Parceria São Paulo / Evangelos Marinakis: por enquanto mais dúvidas que respostas

Parceria São Paulo / Evangelos Marinakis: por enquanto mais dúvidas que respostas

Saiu no ge e também foi divulgado pelo jornalista João Pedro Sgarbi: o São Paulo, através de Julio Casares, negocia uma parceria inédita para suas categorias de base com o grupo de futebol do grego Evangelos Marinakis, dono dos clubes Nottingham Forest (Inglaterra), Olympiacos (Grécia) e Rio Ave (Portugal).

 

Segundo o portal, Marinakis e Casares já se reuniram duas vezes, uma no Brasil e uma na Inglaterra, para debater o assunto. Inclusive, a viagem recente do presidente era, entre outros assuntos, a conversa sobre o CFA (Centro de Formação de Atletas).

 

A discussão visa uma parceria financeira e esportiva, com aporte em Cotia e promoção intercâmbio de jogadores e profissionais de Cotia. A compra do CFA não está em questão.

 

O assunto ainda é muito superficial na imprensa e gera muito mais dúvidas que soluções, isso é, uma opinião formada sobre o assunto e explico por que.

 

Cotia sempre foi a “salvação” do São Paulo, isso é, graças a ela o clube pôde sempre trabalhar em equilíbrio, vendendo jovens atletas para o exterior, equalizando as dívidas da instituição. A recente enorme dívida adquirida pelo clube, muito por conta da má gestão do futebol nos últimos anos, é também porque não houve vendas suficientes para déficits positivos.

 

A justificativa na gestão de Casares, citada pelo próprio presidente, é que o clube optou por ganho esportivo e de fato conquistou o Paulista, a Copa do Brasil e a Supercopa Rei, mas o fato é que a dívida sem as vendas fica cada vez maior. Aí entra Cotia.

 

É preciso entender como funciona Cotia. O CFA Tricolor opera sob três pilares: infra-estrutura, metodologia e captação, conceitos passados a mim durante o curso que fiz na ESPM em 2006, ministrado pelo próprio clube.

 

A infra-estrutura Tricolor é invejável e mesmo uma das primeiras no Brasil, mantém a excelência, elogiada até por seleções que a visitaram durante a Copa do Mundo e Copa América. Conheci de perto a estrutura e ela ainda é realmente algo impressionante no Brasil.

 

A metodologia sim, precisa avançar e ao que me parece o clube vem se movimentando para alcançar os concorrentes mais avançados, como o Palmeiras e o Flamengo. Aparelhos modernos chegaram nas instalações e há uma expectativa de melhorias. A ver.

 

O terceiro pilar, a captação de profissionais, é o que me parece ser o motivo maior da conversa entre o São Paulo e o milionário grego. O São Paulo usou em seu elenco profissional pouquíssimos jogadores da base ultimamente, em comparação a sua história. Nos últimos dez anos, Militão, Antony e Beraldo se destacaram, muito pouco comparado a até um passado recente de Kaká, Casemiro, David Neres, Lucas Moura e até atletas que muitos nem sabem que vieram de Cotia, como o goleiro Ederson, o zagueiro Morato, o atacante Hulk e o recente merengue Endrick.

 

Vejamos o nosso rival Palmeiras: Estevão e Endrick, os últimos grandes jogadores revelados e vendidos pelo alviverde não iniciaram a formação no clube. Endrick saiu do São Paulo por um erro ainda inexplicável em Cotia e Estevão fora comprado do então fragilizado Cruzeiro. O clube bateu a sua meta de revelação e explodiu mais uma vez no superávit neste ano. Veja nesta matéria como funciona.

 

A entrada do poderio financeiro grego visaria, ao meu ver, completar essa lacuna no São Paulo. O clube teria mais poder de observação e captação no Brasil e América Latina, pegando atletas melhores para finalizá-los em Cotia e trazer jogadores mais talentosos e prontos ao seu profissional. O intercâmbio pré-estabelecido seria importante porque nem todos serão aproveitados de vez e quem tiver sucesso nos clubes parceiros ainda possuirá uma fatia interessante para o clube.

 

Mas aí vem as dúvidas: os atletas extraclasse iriam para fora? Por exemplo: se a operação estivesse pronta hoje, jogadores como Ryan e Ferreira seriam os escolhidos para o intercâmbio ou ficariam para maturar no profissional? Outra pergunta: qual seria a contrapartida ao grupo de Evangelos Marinakis? Preferência ao Nottingham Forest, Olympiacos e Rio Ave, além de um percentual sobre toda a operação? Que percentual seria para cada parte e qual a duração da parceria?

 

É muita questão ainda a ser esclarecida ao torcedor.

 

Resumindo a história toda, eu vejo positividade em melhorar o CFA com substancial aporte financeiro mas é preciso entender qual o preço de tudo isso. Repito: Cotia sempre foi a galinha dos ovos de ouro do Tricolor e há promessa de não venda do controle para o exterior. Ficam então as perguntas acima, que ainda impedem toda a coletividade Tricolor de emitir uma opinião melhor embasada.

 

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Saudações Tricolores!
São Paulo Sempre!

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