Rogério Ceni deu um ponto final e definitivo no entrevero entre ele e Marcos Paulo, logo após a eliminação do São Paulo no Campeonato Paulista diante do Água Santa.
Aos jornalistas, o técnico explicou porque repreendeu o meia-atacante na frente de todos os colegas e disse estar feliz pelo gol marcado diante do Puerto Cabello, no Morumbi.
“O Marcos, eu falei, o problema foi uma postagem que ele fez. Eu conversei no meio de todos os jogadores dentro de campo, porque a postagem foi pública. E fico muito feliz que ele tenha feito gol. Ele é bom menino, não é mau menino. Às vezes influenciado por um ou outro que tem um desvio de conduta, mas ele não é mau menino, não. É um bom menino. Fico feliz por ele” – disse ele na Coletiva Pós-Jogo.
Marcos Paulo (foto) entrou no segundo tempo e, depois de um passe de Rodrigo Nestor e a parede de Calleri, converteu o primeiro tento do clube diante da equipe venezuelana, tirando um grande peso de suas costas e das costas da instituição. O Caso veio a tona na coletiva e Ceni fez questão de avaliar positivamente o garoto.
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Dorival Junior é o nome do São Paulo para substituir Rogério Ceni no cargo de treinador do São Paulo. Segundo matéria de André Hernan, o treinador ex-Flamengo foi consultado no início da semana e aguarda a distância a situação do clube e do atual técnico ser definida.
Para mim, uma notícia normal do futebol. O comentarista Paulo Vinícius de Coelho escreveu nesta última terça-feira uma matéria com um conteúdo que venho ‘martelando’ há algum tempo, ou melhor, desde a eliminação do Água Santa com um time que não se acerta desde o início do ano: a durabilidade do técnico Rogério Ceni no comando do São Paulo Futebol Clube.
Segundo o comentarista, Rogério “já caiu” e a questão é somente saber a data. O pensamento do jornalista é semelhante ao meu, escrito em um post do dia 15 de março, dias após a eliminação do Paulista: no texto, disse que defendo a continuidade dos trabalhos da maioria dos técnicos que chegam ao São Paulo, a não ser quando há evidentes e irremediáveis problemas de vestiário. Quem me acompanha no dia a dia do blog sabe que defendi Diniz e Crespo até um determinado momento do trabalho em que ambos não contavam mais com o apoio e a correria dos jogadores.
É o que hoje acontece com Ceni, explicado por PVC: “Há o entendimento que o Rogério não está conseguindo melhorar o ambiente no vestiário depois de tudo que aconteceu com o Marcos Paulo, com o Luan. Há uma dificuldade de liderança do elenco do São Paulo.” – disse ele em sua análise.
Segundo o jornalista, e eu concordo com isso, Ceni não tem conseguido retomar o relacionamento de liderança com o grupo, algo conquistado no ano passado com bons resultados e boas colocações nas copas, apesar da não ida a Libertadores. PVC inclusive citou a situação de Ceni como um “chefe” com pouca empatia junto ao grupo. Isso é: vestiário.
Não adianta o trabalho ser bem avaliado pela diretoria ou jogadores como Calleri, que após o jogo saiu em defesa de Ceni. Diferente de décadas passadas, qualquer mau ambiente hoje em dia demite treinador, como aconteceu com os últimos anos com os também jovens Diniz e Crespo e experientes como a “bola da vez” Dorival Júnior no próprio São Paulo.
Apesar de sabermos que o verdadeiro problema do São Paulo vai muito além dos gramados, Ceni há algum tempo trabalha como um “treinador demitido” e assim caminhará a humanidade, com torcedores comemorando a futura saída, outros lamentando a futura saída e o vestiário… este sim, vencendo novamente.
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Os gols que determinaram a vitória do São Paulo diante do venezuelano Puerto Cabello foram de Marcos Paulo e Michel Araújo, mas foi Rodrigo Nestor que fez diferença na noite desta última e chuvosa terça-feira.
Foram do jovem vindo de Cotia os passes que determinaram o placar em mais um jogo conturbado da equipe de Rogério Ceni. O Tricolor mais uma vez se complicou coletivamente diante de adversários modestos mas desta vez teve o desempenho decisivo do seu meia para o resultado que mantém o Tricolor confortável na Sul-Americana.
É fato que Rodrigo Nestor não é o criador dos sonhos do são-paulino mas o jogador visivelmente se sente mais a vontade quando sai da função de segundo volante e avança para a criação. A jogada do primeiro gol saiu quando ele se desloca do “trânsito carregado” da região central do meio-campo e foi para o lado esquerdo, assistindo Calleri em posição perfeita dentro da área. Nada de chuveiro para o argentino: gol construído com méritos do centroavante, de Marcos Paulo (por motivos óbvios o justo destaque da imprensa) e, sim, da visão do camisa onze.
