Fui convidado do programa Deu Zebra Cast na tarde desta última quinta-feira, ao lado dos jornalistas e amigos Alfinete e Fábio Sormani. Junto conosco também estava Leandro Castán, ex-jogador que passou pelo Corinthians, Vasco da Gama, Roma e Udinese, entre outros clubes.
O bate-papo foi muito bacana (ainda mais para nós, são-paulinos após a classificação) e você pode assistir o programa na íntegra no Youtube. Entre outros assuntos Castán, personagem importante do Corinthians na Libertadores 2012, deu uma declaração surpreendente sobre como São Paulo é visto pela diretoria alvinegra e também falou sobre a atmosfera criada pelos são-paulinos no Morumbi.
O ex-zagueiro comentou que no momento da assinatura de seu contrato com o clube de Itaquera, foi verbalmente “notificado” por Mário Gobbi, na época diretor de futebol, sobre como o Corinthians via seus rivais da cidade.
“Foi dito a mim no momento em que assinei o meu contrato que o Palmeiras era o adversário do Corinthians mas o São Paulo era o inimigo” – Disse Castán no Deu Zebra Cast.
Claro que o ex-zagueiro alvinegro ponderou que o termo “inimigo” havia sido dito dentro do linguajar do futebol mas para mim é uma declaração surpreendente, principalmente dita por quem viveu aquele momento. Ela expõe o São Paulo, verdadeiro rival na cidade do Corinthians, pelo menos no pensamento dos cartolas alvinegros. Ouso dizer também que o mesmo mantra é dito pelos diretores palmeirenses aos jogadores contratados pelo clube alviverde, ja que a rivalidade entre Palmeiras e São Paulo extrapola os limites do campo ao longo da história dos clubes.
Veja o trecho:
— Gabriel (@Gabriel03746887) August 18, 2023
Em resumo, de acordo com o que vivenciou Leandro Castán em sua passagem pelo Corinthians, o grande rival da cidade para os diretores alvinegros não é o Palmeiras e sim o São Paulo.
O ex-zagueiro também mostrou sua vivencia ao responder uma indagação do jornalista Fábio Sormani em relação a atmosfera do Morumbi. Veja a questão de Sormani (minuto 51 do programa):
“Eu tenho uma dúvida ao Castán, você que jogou… eu acho que o Morumbi faz diferença para o São Paulo mas não interfere muito para o adversário. A torcida fica muito longe, os jogadores do São Paulo vêem o estádio cheio e crescem… o adversário já não sente tanto.” – indagou Sormani.
Castán contou que a atmosfera do Morumbi é grande sim, mesmo com os torcedores mais distantes do campo em relação as arenas, e interfere no mandante e também no adversário. Veja a resposta:
“Ah, não… mas tem a atmosfera muito grande ali também. Mesmo não sendo uma Arena que é mais próximo, o Morumbi é muito grande, então você entra ali e vê aquela coisa imensa assim, é mais ou menos igual ao Maracanã, é claro que o Maracanã mudou também… mas tem diferença sim.” – disse Castán.
A declaração de um jogador que atuou muito contra o São Paulo no Morumbi mostra que, apesar de não ter uma concepção moderna como uma Arena, o estádio Tricolor compensa a pressão do torcedor próximo do campo com o gigantismo de suas dimensões e também provoca uma atmosfera hostil, sentida pelos adversários em dias de clássicos e jogos decisivos.
O assunto atualmente não é muito explorado pela mídia mas sei que existem pensamentos e até esboços de projetos para aproximar o público do campo no Cícero Pompeu de Toledo. Acho que a gestão Casares tocará neste assunto nos próximos anos de trabalho. Seria maravilhoso que o Morumbi tivesse a atmosfera que hoje tem o Monumental de Nuñez, estádio do River Plate. Quem sabe no futuro caminharemos para isso…
Assista o programa Deu Zebra Cast comigo e o Leandro Castán. Além das nossas análises sobre o clássico válido pela Copa do Brasil, o ex-zagueiro contou o modo insólito que chegou ao Vasco da Gama e as histórias que viveu no clube carioca, além de falar da paixão dos italianos pelo futebol, a superação após uma doença grave no cérebro e os jogadores mais difíceis que enfrentou na Europa.
Muito gente boa o Castán e os jornalistas Alfinete e Sormani tocam de modo exemplar o podcast, que reúne grandes personalidades do futebol e da crônica esportiva. Vale assistir!
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Saudações Tricolores!
Daniel Perrone | São Paulo Sempre!
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1 comentário
Multatuli
4 de setembro de 2023A maior rivalidade paulista, há pelo menos 3 décadas, é São Paulo FC x sccp, basta observar o comportamento das torcidas (e das diretorias) de ambos os times antes e depois das partidas. Só para a parcela da imprensa conservada em naftalina e para torcedores hipócritas que não é. É uma rivalidade que, hoje, só perde para Inter x Grêmio (para mim, a maior rivalidade entre os clubes da elite do futebol nacional). Quanto ao Morumbi, acho deprimente quando torcedor compra essa balela de que no Morumbi a coisa não é mais a mesma, que o time não se impõe porque o adversário não sente pressão da torcida, que fica longe. Quando a fase é ruim, até o que era motivo de orgulho vira defeito, bode expiatório. Se o adversário se impõe mais hoje em dia é porque o time Tricolor não é mais tão bom quanto antigamente, oras. Quem faz o estádio ser uma festa, um caldeirão ou não é a torcida (que não ganha jogo, diga-se); do que adianta ter um estádio com arquibancadas coladas ao gramado se a torcida não cantar, não vibrar, como a da SECrefisa contra a gente na CdB? Quem já assistiu a shows na pista (gramado) do Morumbi sabe muito bem que a atmosfera é impressionante; numa partida decisiva, então, a coisa deve ser ainda mais pra quem está em campo. Particularmente, acho o máximo termos um estádio que é patrimônio histórico e cultural da maior cidade da América do Sul, mas parcela significativa da torcida vê isso como algo ruim hoje em dia - mal de brasileiro destruir sua história para dar lugar a construções insípidas, sem personalidade, com ares de shopping center. Para mim, o Cícero Pompeu de Toledo continua lindo, mais lindo ainda agora, que vive cheio. Claro que adequações são bem-vindas, mas deveríamos recobrar o orgulho da nossa casa, desse monumento assinado por um dos maiores nomes da arquitetura mundial (Vilanova Artigas), mas, sei, isso só acontecerá quando o clube fizer as pazes com as taças, aí o papo voltará a ser o de que "el Morumbi te mata".