Não tinha como dormir na noite anterior. Tóquio já estava muito bem explorada e era hora de avançar novos horizontes. O Liverpool estava a onze jogos sem tomar gol e vinha de uma vitória fácil diante do Saprissa, da Costa Rica. A tensão nos corredores do hotel na manhã do dia 18 era flagrante.
Pegamos os ônibus em direção a Yokohama logo após o café reforçado, não sem antes comprar muito saquê em embalagem longa vida, combustível essencial no gélido dia. A animação era enorme, mesmo com o “favoritismo”do poderoso time inglês evidenciado pela mídia internacional, inclusive a imprensa brasileira.
Tivemos oportunidade de assistir o Saprissa conquistar o terceiro lugar na disputa de pênaltis contra o Al Itthad, o mesmo que nos deu uma suadeira no primeiro jogo. Conseguimos entrar com os saquês, que aliviaram muito o frio dentro do estádio e, principalmente, a tensão pré-apito inicial. Tomei um litro de saquê inteiro e, assim como o milimétrico bandeira canadense, não vi nenhum gol inglês em Rogério Ceni.
Em festa, saímos do estádio em direção ao Four Seasons, o hotel que ficou a delegação Tricolor. Invadimos os quartos dos jogadores, bebemos todos os mini drinks dos frigobares que tivemos acesso, reviramos todas as camas e festejamos com cada campeão mundial aquele que foi o dia mais feliz de nossas vidas.
Completamente entorpecido de álcool e alegria, voltei com mais dois amigos de taxi de Yokohama para Tóquio. Não me lembro do trajeto e nem que horas chegamos no nosso destino final. Só vi o prejuízo financeiro da viagem de taxi quando a conta chegou no cartão de crédito no valor de quase a viagem de avião Brasil/Japão. Não teve jeito: dividi em 12 vezes e pagava os boletos com um sorriso no rosto. Foi a dívida mais gostosa da minha vida.
Em 2010 lancei o livro “TRI Mundial” contando a aventura no Japão. O livro, licenciado pelo São Paulo, esgotou nas lojas e sites. Foram três mil edições vendidas. Estou procurando uma nova editora para uma nova tiragem. Aguardem.
E você? Onde esteve no dia 18/12/2005?
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(18) Comentários
Mario Hideki
19 de dezembro de 2017Estava lá em Yokohama, muito frio no meio dos japoneses fui até a Independente porque brasileiro gosta é de pular na hora do gol! Inesquecível aliás 2005 foi um ano sensacional!
Erik Santos
19 de dezembro de 2017Salve todo 18 de dezembro desde 2005, um domingo para sempre!!!
Punisher
19 de dezembro de 2017Estava na casa de 2 palmeirenses que gritaram 3 gols bem anulados do Liverpool e tiveram que aguentar a zoeira . Depois saí com meu Ford Ka velhinho na época com um puta som com hino do tricolor e buzina pra acordar a gambazada e mais porcos por aí.
minoru
19 de dezembro de 2017Na época estava no trabalhando no Japão, tava trabalhando no sabado à noite pra domingo. Sai do trabalho as 8 e meia. Só fui pra casa pra tomar um banho e junto com um amigo já fomos pra Yokohama. Pena que não tivemos essa idéia do saque, pq fazia um frio do c* aquele dia. Mas valeu a pena...
Daniel Moura
18 de dezembro de 2017Boa noite Perrone. Aproveitando o espaço, analisei a tabela do campeonato paulista 2018 e achei alguns itens muito estranhos ... Reparei que o Corinthians fará os 4 primeiros jogos no Pacaembu, enquanto o São Paulo fará 3 dos 4 primeiros jogos fora do Morumbi. Isso com uma pré temporada de 12 dias é muito tendencioso e pode desiquilibrar totalmente o campeonato numa contagem de pontos para fases decisivas. Outro ponto é que o São Paulo fará 2 dos 3 classicos fora do Morumbi, inclusive jogará contra o Palmeiras no Allianz Parque, repetindo o mando deles no campeonato paulista do ano passado. De uma olhada nessa tabela, pq estamos sendo passados pra tras faz tempo por federações e confederações investigadas e com intensões obscuras.
