A atual gestão do São Paulo e alguns grupos da coalizão procuram aprovar no Conselho Deliberativo o FIP, do Fundo de Investimento em Participações, para o CFA de Cotia.
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Em resumo, o clube receberia R$ 250 milhões, com R$ 50 milhões destinados a abater a dívida próxima de 1 bilhão de reais, e R$ 200 milhões em recursos para Cotia. Isso em troca de 30% do resultado líquido da venda de jogadores da base por um período de no mínimo 10 anos.
O São Paulo teria 70% do controle de Cotia. Com o aporte, a base teria como captar jogadores mais prontos e de uma classe maior que o que existe hoje em dia no CFA. O São Paulo escolheria o CEO destinado a Cotia, enquanto que o diretor financeiro seria indicado pela Galápagos.
A promessa seria de uma estrutura altamente profissional, com mais que o dobro de vendas e jogadores mais valiosos para o mercado exterior. Mas fica a pergunta: será que o negócio tem apenas esse viés bom?
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Penso que ainda não. Para recomprar os 30% junto a Galápagos, o Tricolor pode mais que o dobro do valor inicial reaver seu patrimônio, para que essa porcentagem não fique permanentemente com a gestora. Os juros aparentemente seriam altíssimos. Isso sem falar no aporte de R$ 50 milhões para a redução da dívida atual, que não faria nem cócegas na diminuição.
Recentemente Julio Casares disse ao Sport Insider que encomendou um estudo para separação do social com o futebol. Isso tornaria o futebol apto a virar uma SAF num futuro que eu considero ainda não tão próximo do que as pessoas imaginam.
Mas imaginemos que “hoje” o São Paulo estaria apto a receber recursos como uma SAF. Esta amarração pode criar um problema para futuros investidores pois, ao meu ver, a grande galinha de ovos de ouro atualmente está em Cotia.
Soluções?
A ideia de atrelar Cotia a um investimento não é ruim, mas pode ser melhorada. Uma possível solução para o impasse dos 30% que pertenceriam a Galápagos seria um número financeiro que, ao ser atingido, devolveria ao São Paulo a porcentagem total de Cotia. Por exemplo: se o FIP atingisse meio milhão de lucro (um número absolutamente hipotético) o São Paulo teria o direito de reaver sua porcentagem, com a Galápagos tendo seu lucro na operação. Seria uma solução? Não sei, mas impediria que o São Paulo “nunca mais” recuperasse Cotia por completo.
Outra solução seria exigir do FIP um aporte substancialmente maior para o abatimento real da dívida. Não sei quanto, não sei como… mas sei que R$ 50 milhões é apenas 5% do valor aproximado da dívida. Parece banco querendo dar financiamento para pagar dívida de cartão de crédito. Não acho que resolve.
Conclusão
Acho o FIP de Cotia, do modo como está, ainda é arriscado para o futuro de mudanças que obrigatoriamente o São Paulo terá que se adaptar. O próprio clube admite isso, mas não “quer ser o primeiro nem o último”.
Eu ainda vejo longe essa mudança. Por isso, enquanto não muda, a ideia seria manter as contas em dia gastando menos que arrecadando. De que forma? Gerando mais receitas, comprando menos jogadores estrelados, investindo na entrada de garotos da base e armando equipes onde o coletivo seja a maior virtude, atraindo novamente o torcedor para o MorumBIS.
O remédio é amargo mas precisa ser tomado.
- OBS: A opinião contida neste post se baseia em informações existentes em diversos portais e canais, além de conversas com conselheiros pró e contra o projeto. O autor não teve acesso aos detalhes e números do contrato.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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