Desde a goleada sofrida diante do Bragantino, passando pela segunda partida da Copa do Brasil, o torcedor do São Paulo vê a equipe em queda de produção e tenta encontrar motivos para esta situação, que deixou o clube ao lado de seus maiores adversários na disputa do título do Brasileirão 2020.
Para tentar explicar o declínio técnico da equipe de Fernando Diniz, recorri a uma importante informação do jornalista Rodolfo Rodrigues, do UOL Esporte, Revista Placar e coordenador do Bola de Ouro da ESPN: segundo o levantamento do jornalista, o São Paulo é clube da série A que menos rodou jogadores no Brasileirão 2020.
Quem mais utilizou jogadores no Brasileirão 2020:
49 Goiás
[42] Botafogo
42 Coritiba
40 Athletico
38 Flamengo
38 Inter
36 Grêmio
35 Atl-GO
35 Bahia
35 Corinthians
35 Santos
34 Sport
34 Vasco
33 Atlético-MG
33 Bragantino
33 Ceará
33 Fluminense
32 Palmeiras
30 Fortaleza
26 S. Paulo— Rodolfo Rodrigues (@rodolfo1975) January 18, 2021
Ao todo, somente vinte seis atletas Tricolores participaram das partidas até agora no torneio. É fácil entender que o treinador encontrou um time e uma maneira de jogar no início da competição, com muito poucas mas fundamentais mudanças no percurso: as entradas de Luan, Luciano e Brenner na equipe principal.
Deste modo, ao invés de rodar seus atletas, Diniz optou por manter o time em todos os torneios que participou. Não há errado ou certo nesta opção e sim é uma característica do treinador baseada naquilo que ele tem de ideia de jogo. Jorge Jesus, por exemplo, ganhou o Brasileirão e a Libertadores do ano passado com o Flamengo rodando muito pouco os atletas e foi ovacionado pelo trabalho.
Ao meu ver, a decisão de Diniz de manter o mínimo de mexidas possível no time foi acertada, afinal, o elenco do São Paulo é notoriamente curto e com muito trabalho chegou na semifinal da Copa do Brasil e ostenta a primeira colocação do principal torneio de regularidade do país. Acontece que as peças do treinador São Paulino são muito diferentes das peças do Flamengo de 2019. O elenco de Jorge Jesus tinha um contingente grande de atletas acima da média que ‘resolviam’ o jogo quando o coletivo não andava como o esperado. Na falta de um Éverton Ribeiro, o rubro-negro tinha um Gérson e por aí vai. Além disso, a preparação física dos jogadores e o departamento médico do clube foram impecáveis.
Infelizmente o plantel de Diniz não é o que tinha Jorge Jesus em 2019 ou tem Sampaoli neste ano com o Atlético. Sem o elenco de seus principais rivais ao título, o São Paulo de Diniz depende muito do coletivo insistentemente treinado, repetido e impregnado nos seus jogadores de linha e essa roda não está girando por motivos técnicos, físicos e mentais. Muitos jogos, muitos jovens, experientes que não resolvem a parada todo jogo. São muitos fatores juntos e para complicar, Luciano, o atleta que mais decide está fora de ação. O atacante marcou 12 gols e teve participação em mais três no torneio. É o maior diferencial do Tricolor e o quarto do Brasileirão.
Mais participações em gols no Brasileirão 2020:
21 Marinho (Santos) – 15 g, 6 a
21 Thiago Galhardo (Internacional) – 16 g, 5 a
[17] Vina (Ceará) – [10] g, [7] a
15 Luciano (São Paulo) – 12 g, 3 a
15 Keno (Atlético-MG) – 10 g, 5 a
[15] Claudinho (Bragantino) – [11] g, 4 a— Rodolfo Rodrigues (@rodolfo1975) January 18, 2021
Portanto, a sentida ausência de Luciano e Dani Alves, Gabriel Sara e Igor Gomes não desempenhando suas funções com a plenitude de meses atrás explicam bem essa queda na tabela. Para agravar, há o cobertor curto.
Para não virar o fio de vez, retomar a competitividade e voltar a ser forte postulante ao título, o Tricolor precisa contar com a volta do seu coletivo, amparado pela técnica e o preparo físico dos seus principais jogadores nesta reta final. Além disso, é preciso dar algo mais em todas as partidas. O grupo não pode sentir os próximos oito jogos como partidas quaisquer, a começar pela grande decisão desta quarta. Tem que deixar tudo em campo, até a alma.
Para mim, essa retomada depende muito mais dos jogadores em questão que pela capacidade do técnico em alterar o esquema de jogo ou mudar as peças que trabalha. Qualquer outra razão extra-campo não passa de pura e mera especulação até que, claro, alguém prove o contrário.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(2) Comentários
ALBERTO FELIPE NOGUEIRA DE ALMEIDA
19 de janeiro de 2021Mas será que a grosseria do Diniz não tirou o animo dos jogadores ? não é possível cair tanto de produção, todos sabem os motivos mas nenhum repórter fala a verdade.
Thiago
19 de janeiro de 2021Entendo essa parte do elenco curto e tal e até seguia essa mesma linha de raciocínio que falta mais peças no elenco, mas vi um comentário que me fez pensar diferente o Santos não pode contratar, atletas com covid ou seja elenco tão curto ou mais que o nosso e mesmo assim estão na final da libertadores e fazendo um bom Brasileiro, então entendo que daria pra fazer mais sim com o que temos, sem desculpa de elenco curto.