Estive na última quinta-feira no Sport Integrity & Innovation, evento promovido pelo São Paulo que discute ações para um futebol brasileiro responsável, inclusivo e cada vez mais inovador.
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Tive a oportunidade de bater um papo franco e informal com um dos palestrantes do evento, o sr. Wallim Vasconcellos, sócio da Iposeira Capital. Wallim é bastante conhecido por sua trajetória noFlamengo, onde atuou como vice-presidente de futebol e finanças nas gestões de Eduardo Bandeira de Mello e Rodolfo Landim.
Ele foi um dos responsáveis pela reconstrução do clube carioca. Wallim disse na palestra que pegou um Flamengo mergulhado em R$ 800 milhões de dívida e com apenas 200 milhões de receitas. Segundo ele, imaginava-se que o Flamengo demoraria cerca de cinco anos para se recuperar financeiramente mas, com uma ação austera e enérgica, conseguiu reconquistar a credibilidade perdida no mercado, parcelar a dívida em três anos e levantar o clube.
Para isso, o Flamengo teve que tomar ações imediatas e impopulares. “Tivemos que dispensar Vágner Love e Ibson e montar times nada estrelados” – disse ele a mim. Em três anos o Flamengo passou de falido para um dos líderes de receitas e exemplo de gestão no futebol contemporâneo. Segundo ele, os atuais elencos rubro-negros estão dentro dos orçamentos previstos e não geram déficit.
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Citei o São Paulo como exemplo a ser recuperado e Wallim me disse que, segundo ele, o Tricolor faz parte de um quarteto de gigantes em termos de potencial de receita, ao lado de Corinthians, Vasco e o próprio Flamengo. O ex-diretor comentou que o Palmeiras entra neste hall hoje pela sua excepcional gestão.
Isso posto, Wallim não titubeou ao me dizer que é perfeitamente possível o Tricolor seguir os passos do Flamengo e se recuperar com suas próprias pernas, sem depender de investimentos terceiros ou virar uma SAF emergencial, porém terá que ser ainda mais austero nos próximos anos e deixar isso bem claro a sua torcida.
O ex-diretor me disse que desde o primeiro dia de mandato explicou a delicada situação a torcida e que o remédio seria amargo e começou a executar o plano de reconstrução, mesmo com as “porradas” da torcida.
Informalmente, Wallim me disse que acha inacreditável o Tricolor com o patrimônio e marca que tem ganhar somente uma Copa do Brasil e Sul-Americana em dez anos. Segundo ele, o São Paulo tem uma marca gigantesca no mercado mas precisará se recuperar com medidas impopulares para equacionar o seu financeiro.
“Se é com a atual gestão eu não sei pois não estou envolvido. Mas uma coisa é certa: vocês precisarão dispensar os Vágners Loves e Ibsons de vocês” – ele me comentou de maneira informal.
Um assunto ficou na minha cabeça: a credibilidade no mercado durante uma reconstrução. Wallim me disse que se a gestão falhar neste quesito, os investidores que vieram uma vez não retornam mais.
Enfim, foi muito bom o papo com Wallim Vasconcellos, importante figura do futebol brasileiro. O Tricolor, que antes era referência dentro e fora de campo, na minha visão hoje precisa se guiar por trabalhos que deram certo. O Flamengo de bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos é um deles.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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