Já na jogada do segundo gol, com a equipe venezuelana tentando se lançar ao ataque para reverter o prejuízo, o passe de Nestor foi quase “pornográfico” para o avanço de Michel Araújo até as redes. Assistência típica de meio-campista criador. Nestor não apareceu nos holofotes mas para mim desceu para o vestiário como o homem da partida.
Rodrigo Nestor distribuiu mais uma assistência na Copa Sudamericana.
Além disso, deu SETE (!!) passes decisivos e realizou 8 ações defensivas na partida de hoje. pic.twitter.com/EAbHYZFlqX
— SPFC Estatísticas 📊 (@spfcestatistica) April 19, 2023
Vale deixar mais uma vez claro que o jogo foi feio até os minutos finais mas enfim, houve um suspiro de esperança com a atuação decisiva do irregular Nestor no setor mais pobre da equipe, a criação no meio-campo. Está claro que o camisa onze tem o seu valor neste mediano elenco mas precisa de um companheiro para dividir a responsabilidade de criação.
Já sabemos que esse criador não é Luciano. Pode ser Marcos Paulo ou até um centralizado Michel Araújo, com o retorno de Wellington mas, creio eu, ainda há espaço para uma peça dessas no mercado latino. Será que não existe na América do Sul alguém com essa característica e que seja viável aos cofres do clube?
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Vencer o Puerto Cabello no Morumbi pelo placar de dois a zero será suficiente para manter Rogério Ceni no cargo?
A verdade é que até o primeiro gol lá nos 86 minutos o Tricolor não apresentava futebol algum, novamente muitos passes errados e pouca precisão na hora de finalizar.
A vitória já era esperada por todos, mas ninguém imaginaria que fosse com tanto sufoco. Ceni pareceu não ligar para o momento crítico que seu cargo passa e escalou um time misto, que só melhorou após a entrada dos “medalhões” do banco.
A impressão é que se no intervalo os times trocassem de uniforme um com o outro nós não repararíamos, pois o São Paulo se comportava como uma equipe Venezuelana fundada em 2016, e não como um Tri-Campeão Mundial.
Agora não é nem mais questão de Ceni, Dorival, Cuca ou Luxemburgo. A questão agora é o futebol do São Paulo, que respira por aparelhos e parece que não vai voltar tão cedo.
Passar sufoco para ganhar de um time que fez sua primeira partida internacional da história é grave, e não pode passar impune!
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O ex-zagueiro Diego Lugano esteve no programa “Resenha da Rodada” (ESPN) e, como não poderia deixar de ser, mostrou-se apreensivo com o atual momento do São Paulo, em especial a situação vivida pelo técnico Rogério Ceni.
Perguntado sobre a possibilidade de saída de Ceni do comando técnico, o uruguaio deu a seguinte declaração:
“Ele (Rogério Ceni) é hiper competitivo, nunca vai jogar a toalha. Pelo o que conheço ele, não (vai pedir para sair). Eu gostaria que antes que a diretoria tome alguma atitude, que ele se antecipe para não ser demitido, porque ele é um cara muito grande no São Paulo, é o maior da história do clube” – Disse Lugano no programa Resenha da Rodada.
É importantíssima a opinião de Lugano, também líder de vestiário no tempo em que Rogério jogou pelo Tricolor. Sinceramente acho que, em caso de demissão, tanto a cúpula são-paulina como o treinador entrarão em um entendimento para o andamento da temporada. Infelizmente, hoje em dia é o vestiário que dita as regras do jogo. Foi assim com Diniz, foi assim com Crespo e deverá ser assim com Rogério.
Minha opinião? Pode não ser hoje nem amanhã mas em um futuro próximo o vestiário vencerá novamente e Rogério, assim como sugeriu Lugano, permanecerá enorme junto ao são-paulino.
O problema é muito maior que ele.
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O publicitário e jornalista Daniel Perrone é uma das maiores referências entre torcedores do São Paulo FC. Atuou por 10 anos como blogueiro do São Paulo no Globoesporte.com , integrou o programa "Fanáticos" do Esporte Interativo e foi o “cara do sofá roxo” da HBO Max, no Paulistão 2022. Atualmente administra o Blog São Paulo Sempre. Diplomado em Gestão de Clubes (SPFC/ESPM), é autor dos livros “TRI Mundial” (2010) e “MorumTRI" (2020) e do documentário COPA DO BRASIL 2023 (Prime Vídeo). Transmite a experiência dos jogos do Tricolor dentro e fora do Morumbis, mostrando os bastidores dos jogos e viagens. É sócio de uma loja de camisetas temáticas, com estampas produzidas para o torcedor são-paulino. Campanhas publicitárias, ativações de marcas e produtos nas redes sociais e blog, publieditoriais e presença em eventos. Contrate: [email protected]
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