Não há futuro no Tricolor que não seja a gestão independente no futebol

Passado o jogo diante do Talleres e o péssimo resultado que praticamente coloca o São Paulo fora da Libertadores 2019 logo na sua primeira partida válida pela competição internacional, é hora de mais uma reflexão sobre o momento do clube, as causas da crise e o futuro.

 

O jornalista Alexandre Lozetti definiu com maestria o episódio “Aeroleco” em um texto de sua autoria no Globoesporte.com. O jornalista esteve presente no lançamento da campanha de Leco para presidente e, assim como eu, ouviu todas as promessas passadas pelas duas chapas concorrentes. Isso é, sabe bem o que está escrevendo. O São Paulo hoje é refém dos seus administradores e conselheiros e sobrevive sem perspectiva de futuro. Vale a pena ler e reler o texto de Lozetti.

 

O Tricolor está afundado num sistema de comando muito semelhante ao Brasil. Qualquer um que administrar o clube no regime atual estará submetido a apoio político em troca de benefícios. Leco, que poderia mudar algo amparado no novo estatuto, é mais uma decepção entre tantas outras. Pimenta, grande vencedor no passado e recente adversário político, estava entre os vinte e cinco conselheiros no avião SP/Córdoba/SP, assim como muitos conselheiros aliados e alguns opositores. Isso só para falar dos dois maiores nomes da situação e oposição Tricolor. Como dizia Ney Matogrosso em um de seus célebres hits, “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come“.

 

Sim, o “Aeroleco” é uma vergonha para qualquer torcedor que tenha as cinco pontas tatuadas dentro de seu coração, mas infelizmente é considerado um procedimento natural entre a maioria dos que habitam o comando do Tricolor e o Conselho Deliberativo nos últimos anos. O Conselho, local das maiores decisões do clube, é uma espécie de senado brasileiro, com suas regras, seus conchavos e sua cegueira em relação a realidade. Se Brasilia fica distante da realidade do país, o bar da sauna e as churrasqueiras do clube ficam distantes da realidade monstruosa que o futebol se encontra. Triste.

 

Como inverter a situação? Mudar o São Paulo não é só recuperar o clube saudável financeiramente ou contratar onze selecionáveis ano a ano, como pregou Leco e Pimenta. É preciso atitude coletiva para mudar de verdade a relação entre o clube e seu futebol, criando uma gestão independente e competente para o futebol. No modelo independente, a competência pode ser avaliada de tempos em tempos pelo Conselho de Administração e trocada se necessário. A gestão do futebol, essa sim, nunca poderia ter sua independência negociada.

 

O sistema político enraizado no Tricolor é a maior causa da crise de títulos que o clube vive, mas não pode ser a desculpa para não mudar o que está errado. Porém, é preciso informar o torcedor que essa tal atitude coletiva para a independência do futebol como gestão não irá acontecer nos próximos anos. Pior: corre o risco de nunca acontecer. Não há vontade alguma do Conselho de separar o social do futebol. Para a maioria dos conselheiros (situação ou oposição), entregar o clube para gestores independentes é arriscar a identidade ou até mesmo o futuro da instituição.

 

Não vejo desta maneira e vou continuar expondo essa bandeira da separação social/futebol pois acho que não há futuro no São Paulo que não seja a gestão independente no futebol. Para o bem de todos os que vibram, sofrem e vivem por este clube.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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