Athletico Paranaense e São Paulo se enfrentarão pela décima terceira rodada do Brasileirão nesta quarta-feira às 19h15, na Arena da Baixada. Por uma questão contratual, a televisão não transmitirá a partida, obrigando os torcedores que não comparecerem ao estádio a acompanharem a bola rolando pelo rádio.
Muita gente entende que ouvir um jogo de futebol sem os olhos é um suplício, principalmente os com menos de vinte anos, desacostumados com as ondas sonoras produzidas em AM, FM ou streaming. Eu digo o contrário. O jogo desta noite é uma grande oportunidade de exercitar a imaginação com um veículo que nunca morrerá na história da comunicação.
Claro, aqui quem vos fala é um torcedor que passou dos quarenta anos, que viveu grandes momentos ao lado de um radinho de pilha, acompanhando grandes jogos do Tricolor. Meu pai, que me ensinou a acompanhar o clube no frio e duro cimento do Morumbi e comer amendoim vendido em grandes sacos, também me passou a nobre arte de escutar, ou até mesmo imaginar a partida através dos decibéis do rádio.
Quando pequeno, cansei de ouvir partidas épicas como a tumultuada final de 1985 entre São Paulo e Portuguesa, que ficaram muito mais emocionantes nas vozes de José Silvério e Osmar Santos. Lembro dos comentários sóbrios de Orlando Duarte (uma das minhas maiores inspirações para escrever o blog), do árbitro voltando um pênalti entre São Paulo e Santos de tanto que o então comentarista Milton Neves repetia que não havia sido penalidade e dos épicos “Terceiros Tempos” que ouvíamos enquanto esperávamos a manada de carros saírem dos estacionamentos clandestinos do Morumbi, entre outras marcantes lembranças. Hoje em dia, para alguns, ouvir rádio é colocar uma playlist do Spotfy ou do Deezer. Digo de peito aberto: é completamente diferente. Rádio é vida!
Portanto, hoje é dia de aproveitar a situação inusitada e relembrar a época de ouro das transmissões esportivas pelo rádio. Os exageros como a bola na intermediária e o narrador se matando, como se estivesse na pequena área, as polêmicas do “pênalti ou “pêeeenalti” e os comentários ponderados ou inflamados dos que gostam de exercitar a nossa imaginação. Vou ouvir o rádio e recomendo a todo mundo: a aqueles que, como eu, também viveram essa época ou os mais jovens. Nesta quarta teremos uma opinião diferente, baseada no “radinho“. Saudável, educativo e essencial para qualquer torcedor.
Para a empreitada, indico a Rádio SPFC Digital, que cobre os jogos do São Paulo. Seus profissionais estarão na Arena da Baixada e levarão a emoção do jogo via streaming para milhares de São-Paulinos no mundo. Vamos nessa? Então aí vai a icônica frase do ‘pai da matéria’, o narrador Osmar Santos: “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha, meu amigo!”
“All we hear is radio ga ga
Radio blah blah
Radio, what’s new?
Radio, someone still loves you”
– Queen –
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(13) Comentários
Sergio Melo
21 de agosto de 2019Depois do jogo haverá melhores momentos em vídeo?
Fernando Antonio Girardi
21 de agosto de 2019Arrepiante seu texto...hj tenho meu programa de rádio e meu jornal na TV.Escolhi a profissão justamente pela paixão que adquiri menino do interior do Paraná ouvindo os jogos do tricolor no radinho de pilha. Isso me levou a ser radialista e hj também jornalista. Viva o rádio e viva o tricolor.
Daniel Perrone
21 de agosto de 2019Viva o rádio, Fernando!
PAULO CÉSAR FERREIRA
21 de agosto de 2019Parabéns pelo texto. Incríveis e memoráveis: Fiori Gigliotti e Osmar Santos!
Oswaldo-SJC
21 de agosto de 2019O Melhor programa de rádio que escutava após todos os jogos do São Paulo era o "Show de Rádio" com o épico Didou do Morumbi e seu mordomo Arquibaldo. Quando o SPFC estava para marcar um Gol, Didou escutava a Valsa "Danúbio Azul". Perrone nem era desta época.
Eduardo
21 de agosto de 2019Daniel, entendo e respeito sua relação afetiva narrada neste post. Sempre que vou ao Morumbi vou munido com meus fones de ouvido para acompanhar o jogo. Porém, você não crê que seria importante uma discussão sobre os porquês dessa situação? Como num momento como esse, que demanda internacionalização, novos patrocínios etc. As detentora de transmissão não conseguirem chegar a um acordo. Mesmo que fosse ambas transmitindo? Essa foi a pior solução, não só para nós torcedores, mas para o futebol brasileiro.
Daniel Perrone
21 de agosto de 2019Eduardo: hoje em dia cada clube pode negociar separadamente com a emissora que quiser. No Brasil, os clubes são tão desunidos que, ao invés de criarem uma liga forte e negociarem juntos as cotas, um se acha mais que o outro. O resultado é esse. Para mim a culpa é mais dos clubes que das emissoras. abs
Antonio
21 de agosto de 2019Globo: Não quer pagar o que o Athletico Paranaense acha q vale Athletico Paranaense: Não quer receber o que a globo oferece (Tem seus motivos) Sem negociação. Sem bom senso. Resultado: Um jogo que milhoes assistiriam. O que seria bom paras os 2 times, paras os anunciantes e para os torcedores. O Segundo jogo do Daniel Alves pelo São Paulo.
OZZMAIR
21 de agosto de 2019Fiori Gigliotti era um monstro.
Thiago
21 de agosto de 2019Ouvir no Rádio é simplesmente sensacional. Digo mais, fundamental para formação do caráter torcedor. Muitas vezes, quando tem transmissão na Tv, prefiro ouvir no rádio em algum cômodo da casa e ir para frente da tela somente em lances capitais. A emoção imaginada sempre é mais bonita. Sem falar que é de lei ir para o Morumbi ouvindo todas aberturas de jornadas esportivas! Vida longa ao rádio!
Daniel Perrone
21 de agosto de 2019Eu também acho que faz parte da formação do torcedor mas devemos entender que hoje em dia não dá para exigir que a molecada ouça rádio. Eles preferem ouvir o playstation. abs
Gabriel
21 de agosto de 2019Eu entendi que a partida de hoje seria transmitida com imagens no YouTube na São Paulo Digital... será somente áudio então?
Daniel Perrone
21 de agosto de 2019Só pode transmissão em audio. abs