O caminho é um só!

A coletiva de imprensa do São Paulo após a vexatória derrota diante do Internacional foi melancólica. O presidente Júlio Casares e o técnico Rogério Ceni estiveram frente a frente com os jornalistas com objetivos distintos.

 

O presidente do São Paulo cumpriu a protocolar missão de representar o alto comando do clube, garantir a permanência do técnico e anunciar mudanças no elenco para o ano que vem. “O trabalho do Rogério e da comissão é sério e continua com o planejamento que estamos discutindo., estamos caminhando na reconstrução”, disse Casares antes de dar a palavra para os repórteres entrevistarem o técnico.

 

Rogério confirmou permanência para o próximo ano mas deixou claro que o planejamento para o ano que vem precisará ser diferente. Em um momento da coletiva, o técnico apontou dois caminhos para o clube; ou montar um elenco modesto para diminuir de fato a dívida ou investir em jogadores prontos para buscar títulos. E deixar clara a opção para a torcida.

 

Para mim, o caminho é um só: sofrer no futebol, com transparência para a torcida e diminuir drasticamente a dívida, como o Flamengo fez entre 2013 e 2018.

 

Montar elencos modestos em troca de reestruturação financeira e esportiva foi o caminho que o rubro-negro optou na gestão Eduardo Bandeira de Mello. Com passagem de 35 anos no BNDES, o administrador promoveu uma grande recuperação financeira enquanto promovia equipes medíocres nos cinco anos em que passou pelo clube carioca. Sua gestão foi considerada exemplo para o esporte Brasileiro, sendo destaque no jornal Americano The New York Times pelo modo transparente como foi tratada.

 

A torcida rubro-negra foi esculhambada pelos rivais mas o Flamengo reduziu a divida que passava de R$ 750 milhões em 2012 para R$ 360 milhões em 2017. Hoje o clube carioca é uma das maiores, senão a maior potência esportiva do país, com receitas que passam de um bilhão e elencos estrelados e, até então, sustentáveis. O CT profissional e de base, construídos e modernizados na gestão Bandeira de Mello hoje são referência no país e o clube vai tentar o seu segundo título mundial diante do Real Madrid.

 

Em seu pronunciamento, Casares falou em um São Paulo em reconstrução mas a impressão que dá é que sua gestão optou por abater a dívida de forma branda, sem baixar a folha salarial do elenco, uma das cinco maiores do Brasil. Esse pode ser o erro estratégico, em comparação com o trabalho que o Flamengo realizou. Posso estar errado mas não enxergo uma austeridade financeira real, que mate o problema pela raiz. O gelo continua molhado.

 

Não seria melhor o Tricolor fazer como o Flamengo fez e jogar a real com o torcedor, colocando um prazo para o ‘fim da dívida” e a virada de chave para elencos realmente competitivos, sem morrer na praia? Sei que não é uma atitude populista mas foi exatamente isso que Rogério sugeriu na coletiva e é o que penso ser o mais correto a se fazer, por mais duro que seja. Sofrer para se reerguer!

 

E você torcedor: estaria disposto a sofrer por uma real austeridade financeira?

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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