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São Paulo x Flamengo contou com venda de ingressos tokenizados

São Paulo x Flamengo contou com venda de ingressos tokenizados

A partida entre São Paulo e Flamengo no próximo dia 6 de dezembro contou com uma novidade fora de campo: o clube paulista ofereceru pela primeira vez a venda de ingressos tokenizados. Batizado de Smart Ticket, ele ainda será testado, a partir de um piloto, com a disputa na próxima semana, mas seus criadores prometem mudar o atual mercado de ingressos para eventos esportivos, incluindo no futebol.

 

Em entrevista exclusiva à EXAME, os criadores do Smart Ticket revelaram mais detalhes sobre as primeiras vendas: ao todo, foram vendidas a partir desta terça-feira, 28, 40 unidades dos ingressos tokenizados, comprados diretamente no aplicativo do São Paulo. Serão três lotes, com valores entre R$ 200 e R$ 400 e as vendas estão esgotadas.

 

Além do direito de assistir à partida no Estádio do Morumbi, os compradores também terão acesso a uma série de experiências físicas e digitais, como acompanhar a criação de uma taça de premiação em uma impressora 3D, participar da criação de um mural comemorativo para o time em Realidade Virtual, ganhar uma lembrança colecionável física e em NFT e concorrer a uma camisa do clube autografada por jogadores.

 

O Smart Ticket é  resultado da parceria da Sportheca, TresPontoZero.io e goBlockchain e um dos primeiros frutos do Centro de Inovação Aberta Inova.São, um hub de inovação criado pelo time em 2022 para desenvolver e implementar soluções inovadoras para “aumentar as receitas e a competitividade do clube”. Um dos focos da operação é a tecnologia blockchain e a Web3, resultado no ingresso tokenizado.

 

Vantagens da tokenização

 

Paulo Martinez, sócio da TresPontoZero.io, conta à EXAME que o próprio uso da tecnologia blockchain para distribuir os ingressos já traz algumas vantagens próprias do recurso, em especial um aumento na segurança e transparência. “Existe um problema do segmento de ingressos, não só esportivo, que é a questão da revenda, do cambismo. O blockchain sozinho não resolve isso, mas auxilia bastante pela segurança e transparência”, comenta.

 

Ao mesmo tempo, ele acredita que o Smart Ticket poderá “amplificar a experiência” dos compradores. “O ingresso hoje é muito atrelado ao jogo. Você compra, vê e depois descarta o ingresso, no máximo guarda um se for muito marcante. A gente quer trazer um aspecto de experiência e memorabilia, que blockchain e NFTs permitem. Então você entra em um conceito de conectar e amplificar a experiência do fã de futebol além do jogo”.

 

Já Marcelo Nicolau, sócio e head de venture building da Sportheca, avalia que o ingresso tokenizado serve como uma chave. Ou seja, além da funcionalidade normal de dar acesso ao estádio, ele possui uma tecnologia que permite destravar diversas experiências físicas e digitais, que “que só quem tem essa chave consegue abrir a porta para acessar”.

 

“São utilidades que o ingresso normal não oferece. Com o ingresso tokenizado você consegue alugar [uma funcionalidade ainda não disponível], revender com mais segurança e gerar uma receita secundária que hoje o clube não tem acesso. Você estabelece que, em toda venda, secundária, x% vai para o clube automaticamente”, diz.

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Com isso, ele espera que o ingresso tokenizado consiga minimizar fraudes e reduzir os custos atuais de clubes com a emissão de ingressos, um processo que ainda envolve muitas operações analógicas. Martinez vê o Smart Ticket como uma estratégia de “Loyalty 3.0”, que usa recursos da Web3 para gerar mais fidelização dos clientes e proporcionar novas experiências.

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“Por ser tokenizado, você consegue dar continuidade na jornada. A pessoa que foi no jogo pode ser privilegiada, beneficiada, pontuando ou então podendo presentear quem está na jornada conosco”, comenta. Outra ideia em desenvolvimento é melhorar a relação com marcas, permitindo, por exemplo, a concessão de descontos específicos para quem comprar o ingresso.

 

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Próximos passos

Segundo Martinez, a ideia no momento é que o ingresso tokenizado seja testado com um público limitado, “mais premium nas primeiras fases”, até para “materializar a entrega de experiência amplificada”. Para os próximos testes, os responsáveis trabalharão o contato do futebol com tecnologias emergentes para atrair nichos de torcedores que podem não ter interesse em ir para o estádio, como o público gamer.

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“Se isso começa a ser efetivo, é totalmente viável isso virar um produto escalável para o ingresso popular, mas mais no médio e longo prazo”, explica. Nesse sentido, ele compartilha a visão de que o Smart Ticket pode compor um “ecossistema de engajamento e fidelização dos torcedores. Hoje tem ingresso, sócio-torcedor, mas fica restrito. A ideia é reconhecer todo tipo de torcedor, e a maioria dos tipos de engajamento que os torcedores podem ter. Nisso entra a tokenização, o fan token, pode criar mecanismos de conexão com o que já existe”.

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Nicolau ressalta ainda que o “conceito é muito novo, a gente quer entender a real demanda por parte do torcedor para esse tipo de tecnologia. O conceito [que vai ser trabalhado, é] dar acesso ao jogo mas com experiência diferenciada no dia do jogo e poder expandi-la com uma comunidade que também tem acesso ao token”.

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“A ideia é explorar o território da blockchain e casos de uso possíveis no futebol e no esporte como um todo. Fan token e tokenização são terrenos óbvios. O ingresso era uma vocação natural nossa, é um terreno com várias dores – falsificação, mercado secundário, expansão de usos – então a gente resolveu começar aí. Mas vemos outras iniciativas de tokenização de jogadores, que são interessantes”, afirma.

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Já no caso do fan token, ele pontua que uma integração com ingresso tokenizados não está descartada, mas considera que “a forma como eles foi lançada não foi a melhor, foi interpretado como instrumento de tokenização, investimento, e isso frustrou muita gente”.

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Também está nos planos das empresas expandir o Smart Ticket para outros clubes: “Alguns se desiludiram por fan token, mas o interesse está retomando, em especial pensando nas funcionalidades. Todos veem com bons olhos e já compreendem melhor o que pode ser feito, mas querem caminhar com calma, como estamos fazendo. A tecnologia tem que se mostrar ainda, ela é viável tecnicamente, mas tem que ser viável comercialmente e ser aceita pelos consumidores”.

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“Mas é algo que faz sentido, uma possível fonte nova de arrecadação, com novas experiências para o torcedor, e mais seguro. É uma mudança de infraestrutura, e isso leva tempo”, destaca.

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Texto extraído do portal “Future of Money”

Autoria: Pedro Malar

 

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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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