Expert em economia e finanças esportivas alerta São Paulo: “é preciso oxigenar as ideias e os profissionais”

Expert em economia e finanças esportivas alerta São Paulo: “é preciso oxigenar as ideias e os profissionais”

O Economista, especialista em banking e gestão e finanças do esporte Cesar Grafietti escreveu um excelente resumo sobre o São Paulo e Corinthians atuais. Segundo ele, os dois clubes vivem um universo paralelo, onde a realidade e a fantasia se misturam. 

 

O artigo é tão bom que transcreverei-o aqui exatamente como foi escrito, apenas invertendo as posições de Corinthians e São Paulo no texto original. Vejam abaixo:

 

Corinthians e São Paulo em um universo paralelo

 

Precisamos falar do que se passa na dupla que protagoniza o clássico Majestoso: Corinthians e São Paulo, e que parecem viver num universo paralelo. E vamos falar sobre isto agora, porque quando os balanços de 2024 surgirem já estará em andamento o Campeonato Brasileiro, a Libertadores, a janela de transferências já terá passado.

 

O São Paulo

O São Paulo FC é quase bipolar. Num mês anuncia a emissão de um FIDC para equacionar as dívidas caras – aliás, excelente alternativa – com controles financeiros que servirão de amarras para que o clube efetivamente volte aos trilhos financeiros. No mês seguinte anuncia um deficit de R$ 191 milhões e uma dívida que beira R$ 900 milhões – pelas contas do clube, que normalmente são inferiores à realidade.

 

Para ajudar nessa conversa, o treinador diz que precisa contratar reforços, para um elenco que custou mais de R$ 120 milhões em contratações em 2024 e que não deixa nenhuma saudade no são-paulino acostumado a equipes competitivas.

 

Isto tudo acontecendo e o clube deixou de formar e negociar atletas de base, fonte importante de desafogo de caixa e recomposição de dívidas. E nada muda numa diretoria que se mostrou incapaz de fazer mais com menos, como acontece com o Fortaleza por exemplo, e que tem o desafio de limitar gastos a partir do ano que vem.

 

O Corinthians

Do lado do Parque São Jorge a situação financeira é catastrófica. O clube sinaliza fechar o ano com mais de R$ 2,4 bilhões em dívidas, para receita da ordem de R$ 1,0 bi – sendo bem generoso – o que indica alavancagem de 2,4x, número absurdamente impossível de ser gerido, uma vez que só o custo Selic da dívida gera mais de R$ 300 milhões em despesas financeiras.

 

Não é à toa que o clube se agarra à paixão do torcedor para reduzir o passivo com a Caixa associado à Neoquímica Arena. Precisou apelar para uma “vaquinha” para tentar reduzir os R$ 700 milhões de dívida. Respeito muito a iniciativa da torcida, mas é o rabo abanando o cachorro.

 

Além disso, nos últimos dias o clube anunciou que pretende centralizar suas dívidas num RCE – Regime centralizado de Execuções – de forma reduzir as penhoras que asfixiam o caixa. Ótimo, mas o impacto de R$ 50 milhões é uma gota num oceano, e já sinaliza algo mais drástico num futuro próximo.

 

Esportivamente conseguiu reverter um cenário muito ruim do primeiro semestre, não só escapando da zona de rebaixamento como se classificando para a Libertadores de 2025.

 

Bom trabalho esportivo, que certamente teve um custo imenso e que contribuiu para a dívida chegar aos atuais patamares. Aliás, foram duas ondas de contratações para reforçar o elenco, mas a do primeiro semestre fez água, e preciso abrir os cofres vazios no segundo semestre.

 

E parece tudo bem. Memphis, Yuri, Hugo, Libertadores, R$ 2,4 bi em dívidas, vaquinha. E vida que segue, inclusive com planos de contratar mais estrelas para 2026. Como se tudo estivesse bem, e os credores estivessem felizes com os atrasos. Até o Ronaldo lembrou que tem boleto pendente.

 

Ajuste de rota para São Paulo e Corinthians

Passou da hora de São Paulo e Corinthians ajustarem a rota. Não dá mais para olhar o ponteiro das dívidas subindo, dos custos crescendo, e achar que este é o caminho de tijolos amarelos que os levará a Oz.

 

O Corinthians e todos os seus stakeholders precisam deixar a megalomania no passado. Sem uma reestruturação dura não haverá futuro. Em algum momento vai emperrar.

 

No São Paulo passou da hora dos donos do clube, os conselheiros vitalícios, entenderem que é preciso oxigenar as ideias e os profissionais.

 

Não dá para não ter uma estrutura profissional na gestão do futebol, da base, e retomar o ritmo de crescimento de receitas. O efeito está na última pesquisa Datafolha de torcidas, quando apareceu com 6%, número inferior aos anos anteriores.

 

Ou conformem-se com a bruxa malvada do oeste tomando conta da cidade.

 

Veja a matéria original completa aqui.

 

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Saudações Tricolores!
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