Lugano: “elenco de 2020 foi disparado o melhor do São Paulo na década”

Diego Lugano concedeu uma valiosa entrevista para o GE.com dias antes do empate do Tricolor diante do Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro de 2020. O hoje comentarista dos canais Disney falou da dificuldade da transição jogador/diretor, as gritantes diferenças entre o Morumbi e o CT da Barra Funda e assuntos do futebol Tricolor.

 

Sobre sua experiência como diretor, Lugano admitiu ser um mundo completamente diferente do que vivia no fechado convívio do futebol na Barra Funda. “As vezes na Barra Funda não se enxerga. Eu como jogador não enxergava.” – disse ele, se referindo a amplitude de situações que o clube enfrenta além do futebol. Lugano falou que como jogador, em 2017, queria “matar” o diretor financeiro por não cumprir com o pagamento dos bichos nas datas acordadas mas quando virou de lado entendeu que estava errado, enxergando somente o lado dos jogadores na época.

 

“É como se o São Paulo tivesse mundos diferentes: CT da Barra Funda, Morumbi e Cotia. Não há uma interação real. É difícil equilibrar esse relacionamento. Não é fácil. Como jogador achava que deveria ser mais fácil, mas não é na realidade.” – disse ele.

 

Foi interessante ouvir do ex-dirigente que, como jogador, ele tinha acesso a decisões e que no clube existia uma hierarquia a ser cumprida. Lugano tinha liberdade total para opinar mas não decidir. E que decisões no Morumbi são tomadas com influência direta política. “Por isso falo que o São Paulo tem muita política e a pressão se multiplica.” – concluiu.

 

Em um dos pontos mais interessantes, Lugano rechaçou qualquer desavença de Diego Aguirre, técnico e Nenê, capitão do time em 2018. Na época o torcedor apontava essa briga como ponto principal da derrocada do título no ano. “A verdade é que se adoram. Tanto que trabalharam juntos no Catar, e Nenê depois manteve relação com ele. Há gestos públicos que não significam o que seja internamente. Então ficou um pouco marcado por isso.” – disse Lugano.

 

O uruguaio afirmou saber da contratação de Fernando Diniz num evento de camarote no estádio e no início apoiou por saber que foi pedido por alguns atletas. “O fato de muitos jogadores terem pedido ou opinado, eu não achei ruim, não. Até achei bom, porque isso envolve mais, dá mais sentido de pertencimento, responsabilidade, mostra que a turma está dentro do que está acontecendo.”– disse.

 

Lugano acabou não acreditando no sucesso do treinador e chegou a falar com Diniz para mudar o estilo de jogo do time, em um encontro sem brigas ou discussões, diferente do propagado entre torcedores. “O São Paulo está na fila de coisas importantes. Nós, diretores, estamos com curto prazo para buscar um título. Nosso tempo estava vencendo.” disse o dirigente, afirmando que o elenco de 2020 foi disparado o melhor que viu desde 2015, quando voltou ao clube.

 

Lugano mais uma vez afirmou a complexidade que é governar um clube tão complexo. “Muito maior e mais complexo do que imaginava. Muita gente capaz no Morumbi, marketing, finanças, institucional, clube, social, contratual, e tudo depende da bola entrar ou não entrar. O Leco mudou estatuto, fez coisas muito boas, mas se a bola não entra tudo está mal. É complexo pra c…. Muita gente participando e fazendo coisas boas para o clube em várias áreas, e quando a bola não entrava, parecia que tudo estava mal.” – disse ele ao GE.com

 

“O elenco de 2020 foi muito bom. Claro, não teve a sorte de ser campeão. Futebol no fim das contas é isso. A bola entrar ou não.” – disse Lugano, se referindo a temporada passada.

 

Achei a entrevista muito bacana. Sincero como sempre, Lugano abordou pontos importantes que talvez façam com que o torcedor entenda a amplitude do clube, as decisões diferentes do futebol e da política, além de assuntos pontuais como Aguirre e Carneiro. Trabalhar no clube é muito complexo. Você tem opinião mas a hierarquia e a guerra de influências comanda as decisões. Vale ler a entrevista completa!

 

Veja a entrevista completa aqui.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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