Fernando Diniz: responsável sim, porém o menor dos culpados!

Fernando Diniz não é mais técnico do São Paulo. A decisão foi tomada pela cúpula do futebol do clube nesta segunda feira. O treinador deixou o cargo após o “janeiro macabro”, mês de insucessos que tirou do clube a real possibilidade de título do Brasileirão de 2020. Vizolli assumirá interinamente o comando.

 

Na iminência da contratação de Diniz, em setembro de 2019, o jornalista André Hernan havia dito que o nome do treinador havia agradado os líderes do elenco, Hernanes, Pablo e Dani Alves. Ainda nos bastidores daquele momento, os diretores acreditavam que o Diniz tiraria o elenco da zona de conforto, com ideias modernas de jogo.

 

O início de Diniz no Tricolor foi discreto. O treinador não alterou o sistema de jogo de Cuca, seu antecessor, e conseguiu levar o Tricolor a fase de grupos da Libertadores. Em 2020 Diniz teve tempo e liberdade para impor sua filosofia ao elenco. O time alternou bons momentos com eliminações vexatórias até dar a famosa “liga” no Brasileirão, sendo considerado o melhor futebol praticado no Brasil em novembro e dezembro. Quando o torneio parecia encaminhado para o Tricolor, com parte da imprensa dando o título como favas contadas ao clube, a abrupta queda, coincidindo com a troca de gestão no início de janeiro. O time não venceu nenhuma partida no mês, saindo da primeira para a quarta colocação, com quatro derrotas e dois empates: dois pontos em seis jogos.

 

É fato que Fernando Diniz ainda é um técnico jovem e em formação mas desde que chegou ao clube em setembro de 2019, conseguiu empregar um estilo de jogo que permitiu ao Tricolor a liderança do Campeonato Brasileiro de 2020 a dez rodadas do seu final, “iludindo” mais uma vez os torcedores do clube. Mesmo com todas as dificuldades e limitações táticas do treinador, era só o São Paulo cumprir metade do aproveitamento restante que fatalmente levantaria a sua sétima taça. O título estava de fato encaminhado.

 

Isso posto, o que de fato deu errado nesta reta final? Não dá para cravar uma só razão do martírio no Brasileirão mas garanto a vocês que o estranho declínio técnico, físico e tático Tricolor não tem apenas um único nome, como sugere a justa demissão neste momento. A dez jogos do fim, com a tática assimilada, poucos casos de COVID e uma tabela normal, algum fato culposo ou doloso aconteceu para abalar mentalmente o elenco a ponto de abrir mão do título. Que me desculpem os nossos adversários: nessas condições, o São Paulo entregou a taça.

 

Entre Fernando Diniz, o elenco e a direção do São Paulo (e aí eu incluo o modo como o clube é gerido e não apenas os gestores), eu coloco o treinador como o menor dos culpados. Ele é sim, responsável pela inércia tática em algumas situações das partidas mas o time, mesmo com limitações de elenco ou técnicas, estava numa boa condição. Aí, chega uma hora que os jogadores precisam assumir a bronca por eles mesmos. A poucos jogos do encerramento do Brasileirão, um elenco focado e fadado ao sucesso passaria por cima de qualquer situação adversa para levantar o caneco e entrar para a história. O fato é que algo fez esse elenco se acovardar e talvez nunca saberemos o que realmente ocorreu.

 

Voltando a demissão, Diniz sairá sem saudades para muitos torcedores mas, para mim, carrega a menor das cruzes neste calvário que se chama São Paulo Futebol Clube. Esperamos que Júlio Casares e a nova gestão tenha sabedoria para o que virá pela frente.

 

O são-paulino não aguenta mais.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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