Daniel Perrone
19 de dezembro de 2017É sempre assim, amigo. Também reparei. Muita sacanagem. abs
Danilão
18 de dezembro de 2017Assisti pela tv,em casa, com meu pai e meu irmão,um são paulino mais fanático que o outro.Acordei bem cedo, antes do jogo começar já tinha bebido uma garrafa de vinho,até o final do primeiro tempo já estava na terceira,depois perdi a conta...também perdi a conta dos foguetes que soltei,lembro a cada gol anulado eu falava para acalmar meu pai "fica frio,que esse trio mexicano são os melhores do mundo".Depois do jogo fomos lá pra rua, a cada carro são paulino que passava, paravam pra beijar a grande bandeira que compramos e jogamos sobre o muro da frente de casa deixando a mostra o escudo .Devo ter abraçado todos os são paulinos da minha cidade, abraçado e beijado todas as são paulinas também,sabe como é bêbado né? Bêbado campeão aí ninguém segura rs. Foi um dia especial,mas pra quem viveu e se lembra...nada se compara a emoção daquele gol de falta no Zubizarreta em 92.
James Dean
18 de dezembro de 2017Vi o jogo em casa, a TV melhorzinha que tinha havia queimado 1 dia antes (ô azar....) e tive que acompanhar por uma TV de tubo com imagem sofrível. Mas valeu demais, todo ataque do Liverpool era um ataque cardíaco mas, no fundo, algo me dizia que nada passaria pelo Lugano e Ceni, este estava iluminado! Ah, pior.... eu perdi o gol, lembro que acordei tarde e comecei a ver já estava 1x0. Mas tudo bem. Mudando de pato pra ganso..... Até quando vamos permitir que o Cruzeiro nos faça de palhaço hein? Ora.... tá na cara que eles estão quebrados. Que mandem Alisson pra cá, ou então Arrascaeta. Ou devolvam o Hudson, que será útil pra compor elenco apesar de ser limitado. Mas tá ridícula essa novela mexicana, alô presidente, diretoria!!!!!!! Se posicionem, tomem alguma atitude!
H Romeu Pinto
18 de dezembro de 2017Eu estava com 18 anos na época. Estava em casa, em Ribeirão Preto/SP. Tinha vestibular da Vunesp no mesmo dia, a tarde. Festejei a manhã inteira pelas ruas da cidade e, a tarde, fui fazer a prova, pouco me importando se iria ser aprovado ou não! Kkkkkkkkkkkkkkk... que saudade desses tempos!
George de Castro
18 de dezembro de 2017Eu com apenas 12 anos estava reunido com outros São Paulinos em uma casa aqui na cidade de Boracéia-SP. Me lembro que naquele domingo minha mãe me acordou e já estavam fazendo festa na cidade antes mesmo de o jogo começar, muitos fogos e o hino tocando. Durante a partida não foi diferente, por toda cidade a gente poderia ouvir os fogos, a torcida estava realmente acreditando no título. No final do primeiro saimos na rua com bandeiras e fogos para comemorar a vitória parcial até o momento, quando o jogo acabou saímos em carreata, carreata essa foi a maior já vista na cidade.
