Futebol independente do social? Presidente dá sinal de início de caminho

Carlos Augusto de Barros e Silva, presidente do São Paulo, deu uma importante mensagem durante a coletiva de apresentação de Daniel Alves na última terça-feira, no Morumbi. Interpelado sobre a profissionalização do clube, ele disse que o estudo de separação do futebol do clube está quase pronto para análise.

 

“O artigo 170 do nosso estatuto social prevê que a administração fizesse um estudo, que está praticamente pronto para começar a transitar dentro dos órgãos competentes do São Paulo, para analisar a perspectiva de modernização do clube de forma pioneira” – disse ele aos presentes.

 

A notícia é ótima. Ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o São Paulo modernize de vez sua administração, tornando o futebol e o marketing núcleos independentes do social do clube, sejam eles uma S/A ou não. Porém a mensagem de Leco no meio de um evento que nada tinha a ver com o assunto é um bom sinal de que o clube está realmente se mexendo nesse sentido.

 

O que sabemos hoje é que o Tricolor se prepara para ser o primeiro clube brasileiro a captar recursos com base em instrumentos financeiros. Em outras palavras, o clube será o primeiro a fazer uma oferta pública com esforços restritos de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (Fidc) no país.

 

Segundo o Portal Isto é Dinheiro, o Tricolor oferecerá como garantia seu contrato de pay-per-view que mantém com a Rede Globo para a transmissão de suas partidas no Brasileirão. O valor do fundo corresponde a 50% do contrato do clube com a emissora. A Globo não permite securitizar 100% do contrato para garantir-se contra eventuais dificuldades financeiras do clube, como processos trabalhistas, por exemplo. O Fidc vai pagar juros até março de 2023. Para atrair o interesse de abonados são-paulinos, palmeirenses, santistas e corintianos, além de gestores profissionais, o fundo deve pagar 160% dos juros de mercado medidos pelo CDI. Na ponta do lápis, isso representa uma remuneração de 10,24% ao ano.

 

“O fundo está aberto a todos os interessados, mas a maior parte dos investidores deve ser mesmo de torcedores são-paulinos”, disse Elias Albarello, diretor financeiro do São Paulo. Segundo ele, os recursos serão usados para quitar dividas que cobram juros elevados, modernizar o estádio e o Centro de Treinamentos, reduzir sua dependência da cessão de atletas a times do Exterior e também para comprar jogadores.

 

Para isso, o Tricolor contratou a Standard & Poor´s, agência global de classificação de riscos, para avaliar o fundo. Ele recebeu um rating nacional “brA-”, considerado de baixo risco. A melhor justificativa para a estratégia escolhida é captar dinheiro mais barato. Ao tomar empréstimos bancários, o clube paga ao redor de 15,4% ao ano. Com o Fidc esse percentual pode cair para 12,4%. “Além disso, teremos oito meses de carência para iniciar os pagamentos, o que vai aliviar nosso fluxo de caixa”, disse o diretor. Atualmente o maior problema do São Paulo não é a geração de receitas e sim o fluxo de caixa.

 

Ainda segundo o portal, o gestão do fundo será da Ouro Preto Investimentos, escolhida por meio de licitação e que tem cerca de R$ 5 bilhões em ativos sob gestão. A administração e a custódia ficarão a cargo da Socopa.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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