Vinte e cinco de fevereiro: essa data nunca passará batida para mim. Foi o dia e o mês da maior final que eu presenciei na minha história no futebol. Foi no dia 25/02/1987 que o São paulo conquistou, de forma absolutamente emocionante, o seu segundo Campeonato Brasileiro. O campeonato de 1986!
A final no Brinco de Ouro da Princesa praticamente redimiu, no talento dos pouco mais de vinte e dois jogadores em campo, o desastre de organização que foi o torneio, que começou em 1986 e terminou no ano seguinte e contou com oitenta clubes, 680 jogos e a consagração de Antônio de Oliveira Filho, o Careca.
A final, que terminou 3×3 na prorrogação e foi definida nos pênaltis, está divulgada a torto e a direito na internet. Queria compartilhar algo absolutamente particular: foi a minha primeira final presente num estádio que não fosse o Morumbi. Com 14 anos na época, viajei com meu pai para Campinas na expectativa de ser campeão. Depois de um primeiro tempo eletrizante, a prorrogação reservou momentos de alta tensão, com o Guarani em vantagem (2×1) até o último minuto do segundo tempo. Desesperançoso e ouvindo o hino do Bugre ecoando nos auto-falantes, meu pai me deixou perto do túnel de saída das arquibancadas visitantes e foi ao banheiro para, logo em seguida, voltarmos para São Paulo antes do apito final.
O gol antológico de Careca aos 14 minutos do segundo tempo o fez sair do banheiro desesperado e de calças arriadas comemorar comigo e os tricolores das arquibancadas aquilo que seria, após outra disputa dramática nos pênaltis, o segundo título brasileiro de sua história.
De todos os títulos que estive presente, e não foram poucos, esse para mim foi e sempre será o mais especial. Foi lá em Campinas, e diante de uma equipe fortíssima como a do Guarani daquele ano, que percebi o que ser são-paulino é mais que torcer para um clube de futebol. É levar a fé no coração até o último segundo. Sempre!
Agradeço a Deus e meu falecido pai por estar em Campinas naquele momento.
Obrigado por me fazerem são-paulino!
São Paulo 3×3 Guarani (final de 1986) no Blog Imortais do Futebol.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(7) Comentários
Adriano Oliveira
28 de fevereiro de 2018Até hoje foi a única vez que chorei em uma partida de futebol. Eu tinha 15 anos, e na época morava em São José dos Campos e era o único Tricolor no meio de vários gambás e porcos. Tirei muito barato deles.
Guilherme Guastaldi
27 de fevereiro de 2018Foi o dia em que eu nasci e mais precisamente na hora do gol do Careca! Por isso sou São Paulino!
Carlos Oliveira
26 de fevereiro de 2018Eu tambem estava lá. No ultimo degrau da arquibancada atrás do gol (onde estava a torcida do SP. Bons tempos.
Guilherme Diniz
26 de fevereiro de 2018Muito obrigado pela menção ao Imortais, Perrone! Abraço! Guilherme Diniz
Daniel Perrone
26 de fevereiro de 2018Guilherme, ótimo trabalho. abs!
Ronaldo Lucio
25 de fevereiro de 2018Foi a final de minha vida também. Morava no interior (Jaú), mas vim com meu pai assistir o primeiro jogo no Morumbi. A partida de volta, tivemos que ouvir o segundo tempo todo no rádio do carro, pois a cidade toda estava sem luz. Pelo menos a energia voltou para a prorrogação também nos jogadores, afinal foi 2x2 na prorrogação. Aos 14 minutos do segundo tempo da prorrogação, já chorava a perda do título ao lado de minhas camisas tricolores estendidas no chão quando Careca acertou aquela "tirombaço" pra empatar o jogo. O choro de tristeza se transformou em alegria, com o penalti de Wagner "Picanha" (o narrador da TV Cultura, que transmitia o jogo, ainda chegou a gritar "errou", mas a bola estava lá dentro) e com a taça.
Mauricio Leopoldo
25 de fevereiro de 2018Eu também sofri muito neste dia. Mas o assunto é outro. Esta modernidade que você apoia vai afundar o São Paulo Futebol Clube. Para mim não passa de incompetência e arrogância do Rai e Ricardo Rocha que querem se fixar como diretores que não mandam treinador embora por mais que ele seja muito ruim. O grotesco Leco para dividir a responsabilidade e conseguir contratar o Rai como executivo do nosso futebol deu carta branca para ele e agora ficou refém deles, pois tem aguentar caladinho todas as críticas que recebe de seus pares e da torcida.