Raphael Fuji
18 de dezembro de 2017Eu estava no Japão neste dia. Mas não para ver o tricolor, infelizmente. Uma semana antes havia desembarcado no Japão. Com 19 anos e cheio de sonhos, fui para a terra do sol nascente para trabalhar como dekassegui. Eu estava eufórico para o grande jogo. Os colegas que fiz na viagem me convidaram para ir à Yokohama ver o tricolor. Questionei um deles quanto gastaria mais ou menos para ir à Yokohama e o ingresso para o estádio. Ele me respondeu: 50 mil yenes. Era exatamente todo dinheiro que eu tinha disponível para passar um mês inteiro antes de receber. Por um minuto passou pela minha cabeça de ir no jogo e depois eu me virava. Mas fiquei com medo porque estava sozinho, em um país totalmente novo para mim, e com pouco recurso. Decidi não ir. Meus amigos foram e eu fui para a casa de um outro colega assistir o Jogo, pois eu ainda não tinha televisão no meu apartamento. Quando o jogo começou eu estava nervoso, quase infartando. Os minutos foram passando e eu muito apreensivo porque o SP estava sendo encurralado pelo Liverpool. Porém quando o SP fez o gol, eu gritei tanto, que meu colega quase me expulsou com medo dos vizinhos chamarem a policia para ele. Fim de jogo, e eu muito feliz, não conseguia parar de gritar, de fazer barulho e bagunça. Acabei expulso do apartamento dele. Fui para meu apartamento feliz da vida, desfilando o manto sagrado nas ruas de Aichi-Ken. Quase não consegui dormir. A ficha não tinha caído ainda. Naquele dia havia me tornado TRI CAMPEÃO MUNDIAL.
Paulo Dória
18 de dezembro de 2017estava com meu irmão na época eu era são paulino, depois descobri que eles davam o Rabicó ai mudei de time enquanto tinha tempo
Cleiton Ferreira
18 de dezembro de 2017Eu vivi um momento magico na minha infância. Era 1991, ano que eu começava a acompanhar futebol. Eu tinha 7 anos de idade. Poucas crianças tem a experiencia que eu tive. Era o Super São Paulo de Telê Santana. Eu vi tudo aquilo. Olê, olê, olê, olê, Telê, Telê. Raí, Raí, o Terror do Morumbi. Olê, olê, olê, olê, Muller, Muller. Chora Porco imundo, quem tem Raí não precisa de Edmundo. Chora Porco imundo, o Tricolor é campeão do Mundo. Rapaz, eu fiquei encantado ao ver o São Paulo vencendo o Milan. Fizeram terrorismo comigo. Diziam que o São Paulo não aguentaria o Poderoso Milan. No domingo de manhã depois do jogo, o meu sorriso não saía da boca. Ganhamos do Milan. Mas acabou aquela fase. Era preciso reformar o Morumbi. O São Paulo nunca mais disputava a Libertadores. Eu não me incomodava. Só comecei a me incomodar, quando o Corinthians e o Palmeiras começaram a duelar na Libertadores de 99 e 2000. Aí eu queria ver o São Paulo de novo na Libertadores. Perdemos a Copa do Brasil de 2000 com um excelente time. Era para o São Paulo ter ganho. Acontece. Frustado eu fiquei no Campeonato Brasileiro de 2002. Aquela eliminação foi doida. Depois de uma longa espera, no Campeonato Brasileiro de 2003, o São Paulo consegue classificar para a Libertadores. Um baita planejamento foi feito. Perdemos para o ridículo Once Caldas. São Paulo contrata o Leão, o time volta a jogar e se classifica de novo para a Libertadores. Contratações pontuais de Mineiro e Josué. Eu quando ouvi que o São Paulo contratou o Mineiro, eu vibrei como se fosse um gol. Ninguém entendia aqui em casa o porque eu estava comemorando. E aquele time do São Paulo jogava muito. Cadê o tal de Tevez? O KIA? A MSI? Confesso que eu fiquei preocupado com a saída do Leão. Veio o Paulo Autuori. Pra mim o time que jogava bem, melhorou ainda mais com o Autuori. Já na estreia 5 a 1 na MSI da marginal. Fantastico foi o Autuori no mata mata contra o Palmeiras. Mesmo com 10 jogadores ele não retranca o time, ele colocou o Tardelli que conseguiu o penalti, o Rogério vai lá e faz o gol e xô Palmeiras, o Morumbi não é festa suas, dia seguinte é dia de Porcos