinda de Diego Souza junto a Eduardo Uram, empresário do jogador, e recebeu sua comissão dentro dos padrões do mercado, tudo protocolado na CBF. Na minha opinião, o erro da vinda de Diego Souza não foi na intermediação e sim na falta de transparência na divulgação dos números reais do negócio para o Conselho Fiscal, órgão com função de monitorar as ações financeiras do Tricolor.

 

A dificuldade dos fiscais do conselho em obter números em gestões de clube não é somente privilégio do São Paulo e deve ser combatida diariamente por quem pensa em melhorar o futebol brasileiro. Por essas e outras, defendo uma gestão do futebol independente do social, com presidente gestor passível de demissão e transparência nos números. Isso é, o futebol atuando essencialmente como empresa.

 

Ao ser duramente e justamente questionado pelos conselheiros na reunião passada, Leco sugeriu a criação de uma comissão de três conselheiros para analisar e acompanhar todas as negociações realizadas no futebol. Os representantes dessa comissão serão dois membros ligados a oposição e um ligado a situação.

 

A criação dessa comissão é mais uma tentativa de melhorar os processos do clube. Se não resolve o problema de falta de transparência, ao menos os conselheiros deverão ter mais e melhor acesso aos reais números de tudo que acontece na pasta futebol.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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