Uma noite de verdadeira sofrência no Morumbi. Aliás, mais uma neste ano. Mesmo no campo do adversário, o São Paulo novamente teve muita dificuldade para encontrar o gol e fica no zero a zero com a Internacional de Limeira, em seu estádio.
Já foi assim com Ituano e Santo André. Não é possível assistir uma equipe com tão pouca inspiração como essa deste início de temporada. Em números foram 73% de posse de bola, 31 chances criadas, 50 cruzamentos na área, 20 escanteios, 2 bolas nas traves e nada da vitória.
O jornalista Paulo Vinícius Coelho comparou o São Paulo com o City em sua última coluna, no GE.com. Nela, o jornalista vê semelhança na proposta de jogo do Tricolor com o de Guardiola, evidenciando a veia ofensiva pretendida por Ceni. Porém, para mim o técnico tenta fazer o que beira o impossível: a proposta de jogo do líder inglês com as peças do Burnley, lanterna do Inglesão.
É claro e evidente que faltam peças que decidem jogos no elenco. A intenção ofensiva de Ceni é louvável mas na prática esse elenco não consegue (ou não está conseguindo, o que ainda dá uma ponta de esperança) executar a proposta de jogo pretendida diante de adversários que entregam a bola e se fecham com um mínimo de competência, principalmente no Morumbi. Hoje em dia, quem entregar a bola ao São Paulo sai com pelo menos um ponto no Cícero Pompeu de Toledo.
No seu texto, PVC acentua um time que tenta nascer mas ainda não foi concebido e a questão é: quando nascerá um São Paulo que propõe jogo, não passa sufoco com contra-golpes e ainda vence partidas? A resposta deve vir nos próximos compromissos, a começar pelo clássico na Vila Belmiro, diante de um também pressionado Santos mas que será obrigado a jogar. Além do San-São, teremos o Majestoso, o Choque-Rei e o difícil o confronto diante do Mirassol, fora de casa. Diferente de Ituano, Santo André e Inter de Limeira, são equipes que na teoria não se fecharão diante do Tricolor. A observação será aí.
Ficamos no aguardo do nascimento do Tricolor de Rogério Ceni. As ausências de Luciano, Luan, a má fase de Rigoni e a nhaca de Nikão fazem falta mas a equipe precisa encontrar saídas para transformar proposta em resultado.
Nota dos personagens em campo:
Jandrei – Uma ou outra defesa dentro de um jogo tranquilo para ele. Nota: 6,0
Rafinha – Nas descidas, alguns bons cruzamentos e boas tabelas com Marquinhos na primeira etapa. Nota: 6,0
Arboleda – Muita segurança na zaga. Jogador muito técnico. Nota: 6,5
Diego Costa – Duas bolas erradas. No segundo tempo atuou um pouco como primeiro volante numa tentativa de Ceni em avançar ainda mais o time para cima da Inter. Nota: 5,5
Léo – O jogo se concentrou mais na direita, principalmente na primeira etapa. Jogou alguns momentos como zagueiro mas como lateral não se destacou. Nota: 5,0
Rodrigo Nestor – Segunda partida fraca no meio-campo, sem dinâmica e com falhas na marcação. Nota: 4,0
Pablo Maia – Boa partida, com combate no meio e algumas finalizações. Nota: 6,0
Gabriel Sara – Sumiu na principal tarefa, a de criar jogadas pelo meio e aparecer para o ataque. Preocupa essa oscilação porque é uma das poucas esperanças de criação do time. Nota: 4,0
Nikão – Atuando entre a direita e o meio, ainda uma verdadeira nhaca. Nota: 3,5
Marquinhos – Ceni tentou colocá-lo desde o começo na direita. De fato o jogo foi por lá mas o ferrolho caipira dificultou muito as suas jogadas. Nota: 4,5
Calleri – Pouquíssima bola boa, pouquíssima participação. Nota: 4,5
Éder, Rigoni, Alisson, Juan e Reinaldo – Éder e Alison merecem destaque pela dedicação mas com as trocas, o time no geral piorou o desempenho no segundo tempo. Rigoni continua procurando sua alma em campo e Reinaldo executou alguns bons cruzamentos.
Rogério Ceni – Pelo que se vê, Rogério Ceni tenta fazer o elenco do Burnley jogar como o Manchester City. Requer tempo e não é garantia de sucesso. Nota: 5,0
Para acessar outras notícias do Blog São Paulo Sempre clique aqui.
Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
Me siga no Twitter
Me siga no Facebook
Me siga no Instagram
Post aberto para comentários.
(5) Comentários
Antônio Carlos
20 de fevereiro de 2022Não seria interessante pelos jogadores que temos formar um time mais pragmático, defesa forte, talvez 3 zagueiros, meio campo forte e marcador e dois atacantes se movimentando. Sem futebol vistoso mas eficiente com poucas derrotas e ganhando de um a zero. Assim fomos Tri. Penso em Mano ou Carile.
Eugênio Carney
18 de fevereiro de 2022Gente o RC tá perdido, fica dizendo que não tem ponta, não te volante alto, não tem isso ou aquilo tudo papo furado, ele é que não tem competência. O time não evolui porque não treina corretamente. RC é fraco e vai nos levar pro buraco se continuar com teimosia
André
18 de fevereiro de 2022A alternativa seria jogar sem a bola, no contra ataque, mas o time é lento. Então o esquema do Rogério eu acho que tá certo, a postura dos atacantes é que tá ruim. Na final do mundial o Chelsea tava tentando apertar o Palmeiras, que tava trancado. Quando um zagueiro ou meia do Chelsea tinha a bola, vc via uma linha de até cinco atacantes lá na frente, e sempre tinha alguém movimentando pra dar opção de lançamento. É isso que não acontece no SP: nossos armadores giram a bola pq ninguém se apresenta. Não existe tbm nem drible, nem tabela. Parece que ninguém quer ser o cara que arrisca alguma coisa e causa um contra ataque.
Adelson Pollice
18 de fevereiro de 2022Gostei da análise, e também acho que teremos adversários que sairão mais para o jogo, o que pode favorecer o esquema do Ceni. Mas se tomarmos um gol antes de marcarmos, já viu, podem ser shows de horrores...