Dani Alves se manifestou após a derrota no clássico (o seu primeiro com a camisa do SPFC) com uma mensagem em seu Instagram. O camisa dez Tricolor falou em superação e árduo processo na recuperação do elenco após o péssimo viés.
“Se a vida fosse fácil eu não nascia chorando. A vida me ensina a cada dia a ser um pouco mais forte, a não temer aos desafios, a fazer aquilo que está ao alcance dos que não desistem jamais de lutar, aos que não deixam de tentar e aos que não teme arriscar. Não é quantas vezes podemos cair, é quantas vezes somos capazes de levantar. Não desistirei jamais da minha equipe, não deixarei de tentar fazê-los melhores cada dia…. sei que o processo é árduo mas o final será prazeroso e valerá a pena. Soldado que teme a sua missão não é merecedor de estar à frente de um batalhão!” – Escreveu ele.
Principal contratação do São Paulo na temporada e uma das maiores do clube na sua história, Daniel Alves é mais um grande que não inicia bem no Tricolor. Algo semelhante aconteceu com Darío Pereyra, Raí, Careca e até o mestre Telê Santana.
Darío demorou praticamente dois anos para se transformar um dos maiores zagueiros da história do Tricolor. Chegou como revelação promissora do Uruguai e sofreu com lesões e adaptação. Hoje, tal qual Lugano, é visto como uma lenda no Morumbi. Raí também sofreu nos primeiros meses, chegando a quase ser envolvido em uma negociação com Bismarck, ex-meia do Vasco da Gama. Só não foi para o Rio devido a insistência de outro que também quase saiu do clube no seu primeiro ano: Telê Santana. Quem viveu os períodos de glória da era do Mestre não pode se esquecer do perrengue em seu primeiro ano, com direito a Brasileirão perdido para o Corinthians em pleno Morumbi.
Claro, há também decepções no hall de expectativas Tricolores, e aí incluo a chegada do Rei de Roma Falcão, que frequentou muito o banco de reservas, o chileno Sierra, que desceu até de helicóptero no gramado do Cícero Pompeu de Toledo, e num nível menor o saudoso Fernandão, herói do Inter que teve uma passagem pra lá de discreta no Morumbi.
No caso de Dani Alves, creio que a demora é pela chegada no meio da temporada e consequentemente a ainda não compreensão dos companheiros em relação ao seu jogo. Segundo o jornalista Leonardo Miranda, formado em análise de desempenho pela CBF e especialista em tática e estudo do futebol, o camisa dez já reprisa com Fernando Diniz a função que desempenha na seleção brasileira, atuando na lateral e com liberdade para construir as jogadas do time no ataque. Só que o São Paulo ainda não o ajuda a ser o protagonista que foi na Copa América. O time não está adaptado ao lateral que tem.
É talvez o maior pepino que Fernando Diniz terá que descascar, diretamente ligado ao seu sucesso no comando do clube. Creio ser questão de tempo e compreensão de jogo. O fato é que, com Dani Alves em campo, o São Paulo ainda não engrenou como se espera. A solução: tempo, paciência e muita dedicação. Uma pré-temporada muito bem feita pode fazer com que o Good Crazy possa repetir Raí, Darío e tantos outros que estão para a eternidade na Calçada da Fama Tricolor.
Como ele mesmo disse em seu texto, esse processo será árduo mas o final poderá valer a pena, sim.
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Derrota acachapante num clássico, escape de uma goleada histórica, jogadores apáticos, veteranos irreconhecíveis, jovens com peso nas pernas, má estratégia… tudo isso vimos ontem no Parque Antárctica. Ao vivo, a cores e com o inconformismo do são-paulino padrão, aquele que venceu tudo que poderia conquistar nos últimos 30 anos do futebol mundial.
Inconformismo esse visto pela figura principal de um dos principais rivais do clube na sua história. A entrevista de Andrés Sanchez após a derrota de seu clube no Rei Pelé, em Maceió, foi quase digna de aplausos da coletividade do futebol.
Andrés desceu do pedestal de presidente, mostrou toda a irritação de um dirigente de clube grande que cresceu nas arquibancadas e mandou recado claro aos seus funcionários: “Treinador e jogadores tem culpa. Se todos pedirem férias, podem sair. Colocamos o Sub-20. Acabou a paciência. Estou decepcionado. P*** nervoso. Triste.” – Disse ele aos microfones.
Podem falar o que quiser do mandatário alvinegro mas uma coisa Andrés tem de bom: ele sabe defender muito bem a instituição que representa, algo que não vemos há algum tempo pelos lados do Morumbi. Após a goleada no Palestra, relatos dos setoristas dão conta que apenas os atletas mais jovens deram a cara para bater na zona mista, além da coletiva obrigatória e protocolar do técnico. Nada de diretores e muito menos o maior representante do clube: Carlos Augusto de Barros e Silva.
