Reffis: a nossa Caverna do Dragão!

Algo soou inédito na coletiva pós-jogo do último domingo, após a derrota do São Paulo pelo Fluminense, no Maracanã. Pela primeira vez Hernán Crespo citou com objetividade fatores alheios ao campo para justificar a sua escalação e substituições durante o jogo.

 

“Nos quinze dias de treinos não pudemos recuperar ninguém. No caso do Rigoni, foram os dez primeiros minutos em campo desde o jogo contra o Juventude. O Arboleda não se recuperou, nem Marquinhos…” – disse ele ao ser perguntado sobre a ausência de Emiliano Rigoni, entre outras questões envolvendo a escalação e alterações na partida.

 

Com elegância mas com contundência, o técnico pela primeira vez expôs a grande ferida da temporada 2021: o Reffis, Centro de Recuperação dos atletas. Exemplos não faltam para entender o problema mas um em especial me intriga. O atacante Marquinhos está em tratamento/transição desde a partida diante do Palmeiras no Brasileirão e não retornou até agora. O mais estranho é que trata-se de um jovem com dezoito anos de idade.

 

Há quem responsabilize o treinador pelos erros de escalação e alterações durante as partidas do Brasileirão, levando o São Paulo a vergonhosa colocação atual. Acho correto pensar que parte da culpa seja de Crespo por talvez ainda não entender o grau de dificuldade que é o maior torneio de regularidade brasileiro mas, depois desses quinze dias de esperança por um elenco mais inteiro, tenho mais convicção ainda de que o maior vilão dos últimos anos é um departamento que já foi pioneiro e por alguma razão decaiu em relação aos clubes que hoje lideram o favoritismo dos principais torneios sul-americanos.

 

Hoje vemos parte da torcida resgatando o velho hábito de achar um culpado rápido e fácil pela péssima campanha no Brasileirão. Está evidente que o treinador tem seus erros mas a situação vai muito além da ordem técnica e tática: o Reffis é a nossa Caverna do Dragão, hoje em dia quem entra não sai tão cedo e isso interfere diretamente na temporada do clube.

 

O diagnóstico do principal problema da temporada está aí e infelizmente não tem solução imediata, tampouco mágica. Para sair desse loop aparentemente infinito será preciso tomar providências profundas em relação ao sistema do Reffis e seus componentes. Afinal, todo chef de cozinha sabe que não é só com bons ovos que se faz um bom omelete. É preciso também ter bons procedimentos.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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