Marcos Guilherme chegou faz pouco tempo no São Paulo, porém uma declaração dada em uma simples coletiva evidencia ainda mais a nova fase que vive o torcedor são-paulino. O atacante disse que cada atleta dá um pouco mais de si para retribuir o apoio incondicional da torcida, mesmo na zona do rebaixamento.
“No último jogo, quando chegamos e vimos a festa, arrepiou todo mundo. Você acaba dando um pouco a mais. Estamos jogando por eles. Não estamos no lugar que a torcida merece.” – disse ele na coletiva (via Globoesporte.com)
Com a declaração, Marcos Guilherme mostra que já percebeu o que é o São Paulo e entre muitas coisas que precisam ser ajustadas no clube, uma delas é sem dúvida o resgate e definição de seu conceito original. Cada vez mais, o torcedor são-paulino dá demonstrações que não é mais elitizado ou soberbo e usa a devoção e fé para empurrar a equipe no Morumbi.
Deste modo, o rótulo “Soberano”, inicialmente usado para nomear os dois filmes que narram as recentes conquistas do clube, é pouco a pouco sepultado pela terceira maior torcida do país. Soberanas foram as épicas glórias do tricampeonato brasileiro consecutivo e o mundial de clubes de 2005, assim como todas as outras conquistas do Tricolor. Porém, nosso DNA não é de soberania e sim é de paixão, devoção e fé.
É essa mística quase religiosa que embala o clube e seus devotos desde nossa fundação. Foi assim em 1943 quando a moeda caiu de pé e o São Paulo foi campeão estadual, contrariando todas as previsões da época; foi assim durante as vacas magras da construção do Morumbi, quando muitos classificavam os diretores do São Paulo de ‘loucos’ por recusarem o Pacaembu pelo sonho do Cícero Pompeu de Toledo; foi assim na final do Brasileirão de 1986 quando Careca calou os auto-falantes do Brinco de Ouro da Princesa nos acréscimos da prorrogação; foi assim nos três mundiais de clubes, quando éramos taxados de ‘primos pobres’ da América do Sul e foi assim em 2008 quando todos já entregavam a faixa ao Grêmio, “campeão do primeiro turno” do Brasileirão da época.
É verdade que o Marketing/Comunicação do São Paulo há algum tempo não utiliza o “Soberano” no clube mas é preciso que os profissionais que lá estão definam de uma vez por todas o belo, histórico e genuíno “Clube da Fé” como mantra definitivo do Tricolor. Há muita coisa para se explorar nesse universo traçado pela nossa própria história
“Fora, Soberano”: não precisamos dizer que somos maiores ou menores que nenhum outro clube muito menos contabilizar nossas glórias. Somos diferentes de todos e temos uma história única para passar de pai para filhos. Digite “Clube da Fé”no Google e verás: a verdadeira identidade do São Paulo sempre esteve a um palmo de distância de todos nós.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(8) Comentários
Heron
17 de agosto de 2017vcs estão caindo na conversa dos corintianos e palmeirenses com essa campanha contra o próprio clube, não vejo nada demais nessa alcunha "soberano" pois como já disseram, foi tema de dois documentários. "todo poderoso" - "o campeão do século" pode, pq "soberano" não ? Todas as torcidas são soberbas gente, não caiam nessa de ficar fazendo campanha contra o próprio clube, a verdade é que o termo "soberano" irritou muitos que não é são paulinos, e lançaram a semente que isso é soberbo, pura bobagem isso na minha opinião. Soberano ou clube da fé, usem oq achar melhor, a questão é que o clube vive uma má fase e por isso esse caças as bruxas até nas alcunhas que a torcida usa, mas é só voltar a ganhar títulos que o termo "soberano" volta com tudo. Por isso que eu to falando, essa discussão em torno desse tema é bobagem !
Bruno
17 de agosto de 2017A questão não é deixar de ser soberano. Isso em termos de conquistas ainda não deixamos de ser. Mas todos os clubes tem um mantra. E o Clube da Fé é o do SPFC desde "sempre". Acho que usar mais isso é importante sim. O Barcelona e outros clubes também possuem essa identidade. acho importante sim. E humildade nunca fez mal a ninguém. abs.
Heron
17 de agosto de 2017Bruno, por isso que eu to falando que é bobagem discutir isso, se vc gosta mais do "clube da fé" use a vontade, mas tbm fazer campanha para os outros torcedores são paulinos deixarem de usar o termo "soberano" tbm pode ser visto como falta de humildade. Eu só quis demonstrar que não é apenas a torcida do SPFC que é "soberba", os nossos rivais tbm fazem o mesmo e não vejo essa discussão entre eles.