Muricy foi muito claro em um vídeo feito no seu evento, no Camarote do Leandro Guerreiro, viralizado entre os torcedores. Falta gente que sinta o São Paulo do jeito que o São Paulo realmente é. O Tricolor e seus representantes máximos deveriam ter o inconformismo do presidente rival. Na vitória ou na derrota. É função dos que possuem cargos de liderança não serem somente protocolares. Eles precisam dar exemplo e recado aos que lhe cercam quando a situação exige. Quem não se faz presente nas crises vira símbolo de descaso e despreocupação.
Saudade das figuras de Marcelo Portugal Gouvêa, Marco Aurélio Cunha, Rogério Ceni, Telê Santana, Muricy Ramalho e até Juvenal Juvêncio, em sua melhor forma. Estes sim, cada um de um jeito, sentiam o São Paulo Futebol Clube, sua grandeza e a saúde mental e física de sua torcida.
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Fernando Diniz concedeu entrevista após a acachapante derrota do São Paulo no Parque Antárctica. Protocolar, o técnico respondeu as perguntas dos repórteres e deixou claro o objetivo do elenco nos jogos restantes do Brasileirão:
“São Paulo tem que se concentrar em se classificar para a Libertadores” – Resumiu o treinador ao ser perguntado sobre ambição e objetivo.
Sobre a partida, o treinador deu sua versão sobre a derrota, vendo semelhança com o péssimo jogo em Belo Horizonte: “O comportamento do time foi muito semelhante com o que aconteceu lá em Minas, contra o Cruzeiro. Acho que o time fez um bom jogo contra o Corinthians, se satisfez com o jogo e não conseguiu se alimentar da vitória para enfrentar o Cruzeiro. E não soube se alimentar da vitória contra o Atlético-MG para encarar o Palmeiras. Acho que esse foi o principal defeito. O problema central do nosso jogo de hoje foi entrar com o mapa distorcido, com o mapa emocional distorcido, achando que o jogo seria igual, que a gente encontraria as mesmas facilidade. Pecamos e sofremos por conta disso”, analisou Diniz para o Globoesporte.com
Sobre a substituição de Vitor Bueno, um dos melhores do São Paulo, o técnico disse ter visto queda de rendimento nos minutos finais da partida. “Achei que o Vitor Bueno estava um pouco cansado. Ele vinha sendo o jogador mais agressivo do nosso time, estava na dúvida de tirar ele, Antony ou Igor Gomes… Mas de fato ele fez um bom segundo tempo” – disse ele.
Fernando Diniz é formado em psicologia e o termo “Mapa Distorcido” quer dizer excesso de confiança, no popular, a equipe teve uma “ilusão” de que seria tarefa fácil vencer o adversário após a boa série de vitórias em casa.
Fonte das citações: Globoesporte.com
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Opinião da partida:
Mais uma “Noites do Terror” na Pompéia. Caro leitor: aqui você verá a mais racional opinião possível, embora a cabeça esteja mais quente que a cidade de Cuiabá. O São Paulo perdeu em quase todos os quesitos no Parque Antárctica. Apenas no quesito menos importante do jogo ele foi superior: a passe de bola. No mais, tudo deu errado no clássico. Falhas monstro do até então melhor setor defensivo do Campeonato, a velha dificuldade de chutar a gol e o que para mim é o pior: a incapacidade coletiva de entender que clássico, embora tenham os mesmos três pontos em jogo, é uma situação especial. Falar de Tiago Volpi é chover no molhado: foi o melhor do São Paulo na partida. Na linha, apenas Vitor Bueno se salvou com alguns chutes e algum espírito de clássico, ao querer acelerar a cera alviverde. No mais, é duro admitir mas o Palmeiras fez uma partida irrepreensível, com eficiência, organização e tranquilidade. Tranquilidade esta que se traduziu nos gols. Ficou barato e mais uma vez fica a justa resignação do torcedor.
