A ESPN Brasil publicou na noite deste sábado o tradicional programa Bola da Vez, desta vez com um convidado bem interessante para a coletividade Tricolor: o gerente-executivo de futebol Alexandre Pássaro. Muito conhecido de nome pela torcida mas pouco “falante” junto a imprensa, o jovem profissional atendeu os jornalistas Eduardo Affonso, André Kfouri e do apresentador André Plihal.
Deu para conhecer a origem do profissional (Pássaro é formado em direito) e trajetória (viveu na Espanha) e início no futebol profissional (começou na agência de marketing esportivo de César Sampaio) e o primeiro contato com Muricy, ainda em Santos, lugar onde morou na infância. Aos 24 anos, Pássaro ainda foi vice-residente do Desportivo Brasil, clube da Traffic, acumulando funções jurídicas e aprendendo principalmente como tratar as categorias de base.
Convidado por Carlos Miguel Aidar, Alexandre Pássaro foi para o São Paulo e de lá para cá não saiu mais, apesar de um momento de sua trajetória se disse triste pelo caminho que o clube estava tomando, ainda na época de Aidar. Com a chegada de Leco em 2015, Alexandre ficou a pedido do novo presidente, se licenciando totalmente de um escritório recentemente montado na época.
Na gestão Leco, Pássaro foi aperfeiçoando o seu trabalho na área jurídico esportiva, atuando na conclusão das contratações do clube, sempre em conjunto no CT com Raí e Lugano. Passaro disse ter autonomia no momento da contratação ou renovação de jogadores mas salienta a harmonia no setor. Elogiou bastante Raí na questão do “macro” do futebol. Pássaro até comentou a quase perda do diretor de futebol no fim do ano passado. “Raí é o maior símbolo da profissionalização do São Paulo” – disse ele, também valorizando o tempo de permanência do ex-camisa dez no cargo.
Inclusive, Pássaro vê o clube em um “caminho sem volta” em relação a profissionalização e, apesar do caminho logo, entende que o clube está em evolução e se vê na obrigação de explicar tudo o que acontece no futebol para o conselheiro e o sócio, inclusive explicando muitas das dívidas que o clube tem agora. Algumas delas ainda da época do Tricampeonato Brasileiro (!!!). Pássaro disse que o clube ainda optou por segurar ao máximo a venda de Antony como forma de explicar a outra parte da dívida. Não só Antony, mas Walce (com o Arsenal), entre outros. Segundo Pássaro, o São Paulo optou por não vender seus maiores ativos pelo preço que o mercado quer.
Perguntado sobre a disputa política no São Paulo, Pássaro espera que nas próximas eleições a estrutura conquistada pelo clube seja mantida. Segundo ele, o São Paulo é um dos clubes que mais atua profissionalmente no Brasil. Sem desprezar a história e quem a fez no Tricolor, Pássaro diz que quem estiver preparado pode atuar no futebol profissional. Ele citou o Athletico Paranaense como maior exemplo de caminho profissional no país.
Pássaro sabe que a falta de títulos incomoda muito a todos mas diz que somente a estrutura e a evolução do trabalho pode realmente chegar aos frutos que todos querem. Citou inimigos como a troca de técnicos, mudança de perfil de jogadores no elenco e filosofias de trabalhos muito diferentes entre outras dificuldades. Citou o 6×1 em Itaquera como situação completamente diferente de hoje em dia. “Muitos jogadores desmotivados e em fim de contrato. Hoje o trabalho é completamente outro.” – revelou.
O gerente-executivo elogiou Fernando Diniz e revelou que só se conhece o técnico no dia a dia. Pássaro citou o jeito de jogadores como Volpi, Dani Alves e vontades de evoluir de Bruno Alves e Reinaldo como pontos importantes para a contratação do técnico. Ele disse que a vontade do grupo foi de fato determinante para chegada do atual técnico. “Ele é bom no que faz, seu método melhora os jogadores e tem muito a questão humana do Diniz” – disse Pássaro.
Pássaro disse que sua maior contratação foi Hernanes em 2017 e revelou que uma das suas maiores referências é Monchi, diretor de futebol do Sevilla. Para ele, a ideia é trabalhar para cada vez menos errar nas contratações. “As contratações erradas sempre existem, a diferença é o holofote” – disse o gerente. Pássaro explicou as contratações, muitas delas “erradas” e revelou ter criado mecanismos cada vez mais assertivos para minimizar os erros. “Ninguém contrata para errar” – resumiu ele.
Pássaro falou do episódio Arboleda e Jean: “Quanto a Arboleda, se a gente percebesse que ele não teria mais a vontade que sempre teve a solução seria outra” – disse ele. Disse que aprende com Raí “até quando ele está quieto” e sobre Leco diz prefere ser impopular que injusto: “eu aprendo muito com ele, o Leco uma das melhores pessoas que conheço”. – disse ele.
A entrevista terminou com Pássaro falando sobre o atual período do futebol “sem futebol”. O Gerente revelou estar preocupado por não saber até onde esse estrago vai e citou o caso “Gustavo Maia” (veja o post) como referência de reposicionamento dos clubes no mercado internacional, afetado pelo Coronavírus. Por fim, Pássaro disse que Rogério Ceni sim, vai voltar ao clube um dia. “Não vejo ódio recente nele e no Leco, isso vai se diluir com o tempo” – finalizou ele.
OPINIÃO DO BLOGUEIRO: Alexandre Pássaro é um profissional jovem (dezessete anos mais novo que eu!!!), atualizado no futebol e no seu cargo e o São Paulo precisa cada vez mais de pessoas com este perfil, seja ele ou não. Não desconsiderando os mais velhos (todos tem cada um o seu valor), fazia tempo que o Tricolor não tinha alguém tão jovem e capacitado exercendo uma função tão importante. O cargo no futebol é altamente passível de frustrações com contratações e, como ele mesmo disse, evoluir é minimizar cada vez mais os erros. Que o Sao Paulo cada vez mais tenha “Pássaros” alçando vôos cada vez maiores no CT da Barra Funda e Cotia. Com energia, honestidade e profissionalismo.
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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