“Vai ser questão de sobrevivência.” Foi assim que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, respondeu ao jornalista Paulo Vinícius Coelho (PVC) ao ser indagado sobre possíveis vendas de jogadores neste meio de ano.
Mesmo negando propostas oficiais por seus jogadores, o presidente do São paulo admitiu que, com crise amplificada depois da pandemia, o clube estará aberto a vender jogadores procurados pela Europa e outros mercados.
De fato, a crise do COVID19 desmoronou o planejamento de clubes no Brasil e no mundo, mas não pode ser e não é a única desculpa para mais um possível desmanche do elenco Tricolor. Sabemos que atualmente o mercado Brasileiro tem perfil exportador e muitas vezes atletas e empresários forçam a saída, mas se o São Paulo tivesse se planejado para gerar outras receitas além das vendas de jogadores e direitos de TV, essa questão seria muito, muito amenizada.
O Tricolor é a maior torcida do Brasil e o consumidor do futebol é muito, muito diferente do consumidor tradicional de insumos. Ele é leal ao seu clube e espera dia a dia por fidelização, para expor seu orgulho, sua paixão. É uma catequização eterna mas, infelizmente o Marketing do São Paulo está esfacelado, sem força para gerar receitas com comunicação, Sócio Torcedor e outras propriedades. Hoje em dia a pasta age mais como um setor comercial, segurando patrocínios e ‘vendendo copos’.
Sem geração de receita, a dívida aumenta. Essa, para mim, é a maior falha da gestão Leco: com a terceira maior torcida do país, não dá para o clube sobreviver somente da venda de seus atletas. O presidente teve anos para permitir a reconstrução do marketing. Com a futura mudança no modo de consumir futebol (o streamming caminha a passos largos para ser o new black no Brasil) é hora do clube dar um novo formato ao marketing, reintegrando a comunicação, tomando o plano Sócio Torcedor, se aliando com startups inovadoras e criando um grande hub de relacionamento com muito mais marcas e patrocinadores que o manto sagrado comporta, hoje em dia.
O mapa da mina é este e o futuro do São Paulo dependerá da reestruturação do marketing e geração de novas receitas junto ao seu público. Não tem desculpa: o próximo presidente precisará criar um plano diretor eficiente para o marketing!
Veja mais sobre isso no bate-papo que tive com o Amir Somoggi, sócio-diretor da Sports Value, agência de marketing esportivo. A conversa dura cerca de uma hora e está neste link em meu Instagram. Vale a audiência!
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(2) Comentários
Luiz Alexandre
23 de junho de 2020Nobre Perrone, bem colocada a questão. A torcida é sem dúvida a grande força do SPFC. E nessa reestruturação do marketing, não se pode esquecer o papel estratégico e essencial das Embaixadas espalhadas de norte a sul. Infelizmente, faltou visão ao clube em ver o potencial das Embaixadas na promoção da marca São Paulo FC. Outro clubes, porém, sabem muito bem a importância de seus consulados e embaixadas. É necessário um reconhecimento urgente do Clube nesse sentido.