A emoção do jogo da última quinta-feira não ficou apenas nos quarenta e cinco minutos com o gol salvador de Alisson, que decretou a vitória do São Paulo diante do América, em BH.

Ao final da partida o atacante Luciano disse entender a revolta do torcedor mas negou as notícias de corpo mole e pediu para que os diretores explicassem melhor o cenário em que o São Paulo vive.

“Torcedor tem o direito de cobrar, até porque eles foram no estádio, apoiaram. Outras coisas que eles falam, eu acho que eles têm que saber a situação toda, total, espero que alguém venha falar para eles mais de cima porque a gente vê muitas coisas na internet e não é o que a gente faz porque a gente quer que o São Paulo sempre vença” – disse Luciano ao final da partida.

Com relação a corpo mole o atacante disse que simplesmente o time estava em um dia ruim e insistiu na disseminação da verdade para o torcedor. “E na final é impossível ir com corpo mole. Infelizmente a gente não estava num dia bom. Queríamos dar esse título para os familiares, para os torcedores. Espero que alguém possa contar o que está passando dentro do clube, as dificuldades que a gente está passando para todos entenderem o que realmente se passa no São Paulo” – completou Luciano.

O diretor Carlos Belmonte logo em seguida entrou no ar pela Sportv para comentar a fala de Luciano. o dirigente disse que a diretoria tem completa confiança no elenco e no treinador e explicou algumas situações. “Aí surgem ataques absurdos, como dizer os jogadores estavam discutindo bicho antes da partida contra o Independiente del Valle. Primeiro que isso estava decidido há quase dois meses. E para deixar mais claro ainda, o nível do caráter que tem esse elenco aqui, nós não pagamos nem o bicho da vitória que nos levou à final, contra o Atlético-GO. Não foi pago porque a gente passa por um momento difícil. Mas vai ser pago” – disse Belmonte.

“Então assim, a gente perdeu porque o Del Valle jogou mais do que a gente. Com tudo o que esses jogadores já fizeram, com a entrega deles, é um absurdo. Estamos junto com eles, sabemos o quanto eles se dedicam. Temos total confiança no técnico, no elenco. A gente confia no caráter deles. Acho que é isso que o Luciano quis dizer, a gente está com eles. Mas não podemos esquecer que até agora disputamos fizemos duas finais (Campeonato Paulista e Sul-Americana) e uma semifinal (Copa do Brasil)” – disse o dirigente para a Sportv.

A condição financeira atual do São Paulo, resultante de anos e anos de más decisões gerenciais e “financiada” pela comodidade do Conselho Deliberativo do clube, causa saias justas públicas como essa no estádio Independência. Eu sinceramente nunca imaginei ver o clube que tanto alardeei como o maior e mais moderno do país nesta situação.

É preciso entender de vez que o problema central do São Paulo não é elenco, técnico ou um ou outro gestor de forma individual e sim do nefasto sistema político enraizado no clube social, que se alimenta das alianças dos conselheiros com os gestores, perpetuando um círculo vicioso sem perspectiva visível de avanço. São 240 conselheiros, entre eles 140 vitalícios que, juntos, determinam os rumos da instituição acompanhada por milhões de torcedores.

Entendo que, enquanto não houver uma mudança estrutural no sistema de eleição dentro da instituição,  presenciaremos cada vez mais a atual trinca “dívidas, verdades e explicações”.

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Daniel Perrone | São Paulo Sempre!

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