Tristes. O Ricardo Teixeira na época já estava se vingando do São Paulo. A CBF desfalca o São Paulo, tirando em plena Libertadores o Tardelli, Edcarlos, Fabio Santos para o sub 20 e o Cicinho na Copa das Confederações. Mesmo assim, o São Paulo jogava muito. Uma atuação incrível contra o River aqui e ali. Sem retranca. Na final contra os Paranaenses, show. Primeiro clube brasileiro Tri Campeão da Libertadores. Eu acompanhei a Liga dos Campeões de 2005. O Liverpool era azarão. O Chelsea era mais time, o Milan era mais time. Eu falava pra todo mundo. O São Paulo ganha fácil. Não é que os caras viraram casca de ferida. A imprensa esportiva corintiana esfregava as mãos. Tinha comentaristas, que só faltava dizer: São Paulo perde por W.O que é menos feio! Mas eu não me intimidava. Eu acreditava naquele time. O São Paulo embarca ao Japão. Ali começou a minha adrenalina. Na véspera da semi final eu não durmo. Sufoco. Classificamos. Confesso que não assisti o jogo da semi final do Liverpool. Um amigo meu palmeirense, não tirava o sorriso da boca. Beleza. De sábado para domingo eu não durmo. Duas cenas me arrepiou: Os times entrando em campo e os times enfileirados para o hino. Começa o jogo. O jogo da minha vida de torcedor. O jogo que eu mais esperei. Teve uma hora do jogo, que eu comecei a gostar do São Paulo. Quando o Amoroso faz a finta no zagueiro, eu preparei o grito de gol. Quase. Pensei que seria o Amoroso que faria o gol. Quando o Mineiro faz o gol, eu gritei mais que o Galvão Bueno. Mineiro, muito, muito, mais muito obrigado. Termina o primeiro tempo. Eu vou ao banheiro de casa, sorrindo a toa. Eu pensava, vamos ganhar. Começa o segundo tempo. Que sofrimento. Eu na minha cama estava uma estatua. Eu não olhava para o cronometro. Quando eu olhei, 25 minutos. Rogério Ceni, muito, muito, mais muito obrigado. 40 minutos. Eu escrevendo isso, parece que eu estou revivendo aquele dia. O coração meu parece que agora está diferente, os olhos também. 45 minutos. Não vou chorar cara. 48 minutos, o Rogério cobra o tiro de metas. Pronto, desmontei aqui. Só sei que eu pensava: Existe Santos, Flamengo, Corinthians, Fluminense, Vasco, Cruzeiro. Mas o time Tri Campeão do Mundo, foi o time que meu falecido pai me fez torcer. Pai, muito, muito, mas muito obrigado.
paulo welber
18 de dezembro de 2017Muito show o seu texto
Tiago
18 de dezembro de 2017Cara de arrepiar, parabéns pelo depoimento! Abs tricolor.
LEANDRO MOLINA
18 de dezembro de 2017Este dia é totalmente especial para mim, estava na casa da minha mãezinha, este dia é também o aniversario dela... nunca esqueço... o dia foi completo, e antes mesmo do bandeirinha anular os gols, eu dizia para meu Pai, não esta valido... e o bandeirinha confirmava minha intuição....
Pedro
18 de dezembro de 2017Tinha 17 anos em 2005. Não quis nem sair no dia anterior...Estava a espera de pela primeira vez, ver meu time campeão do mundo, já quem em 92 e 93 era pequeno e não tinha ciência do que aquilo representava. O sol batia na janela da sala, então coloquei minha bandeira para poder ver ao jogo! Eu e meu PAI, infelizmente um corintiano, que dizia que o São Paulo não iria aguentar a pressão!! Ai sai o gol tricolor!! o rojão separado a corrida pelo quintal e a vibração...tomaram conta!! Veio os 40 minutos do segundo tempo!! ja em pé!! sem unhas, nervoso esperando o final... sai o gol anulado (ufa) e no ultimo lance, para fora!!! a explosão!!! Sobrou para meu pai!!! rsrs me levar para a carreta!! com a bandeira na mão!! e gritando que meu time era TRI CAMPEÃO DO MUNDO!!!
ALEXANDRE RASMUSSEM ALVES
18 de dezembro de 2017Assisti o jogo com meu pai e meu irmão na cadeira de rodas , com a doença dele cada vez mais grave, no final ganhei um abraço dele chorando, aliás todos chorando eu meu pai e ele. Pouco tempo depois ele veio a falecer , mas nunca esqueci o abraço do final do jogo