Tem torcedor que já jogou a toalha na Copa do Brasil. Para os derrotistas de plantão e também para quem pensa o contrário, contarei uma breve mas gigantesca história acontecida em Belo Horizonte em 1977: o primeiro campeonato Brasileiro do São Paulo.
A edição do Campeonato Brasileiro daquele ano contou com 62 equipes na disputa, dividida em três “intermináveis” fases classificatórias até os semifinalistas serem conhecidos. A competição começou apenas em outubro e o campeão foi conhecido no mês de março de 78. Era comum os torneios virarem o ano tamanho eram o número de participantes.
A primeira fase
O São Paulo classificou em segundo lugar tanto na primeira como na segunda fase. Já na terceira e última fase classificatória acabou como o líder do grupo U, garantindo, assim, um lugar entre as quatro melhores equipes. Detalhe: apesar de não ser o favorito, o Tricolor venceu de forma imponente o então bicampeão Internacional por 4 a 1, em pleno Beira-Rio. Outro detalhe: o Colorado havia sido bicampeão com Rubens Minelli, contratado pelo Tricolor em 77.
Após passar pelo Operário-MS, surpresa do torneio, o São Paulo teria pela frente o Atlético Mineiro, campeão brasileiro de 1971 e extremamente favorito ao título. Na semifinal, o Galo derrotou o Londrina, outra surpresa daquele campeonato.
As finais
Os dois times não teriam seus artilheiros. Julgado no fim de fevereiro após o duelo de ida contra o Operário, nas semifinais, Serginho Chulapa fora suspenso por 14 meses. Condenação agravada por ter agredido um bandeirinha num jogo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, ainda na terceira fase.
Já o artilheiro Reinaldo, do Galo, fora expulso em confronto diante do Fast Clube, pela terceira fase daquele Brasileirão. O centroavante também foi julgado entre as partidas semifinais e suspenso da partida de volta e também na decisão de 1977.
Mesmo sabendo que não contaria com Serginho, o São Paulo adotou uma estratégia insólita para desviar a atenção do adversário. De helicóptero, Serginho chegou ao Mineirão e entrou no estádio com a delegação são-paulina. A imprensa especulou por horas se o São Paulo teria conseguido um efeito suspensivo junto ao STJD para colocar Serginho em campo. Serginho não apareceu nos gramados mas a pulga ficou na orelha dos donos da casa até praticamente o apito inicial.
Com um coletivo forte, muita raça e por uma atuação irretocável de um endiabrado Waldir Peres, o Tricolor superou o Atlético Mineiro na disputa de pênaltis diante de um público predominantemente só de atleticanos. Incrédulos atleticanos.
O Galo terminou o torneio invicto. O São Paulo ficou com o título.
Conclusão
O Brasileiro de 1977 era impossível, diziam alguns. Portanto, meus amigos e inimigos, jamais duvidem de uma instituição que leva a alcunha de Clube da Fé. Missão difícil na Arena MRV, mas não impossível. Só quem não viu o Tricolor em 1977, 1986 e nos mundiais de 92, 93 e 2005 (entre outros exemplos) pode ter o direito de desistir.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(3) Comentários
Roberto Gomes
11 de setembro de 2024Perrone Vc esqueceu de citar que o Tricolor deixou a porta do vestiário aberta para os jornalistas verem o Serginho se trocando e amarrando a chuteira. Abraço
Maria do Carmo
11 de setembro de 2024Acreditaremos sempre, o jogo só acaba depois do apito. O futebol é bom porque possibilita novos acontecimentos. É virar a página e pensar que é uma final de um único jogo e precisamos vencer para sair com classificação.
Ozzmair
11 de setembro de 2024É uma linda história, sem dúvidas, de 47 anos atrás, mas na história recente, a coisa anda complicada. Torceremos....