OPINIÃO São Paulo 0x0 Talleres

Tango argentino no Morumbi e vexame uma Libertadores. O maior do clube na história da competição. O São Paulo se despede do torneio que é seu DNA sem sequer chegar na fase de grupos ou ao menos acertar uma bola certeira no gol do Talleres. A equipe de Córdoba segue na competição e enfrentará o Palestino na segunda fase do Torneio.

 

Logo nos cinco minutos de jogo já dava para perceber que a estratégia de jogo e esquema tático de André Jardine dificilmente daria certo. A entrada de Diego Souza tornou o esquema de jogo muito mais um 4-2-4 que um possível 4-3-3 ou 4-2-3-1. Atuando com três zagueiros, o Talleres facilmente engoliu o meio-campo Tricolor e jogou com muita tranquilidade durante todos os noventa minutos da partida. Mesmo com poucas chances reais de gol, a equipe argentina foi extremamente aplicada taticamente e levou a classificação com justiça e certa tranquilidade. Do outro lado, vimos um São Paulo confundindo garra com nervosismo, abusando da violência em alguns momentos e absolutamente inferior taticamente. Foi muita fragilidade diante de uma equipe bem montada e com proposta de jogo definida, porém extremamente comum no futebol argentino e com tradição quase nula na competição internacional mais importante do continente. Uma vergonha.

 

No âmbito das responsabilidades dentro de campo, faltou mais de quase todos os jogadores mas, sobretudo, faltou muito do banco de reservas. Infelizmente o que vimos hoje foi a cereja do bolo de uma filosofia de jogo boa nas entrevistas porém sem aplicação prática até agora no profissional. Jardine é responsável pelo que vemos dentro de campo e deveria pedir o boné antes de ser defenestrado. Responsável sim, mas não culpado. Acima dele a culpa da diretoria e presidente, conforme dito em um post dias atrás, é triplicada em relação a outros anos.

 

Diante de tanta vergonha, um orgulho. Parabéns a torcida do São Paulo que, mesmo com a decisão da Diretoria de aumentar significativamente os preços das arquibancadas num precoce mata-mata, compareceu em bom número (45 mil pessoas) no Morumbi. O torcedor, no seu direito e dever, apoiou, protestou contra os jogadores, vaiou (bastante) o presidente, gritou em prol de Muricy e, após o apito final, posicionou-se pacificamente na entrada do portão principal para mais protestos, sem causar grandes incidentes. Esse é o verdadeiro papel que cabe ao torcedor: torcer, vibrar, vaiar e protestar de forma pacífica no estádio.

 

Após o fracasso da Libertadores, vem a dura e já costumeira realidade. O torcedor, elo mais sofrido da rede de incompetência que é o clube, será mais uma vez ridicularizado na escola, ambiente de trabalho, faculdade, em grupos de whatsapp e nas mesas de bar do Brasil afora. Até quando sairemos dessa torre de Babel, incompetente Leco? Até quando teremos uma oposição de verdade? Até quando teremos conselheiros que vendem a honra por benesses? Até quando assistiremos a tudo em cima do muro, pobre gigante São Paulo?

 

Nota dos personagens da partida:

Thiago Volpi – Trabalhou mais com as cordas vocais que com as mãos. Nota: 5,5
Bruno Peres – A lateral direita jorra sangue. Horroroso. Nota: 3,0
Bruno Alves – Se salvou jogando simples. Nota: 6,0
Arboleda – O melhor do Tricolor. Seguro e preciso. Nota: 7,0
Reinaldo – Continua jogando mais com as mãos que com os pés. Nota: 4,0
Willian Farias – Fez o trabalho básico na frente da zaga. Nota: 5,5
Hernanes – Fisicamente abaixo. Isolado no meio-campo. Nota: 5,0
Diego Souza – Mal colocado taticamente. Perdeu gol feito. Nota: 4,0
Pablo – Nervoso emocionalmente e apático tecnicamente. Nota: 3,5
Helinho – Fez boas jogadas, mas ainda está em formação. Nota: 5,5
Everton – Já poderia ter sido expulso no primeiro amarelo. Nota: ZERO!

Araruna – Mesmo com Peres morto, sua entrada é injustificável. Nota: 5,0
Nene
– Correu mas não alterou a dinâmica da partida. Nota: 4,5
Antony – Também correu um bocado, sem alterar o jogo. Nota: 5,0

 

André Jardine – Com cinco minutos de jogo, o time já se mostrava desorganizado e nervoso. Mesmo com toda a torcida a favor, a partida foi facilmente controlada pelo Talleres. Classificação até de certa forma tranquila dos argentinos. Uma vergonha. Nota: 3,0

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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