A entrevista de Rogério Ceni após a vitória sobre o Santo André foi muito mais interessante que o jogo. Entre outras questões, o treinador respondeu sobre os ruídos de relacionamento entre ele e profissionais do CT da Barra Funda e negou abatimento no trabalho.
Rogério claramente leu a matéria feita pelo UOL, que revelava insatisfação de alguns profissionais do clube com algumas de suas exigências e se preparou para responder o texto para toda a coletividade Tricolor. Citou ser uma pessoa que “pode incomodar” por exigir o melhor para a instituição, negou problemas com jogadores e até revelou um exemplos do que pode ser mudado na infra-estrutura e metodologia de trabalho.
Já falei algumas vezes sobre isso. Rogério ainda é um técnico em formação, com pontos a melhorar com o tempo, mas hoje não há ninguém no mercado melhor que ele para ajudar na melhoria do CT da Barra Funda. É dedicado, perfeccionista e conhece o clube por ter vivido mais de vinte anos por lá. Revolucionou o centro de treinamento e a infra-estrutura do Fortaleza e passou pelas instalações do Flamengo, além de outras instalações de clubes do exterior. Pode ser que ele não consiga atingir o lastro que teve Telê ou Muricy na história via comando técnico mas hoje em dia sua presença e voz são ideais para o que o Tricolor precisa: tocar forte nas feridas abertas do local de trabalho do elenco.
Tão importante também quanto a fala de Rogério foi a manifestação da gestão atual, através do presidente Júlio Casares. Através de um post no Instagram, o presidente reforçou que trouxe Ceni exatamente por essa veia perfeccionista e sabe o que esperar dele. Casares também contou que o São Paulo aos poucos e por prioridades está melhorando a estrutura em todas as unidades, além de integrar a base de Cotia ao profissional da Barra Funda.
Rogério Ceni e Julio Casares serão muito cobrados nos postos que ocupam e isso é absolutamente natural, mas foi extremamente importante essa exposição ao torcedor. Tudo no clube tem potencial e precisa melhorar e nada melhor que um “chato” que doou praticamente toda a sua vida de atleta a instituição, com muito trabalho e glórias conquistadas.
Ou o torcedor compra isso ou trocaremos de técnico sem resolver o problema.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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(9) Comentários
Eugênio Carney
13 de fevereiro de 2022Isso contratamos um zelador que custa 600 mil por mês e em 17 jogos vencemos 6, show. Quando estivermos na segunda divisão mas de piscina cheia, não reclamem
João Carlos
12 de fevereiro de 2022A questão da chatice ou não do iluminado treinador é apenas questão lateral diante do fraco desempenho do time. Todavia, chefia e liderança são coisas distintas; a última certamente não constitui um dos atributos do ambicioso técnico. Dependendo do contexto, toleramos certas figuras que se têm em alta conta, mas, em nosso íntimo, sabemos que não passam de vigaristas, papagaios repetindo a manjada retórica disseminada pelo estelionato da moda: o mantra motivacional dos coaches. Rogério Ceni se enquadra com louvor em tal descrição, já deixou tais digitais por onde passou. Líderes não precisam inchar a veia do pescoço para conseguir convencer; a naturalidade de seus modos precede a linguagem. Finalmente, o querido tricolor ora se encaixa numa espécie de Dilema Tostines, a culpa pelos maus resultados vai muito além daquele que esteja no comando à beira do gramado, inobstante Rogério não seja a pessoa indicada.
Jonas Sartori
11 de fevereiro de 2022Olá, Daniel! Li textos em diversos blogs sobre a questão Rogério Ceni, pré-concebida por mim ainda no ano passado de que ele não seria um bom treinador. Deixei de lado esse meu pré-conceito e comecei a refletir. Resolvi apoiá-lo e dar uma chance para ele. O que ele está tentando fazer agora pode não dar resultados imediatos, mas quem sabe futuramente as coisas melhorem bem. Há muita preguiça e acomodação e não é algo apenas do São Paulo Futebol Clube, isso acontece em todo lugar (na empresa que trabalho, inclusive), se entra alguém que tira a mamata e a zona de conforto, muitos vão reclamar para voltar a ter vida boa. Rogério, faça esse clube voltar a ser grande. Vou acreditar em você.
Daniel Perrone
11 de fevereiro de 2022Cara, estou apostando também. Abração!
Leonardo
10 de fevereiro de 2022Salve Perrone O jogo de ontem pra mim deixou duas coisas muito claras: a primeira é que o Rogério não pode ser técnico do São Paulo, time titular torto, substituições erradas e alguns jogadores tendo mais oportunidades do que deveriam; a segunda é que o São Paulo precisa do Rogério na instituição, e isso é fato, de algum jeito ele precisa estar lá dentro pras coisas voltarem a funcionar no clube. A coisa mais preocupante de tudo é o presidente falar que o Rogério busca a perfeição. Se buscar a perfeição é exigir ter água numa piscina ou exigir que os jogadores façam mais de um período de recuperação para tratar lesões, significa que muita gente lá DEVE sair urgentemente, inclusive o presidente. Aliás, não é função do técnico observar tudo isso nem colocar o dedo na ferida do clube e expor na mídia, mas sei que pra comprar essa briga interna tem que ter moral com a torcida e nome dentro do clube e isso deveria ter sido feito muito antes, mas não por ele, e sim pelo decepcionante coordenador de futebol Muricy Ramalho.
Carlos Aquino
10 de fevereiro de 2022Rogério deixou de usar uma comparação ao Telê Santana, q ajudaria muito ele perante a torcida e imprensa. Numa entrevista do próprio Ceni, ele cita o quanto Telê era chato com tudo no clube, tudo, inclusive, segundo o próprio Ceni, chegava cedo no CT e ia conferir como estava a grama do campo. Se não estivesse boa, ele chamava o responsável e quebrava o pau com o cara. E assim era em todo o clube. Quer ganhar moral Rogério? cita isso nas entrevistas.
valdecir bellini marcolino
10 de fevereiro de 2022Resumindo, Rogério falou o que já sabiamos, o clube virou a casa da mãe Joana e ninguem quer saber de trabalhar....
Absãopaulo
10 de fevereiro de 2022Eu acho que esta acontecendo com o Rogério o mesmo que aconteceu com o Diniz e o Crespo em certo momento rompeu. Técnicos com sistema de jogo determinados, mas com elencos fracos e distantes da suas realidades. O caso do SP, o técnico tem que ser muito sagas, e entender a dinamica e o estilo do elenco, Não da por ex pra entender o Nikão do Atlético e o do SP, parado e cercado na lateral. O time é carente de jogadores diferenciados e na minha opinião é uma loteria achar um técnico que consiga fazer um encaixe para um time que almeja um título e não apenas participar e não cair, agravado pelos problemas financeiros, desgastes de relacionamentos não só vestiário mas situção e oposição , DM desatualizado, enfim, só nos resta para o o momento,o São Rogério superar tudo isso.