O meia-atacante Nikão foi apresentado pelo São Paulo nesta quinta-feira, no CT da Barra Funda e recebeu a mitológica camisa dez do clube, anteriormente vestida por Daniel Alves.
A apresentação foi, como tem sido ultimamente no futebol brasileiro, protocolar. Nikão falou do orgulho em vestir a camisa Tricolor e da responsabilidade (leia-se pressão) que terá diante de uma apaixonada mas ultimamente sofrida torcida. O que sai do padrão é o número da camisa dada ao jogador, a famosa dez, vestida por ícones como Pedro Rocha, Raí, Zizinho e Pita, entre outros.
Nikão não é uma contratação bombástica como foi Zizinho, que chegou ídolo em 1957, Adriano Imperador ou até mesmo Dani Alves. Também não é uma promessa como foi Raí, que saiu do rótulo “irmão de Sócrates” para o inverso. Para completar, o novo dez não tem a fineza técnica de um Pedro Rocha ou um Pita, verdadeiros maestros do meio-campo. Ele é mais parecido com um outro camisa dez Tricolor: o antes contestado e depois vitorioso Souza. No Tricolor, o alagoano começou timidamente no banco de reservas mas pouco a pouco foi ganhando espaço na equipe. Com a saída de Cicinho, Souza ganhou uma oportunidade na ala-direita e foi um dos destaques do time em 2006 e 2007. Polivalente, Souza atuou como ala-direito, volante e meia, mostrando técnica e inteligência em campo. E jogou com a dez antes de passar o posto para o Imperador.
Outro que posso citar mais parecido com Nikão é o meia Hugo, que nunca vestiu a camisa 10 no São Paulo (foi onze e até número dezoito) mas sim, jogava como um dez no meio-campo Tricolor. Hugo era homem de confiança de Muricy Ramalho e ficou no São Paulo de 2007 a 2009, ajudando o clube a conquistar os Brasileiros de 2007 e 2008.
Nikão, Souza e Hugo são exemplos de atletas que chamo de “operários da bola”. Não possuem o charme ou a técnica de um verdadeiro maestro, mas representam o clube que passam e deixam boas lembranças ao torcedor, materializadas em taças. Vale dizer que o novo contratado do São Paulo foi considerado o maior jogador da história do Athetico-PR em enquete realizada entre os torcedores do Furacão, em dezembro de 2021. Não é pouca coisa.
Gosto dessa história sem altas expectativas, principalmente quando ela dá certo. Desejo boa sorte ao nosso novo camisa dez. Que Nikão esteja realmente preparado para receber a pressão que o torcedor são-paulino irá naturalmente lhe fazer, e traga títulos a nossa instituição.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(3) Comentários
Mauricio
21 de janeiro de 2022A camisa 10 tinha que ser dada ao Gabriel Sara, assim como a 8 que foi para o Luan. O São Paulo deveria priorizar os jogadores da base que se destacam na distribuição dos números disponíveis. Só entregar a 10 por exemplo a jogadores contratados que de fato sejam considerados diferenciados no mercado. Nos últimos 10 anos nenhum contratado mereceu a 10.
Tiago
21 de janeiro de 2022Concordo com vc, mas acho que colocaram pressão no cara fazendo isso…..a famosa frase “ele não é camisa 10” vai ecoar se ele fizer uns jogos ruins, igual foi com o Daniel Alves…..chamaram a atenção pra ele sem necessidade! A 10 devia ter sido dada pra o Rigoni que já está com moral com a torcida!