OPINIÃO São Paulo 1×1 Corinthians

Empate com gosto de derrota, arbitragem tendenciosa e com um São Paulo estabelecendo confiança para sair da zona da lama. Foi assim que vi o clássico com mais de sessenta mil pessoas no Morumbi, recorde do ano. Assim, aos poucos o Tricolor vai somando seus pontos para fugir da parte debaixo da tabela.

 

Certamente esse foi o jogo que melhor se viu o dedo de Dorival Junior: um time ofensivo, aguerrido e muito bem postado em campo. O São Paulo sodomizou o líder do campeonato sem dó. O primeiro tempo foi praticamente perfeito; o time não deu espaços ao adversário e, se tivesse mais capricho nas finalizações ou o juiz validado uma bola na mão corinthiana dentro da área, poderia ter ido ao vestiário com uma folga maior no placar. A aplicação coletiva e o golaço de Petros foram os destaques num São Paulo seguro e agressivo em campo.

 

Já na segunda etapa, esperava-se o Corinthians adiantando as linhas para agredir o Tricolor. O que não se esperava eram as decisões erradas da arbitragem em três lances capitais razoavelmente fáceis de se apitar: a atrasada de bola de Pablo a Cássio na pequena área, o gol invalidado, oriundo de um escanteio e a suposta falta em cima de Junior Tavares no tento dos visitantes. Três lances capitais que, se fossem marcados (ao menos um), poderiam determinar a realidade no placar. Numa era em que estamos lutando a favor ou não de arbitragem de vídeo, o jogo deste domingo foi mais um argumento para o futebol ser menos ‘injusto’ com os profissionais que nele trabalham.

 

Também é bom dizer que se tivéssemos um bastidor atuante, essa arbitragem não teria a moleza que teve no Morumbi. Porém, nosso presidente, ao invés de atuar junto a Federação, CBF e comissão de arbitragem, prefere trabalhar contra o próprio patrimônio, desvalorizando atletas, ídolos e seu fornecedor em uma patética entrevista que não deveria nem ter hora para ser feita. Não é esse tipo de transparência que queremos do São Paulo, Leco. Trabalhe calado, recupere o clube em seus meses de gestão e não procure confronto com sua própria coletividade.

 

Apesar do empate e das ‘injustiças’ nos noventa minutos, penso que o saldo foi positivo para o Tricolor, que foi melhor nos dois tempos. Tenho certeza que iremos recuperar os pontos desse clássico em algum jogo fora de casa. O time já vem estabelecendo uma confiança e uma identidade de jogo mais adequada para sua grandeza. Além disso, na situação que estamos dentro de uma competição de tiro longo, há de ser pragmático e não deixar de somar pontos nunca. O torcedor que saiu frustrado também precisa entender que num torneio de pontos corridos não se é campeão ou que se sai da zona de rebaixamento em um passe de mágica. O placar não foi o previsto, principalmente no desenho do jogo mas há de se ter orgulho da atuação do time.

 

Com trabalho, bico calado e a torcida presente e atuando como um décimo segundo jogador como vem fazendo, fecharemos esse ano com minima dignidade para, aí sim depois, cobrar bastante um planejamento voltado para retomar as conquistas.

 

Nota dos personagens da partida:

Sidão Pouquíssimo trabalho, uma boa defesa. Sem culpa no gol. Nota: 6,5

Militão Manteve a regularidade na direita. Está entregando bem! Nota: 7,5

Arboleda Mais uma partida de destaque. Botou o Jô no bolso. Nota: 8,5

Rodrigo Caio Atuação regular, sem grandes sustos. Nota: 6,5

Junior Tavares Falta ou não, seu lance individual deu números ao jogo. O menino tem que aprender que, atuando na linha defensiva, na frente do placar e sendo pressionado, tem que meter uma bica para a lateral. Jogar defensivamente sem erros. Nota: 4,5

Petros Liderança, personalidade e, desta vez um golaço! Nota: DEZ!

Hernanes Partida apenas regular como segundo volante. Descalibrado.  Nota: 6,0

Cueva Jogou mais na sua e foi bem no clássico. Saiu exausto. Nota: 8,0

Lucas Fernandes Cumpriu bem a recomposição mas falhou ofensivamente. Nota: 6,5

Marcos Guilherme Jogou para o time. Importante na recomposição. Nota: 7,0

Pratto Muito dedicado, joga muita bola. Daqui a pouco abre a porteira dos gols. Nota: 8,0

Denílson Entrou e não conseguiu manter a dedicada função marcar/atacar. Nota: 5,0

Jucilei Entrou para fechar o meio-campo, sem grande destaque. Nota: 5,5

Maicosuel Sem nota.

 

Dorival Junior Primeiro tempo impecável. Na segunda etapa tentou dar gás novo ao trocar os atacantes de lado e promover a entrada de Jucilei mas foi infeliz, ao menos na entrada de Denílson. Apesar disso, vi pela primeira vez um São Paulo mais ajustado a sua filosofia de jogo. Goste ou não, se o São Paulo pecou na segunda etapa (para mim não pecou), foi por Dorival não ter mudado o seu perfil. Nota: 9,0

 

Arbitragem Essa sim, influenciou diretamente no resultado. Muita tendência só para um lado em pisões dos jogadores, bola na mão na grande área, gol invalidado e a falta que originou o tento corinthiano, que se fosse marcada não teria nenhum problema no jogo. E ainda tem gente que ainda defende futebol sem a ajuda eventual da arbitragem de vídeo em lances capitais como os que ocorreram no Morumbi.

 

Torcida do São Paulo Mais uma vez compareceu em peso (recorde de público) e apoiou até o fim. Mesmo com o empate, segue prestigiando os jogadores. Se é que tem alguma coisa boa em 2017, essa coisa é a mudança de patamar da nossa torcida. Nota DEZ!

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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