Nota dos personagens em campo:
Tiago Volpi – Sem culpa nos gols. Salvou uma bola nos pés de Deyverson e praticou algumas boas intervenções. Merece a melhor nota dentro do mar vermelho de decepção Tricolor. Nota: 7,0
Dani Alves – É chato dizer mas o Good Crazy ainda não se encontrou no Brasil. Como lateral, foi presa fácil de Dudu no primeiro tempo. Na segunda etapa, no meio-campo, fez uma partida que beirou um jogo varzeano. Nota: 3,5
Bruno Alves – Bem sobrecarregado num sistema defensivo que não funcionou como de costume. Nota: 4,5
Arboleda – Péssima partida, com erros que foram capitais para a derrota da maneira como ela foi construída. Tem dificuldade em se impor em clássicos. Nota: 3,0
Reinaldo – Se limitou a defender mas teve alguns bons lampejos no ataque. Nota: 5,0
Luan – Partida fraca como primeiro volante. Teve participação negativa no segundo gol palmeirense e saiu no intervalo. Nota: 4,0
Tchê Tchê – Nulo como segundo volante e recuado no lugar de Luan. Nota: 3,5
Igor Gomes – Foi engolido pelo excelente trabalho dos volantes e defensores alviverdes. Partida extremamente abaixo de sua capacidade. Nota: 4,0
Vitor Bueno – O menos pior da linha. Além de chutes ao gol, mostrou brio de clássico. Nota: 5,5
Pato – Não é da posição de comando de ataque, aparentemente não se empenha para disputar bolas e, de longe, não tem o sangue que se deve ter para jogar partidas importantes. Decepcionante. Nota: 3,0
Antony – Para mim sua queda tem muito a ver com erro de posicionamento. Joga com o pé trocado e longe da grande área, e o resultado é sempre a mesma virada de pé e passe inócuo ou cruzamento para uma área estéril. Hoje prefiro ver Antony no mano a mano perto da área ou como surpresa no segundo tempo. Nota; 4,5
Igor Vinícius – Nada de mais hoje. Nota: 4,0
Raniel – Autor da cabeçada de maior perigo do time, aos 45 do segundo tempo. Não é o Serginho Chulapa, Careca ou Luis Fabiano mas na área funciona mais que Pato. Nota: 5,0
Hernanes – Nada, nada. Sem nota.
Fernando Diniz – Desta vez a pior atuação do São Paulo sob o seu comando. Tentou repetir a ideia de jogo contra o Flamengo mas se perdeu no primeiro tempo, após o gol de Bruno Henrique e teve seu time completamente sodomizado pelo bom trabalho do rival até o apito final. Nota: 3,0
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O São Paulo treina para o confronto diante do Palmeiras nesta próxima quarta-feira às 19h30, na arena do adversário. Fernando Diniz não deve ter muitas dúvidas mas esconde a escalação, principalmente no meio campo.
É praticamente certo os retornos de Dani Alves e Luan a titularidade. O primeiro deve atuar na posição que o consagrou no futebol mundial. Já Luan deve assumir a tarefa de primeira volante, na frente da zaga. Com Luan praticamente garantido, Tchê Tchê (que atuou como primeiro volante na vitória diante do Galo) e Liziero disputam perna a perna a posição ao lado de Igor Gomes. O jovem, que brilhou na vitória com um gol, assistência e dinamismo no meio, será mantido na equipe titular, bem como Antony e Vítor Bueno. Por fim, mesmo recuperados de lesões, Juanfran e Toró serão boas opções para o andamento da partida. O Profeta Hernanes também deve permanecer no banco, atuando com intensidade em um período curto da partida, caso necessário.
Deste modo, a mais provável equipe titular para o Choque-Rei seria Tiago Volpi, Daniel Alves, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Luan, Tchê Tchê (Liziero), Igor Gomes, Vitor Bueno, Antony e Alexandre Pato.
Prefiro a escalação com Tchê Tchê. Ainda sem Pablo, em recuperação, Pato continuará como referência do ataque, o que dificulta seu jogo. Ainda prefiro ele a Raniel mas o centroavante reserva de Pablo pode ser a opção mais adequada para a tarefa de finalizar dentro da grande área.
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O publicitário e jornalista Daniel Perrone é uma das maiores referências entre torcedores do São Paulo FC. Atuou por 10 anos como blogueiro do São Paulo no Globoesporte.com , integrou o programa "Fanáticos" do Esporte Interativo e foi o “cara do sofá roxo” da HBO Max. Atualmente é gestor do São Paulo Sempre, um dos mais visitados blogs de esporte do Brasil e embaixador da Coca-Cola e Powerade na Copa Conmebol Libertadores 2024. Diplomado em Gestão de Clubes (SPFC/ESPM), é autor dos livros “TRI Mundial” (2010) e “MorumTRI" (2020) e do documentário COPA DO BRASIL 2023 (Prime Vídeo). Transmite a experiência dos jogos do Tricolor dentro e fora do Morumbis, mostrando os bastidores das partidas e viagens. Campanhas publicitárias, ativações de marcas e produtos nas redes sociais e blog, publieditoriais e presença em eventos. Contrate: [email protected]