Análise inicial do Balanço Financeiro de 2021 do São Paulo Futebol Clube

Conforme obriga o estatuto da instituição, o São Paulo FC publicou o demonstrativo financeiro de 2021 na área de transparência do seu site oficial.

 

Para emitir uma análise mais embasada sobre o assunto, pedi a colaboração do parceiro e administrador Filipe Cunha, do FINANÇAS TRICOLOR que, desde 2017 desenvolve análises independentes e detalhadas dos balanços e das demonstrações de resultado financeiro do São Paulo Futebol Clube em seu twitter.

 

Vamos a primeira análise do Filipe:

 

RECEITA
São Paulo teve um aumento de 33% das receitas em 2021. Entretanto, não podemos considerar tal aumento pois, devido à pandemia, as premiações do Brasileirão e Copa do Brasil de 2020 e parte dos direitos de TV foram pagas somente em 2021.

 

DÍVIDA
A dívida do São Paulo com instituições financeiras aumentou 23% em 2021. Clube devia R$153,6 milhões ao final de 2020 e agora esse valor é de R$188,9 milhões. Houve entretanto uma mudança no perfil da dívida, passando boa parte dela de curto para longo prazo. A dívida de curto prazo (12 meses) representava 80% do total em 2020, diminuiu para 35%.

 

DESPESAS
As despesas com salários e direitos de imagem em 2021 foram 33% maiores que em 2020. Entretanto, como em 2020 houve uma suspensão dos pagamentos devido à pandemia, e parte desses valores foram pagos ano passado, fica difícil saber se houve de fato uma redução na folha salarial do clube.

 

REDUÇÃO DE GASTOS
O São Paulo apresentou em seu relatório que houve uma reformulação administrativa com impacto na redução de gastos com pessoal. No entanto, na DRE (Demonstração de Resultado do Exercício) do clube, observamos justamente o contrário. As despesas com pessoal administrativo se manteve estável (R$16,3 milhões) e as despesas administrativas totais aumentaram 4% em 2021, totalizando R$32,2 milhões.

 

Esta foi a análise inicial. O FINANÇAS TRICOLOR ainda trabalhará com calma a análise de detalhes de outros itens presentes no documento.

 

Aí vai minha opinião. Apesar do perfil da dívida mudar para longo prazo, possibilitando algum investimento no futebol e pagamento mais parcelado de credores, entendo que o São Paulo permanece a cada dia com uma dívida cada vez mais ‘impagável’ pelos seus próprios recursos, se salvando ano sim, ano não pela incrível estrutura criada em Cotia.

 

Penso que, se não houver uma medida radical, o Tricolor permanecerá enxugando gelo diante de rivais munidos de dinheiro, mecenas e e até mesmo clubes medianos com melhor controle de dívidas.

 

Algumas medidas radicais: por que não contratar uma consultoria do Sr. Eduardo Bandeira de Melo, ex-presidente do Flamengo e responsável direto pelo reposicionamento do clube carioca? Por que não abrir o futebol para empresas como a Adidas, Itau, Bradesco (entre outras) em troca de cotas milionárias e auxílio na gestão, como fez e faz o Bayern, de Munique em seu modelo clube-empresa?

 

Conselheiros, está com vocês: enxugar gelo ou promover um salto na instituição.

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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