Wilson
17 de agosto de 2017Olá Achei muito legal o post... tenho 48 anos e acredito que os torcedores dessa geração não concordam com essa de soberania..Isso trouxe uma imagem muito ruim ao clube..Não precisamos de rótulos para exaltar nossas conquistas elas falam por si só. Acredito que o clube tenha sim que ressaltar esse mantra de ( CLUBE DA FÉ ).. abs
Guilherme
16 de agosto de 2017O pensamento é bem esse, Perrone. O jeito para mudar é tirar essa máscara de "Soberano". Trabalho com assessoria de imprensa. Já tive jogador no SP e pude frequentar os corredores do Tricolor - meu time, inclusive. O que constatei recentemente é que o status de soberania é presente na filosofia daqueles que trabalham para o SP. Coloque nesse grupo: Comunicação, Gestão e Administração. Quem convive no ambiente do CT, percebe que o SP vem ladeira a baixo porque aqueles que estão no comando pensam com soberba. E esse sentimento faz com que não exista humildade. Precisamos ser humildes para recomeçar, replanejar, repensar e reagir.
Junior
16 de agosto de 2017Ultimamente tenho visto muitos torcedores reclamarem do rótulo “Soberano”, como se fosse por causa disso que estamos numa péssima fase, e sinceramente não vejo motivos para tanta comoção. Obviamente os últimos anos não foram bons para nós, mas ironicamente, mesmo assim continuamos com único Tri-Hexa Brasileiro, único Brasileiro Tri-Campeão Mundial, e junto ao Santos únicos Tri-Campeão da América. Na verdade, às vezes penso que muitos São Paulinos não tem noção da sorte que tem de torcer para o São Paulo Futebol Clube. Qual o torcedor pode ver tantas glórias (todas merecidíssimas, diferente de muitos times por aí) como as nossas? Qual outro clube já atravessou o mundo para ganhar de Barcelona, Milan e Liverpol? Qual outro clube viu um GOLEIRO (!?!?!?!?!?) fazer mais de 100 gols? Enfim, não vou falar de todas, pois se não daria uma página inteira... Desculpe, mas clamar para que seja retirado o rótulo de Soberano é um favor para os adversários, que tanto nos invejam, justamente por causa de conquistas como essas que falei. Alias, você sabe porque nos chamam de bambis? Justamente, porque quando o assunto é futebol, não tem como eles discutirem conosco. Não há feito deles que se comparem com os nossos, assim a única forma deles tirarem sarro é com apelidinhos bestas, e que nada se relacionam a futebol. Portanto, Soberano é um apelido que ganhamos no campo, com vitórias e conquistas! E temos sim o direito de usá-lo... Você mesmo nos chama de torcedores do maior do mundo (e concordo plenamente com isso!) Também gosto de “Time da Fé” e a história da moeda é magnífica, e qualquer um desses mantras eu aceito com orgulho. Mas uma coisa não exclui a outra. e só não entendo o porque do ódio (provocado por nós mesmos) recente ao Soberano... Por fim, quero dizer que sou muito o fã do seu trabalho, e sempre acompanho e sempre irei. Parabéns pelo excelente trabalho!
Ge Lopz
16 de agosto de 2017Clube "Soberano", jogador elevado a e chamado/tratado como "Mito". A derrocada começou aí... Pura SOBERBA.
Celso Teixeira Gonçalves
16 de agosto de 2017Reza a lenda que na reunião do conselho arbitral que definiria o regulamento do Campeonato Paulista de 1943, os presidentes dos times debateram normas e mais normas, detalhes após detalhes quando, encerrada a discussão, um dirigente ou repórter teria afirmado que tudo aquilo não seria necessário, que bastaria jogar ao ar uma moeda para definir o vencedor daquele ano. Se ao cair desse cara, o campeão seria o candidato alvinegro, se desse coroa, o postulante alviverde - até então os tradicionais favoritos. - "Mas e o São Paulo?" - Questionaram-se, levando a dúvida também ao representante do Tricolor. Como toda mitologia que se preze, muitas versões diferentes existem a partir daqui. Em uma das histórias, um dos cartolas rivais ou dos jornalistas presentes teria afirmado: "Só se a moeda cair em pé!". E os dirigentes tricolores compraram a idéia, afinal éramos o Clube da Fé: "A moeda vai cair em pé!". O São Paulo tratou de se reforçar mais ainda. Trouxe Zezé Procópio, Noronha, Ruy, Zarzur e Sastre - que os rivais chamavam de "Desastre", por considerá-lo velho - e o time deslanchou. No dia 3 de outubro de 1943, após uma belíssima campanha e um empate em 0x0 com o Palmeiras, pois bem, a moeda caiu em pé e o São Paulo sagrou-se pela segunda vez campeão paulista daquele ano!