A coletiva de Rogério Ceni após a partida em Bragança Paulista foi gravada e divulgada apenas depois do ônibus da delegação deixar o estádio Nabi Abi Chedid, a caminho da capital paulista.
Diferente das duas primeiras partidas, o treinador defendeu o que considerou uma boa apresentação coletiva do time. Segundo Ceni, houve nítida evolução em relação as duas primeiras partidas, com volume de jogo, chances criadas e gols. Porém, como não deveria deixar de ser, o técnico lamentou os erros defensivos que decretaram mais uma derrota no Estadual.
Uma coisa me chamou a atenção na coletiva. Rogério fez uma crítica indireta ao regulamento do Campeonato Paulista ao apontar aquilo que considera o seu maior erro neste início do ano: não ter colocado a equipe da Copinha (ou boa parte dele) para jogar os primeiros jogos da competição e preparar melhor fisicamente os seus jogadores.
“Tivemos dezessete jogadores com Covid ao longo desses dias. Talvez o grande erro nosso, nem é um erro porque não é permitido, no Campeonato Paulista você não pode botar o time da Taça São Paulo para jogar, você pode colocar no máximo oito jogadores que sejam formados no clube para iniciar um jogo mas talvez o nosso maior erro foi não ter colocado o time da Taça São Paulo quando foi eliminado, não ter pensado rápido, para jogar os dois primeiros jogos e se preparar de uma maneira melhor para isso”. – disse ele.
Na coletiva, Rogério citou o Campeonato Carioca, com regulamento que permite os clubes grandes se prepararem colocando a base para iniciar a temporada. O treinador passou pela experiência treinando e conquistando o título estadual do Rio em 2021, pelo Flamengo.
Também não foi a primeira vez que, ao ser questionado sobre Nikão, Ceni tenha citado o estadual paranaense. “O Nikão há anos nunca tinha iniciado a temporada jogando pelo estadual. O Athletico coloca o time B para jogar enquanto prepara a equipe principal para o Brasileiro e demais torneios” – disse ele, constatando a dificuldade do jogador neste início de ano.
Neste ponto eu acho que Ceni está certo e os clubes grandes paulistas deveriam conversar com a Federação Paulista para alinharem o regulamento do estadual com os bons exemplos do Rio e Paraná. Com o novo regulamento, as equipes poderiam optar pelo uso de jovens, de acordo com seus objetivos no ano. Em 2021 o São Paulo privilegiou o Paulista, sua Copa do Mundo, e teve graves consequências no restante do ano.
O argumento de esvaziamento do torneio sem as principais estrelas é colocado por água abaixo quando vemos o interesse dos torcedores na Copinha. E nos mata-matas, as equipes poderiam optar pela volta de alguns atletas ou da equipe titular completa, muito melhor condicionada para entregar um melhor espetáculo.
Enquanto não há essa discussão, clubes mal estruturados como o São Paulo continuarão a sofrer com o calendário. “Nós estamos nos desgastando, tendo que preparar o time fisicamente e automaticamente jogar e ganhar. E a vitória não está vindo.” – Concluiu o treinador.
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Na melhor partida do estadual até então, mais uma derrota do São Paulo. Em Bragança, diante do RB Bragantino, a equipe cansou de falhar defensivamente e volta para a capital com um dos piores inícios de Paulista na sua história.
Os números mostram uma partida equilibrada, decidida nos detalhes. No geral, não achei a atuação do Tricolor ruim mas claramente os erros da defesa destruíram o que poderia ser uma evolução coletiva da equipe de Rogério Ceni. O time melhorou as chances ofensivas e bolas certas ao gol mas infelizmente Miranda fez uma das suas piores partidas com a camisa do São Paulo e o último gol, marcado pelo ex-Gabriel Novaes, foi fruto da má cobertura da dupla de zaga.
Houve mais construção de jogo que nas duas primeiras partidas e boa troca de passe mas também é importante destacar que a dupla de volantes titular de hoje não correspondeu. Talles e Nestor muitas vezes ficaram perdidos na marcação. Luan faz muita falta nesse meio e até mesmo Gabriel Neves poderia ter mais minutagem neste início de ano.
Outra coisa que colaborou com o resultado foram as saídas de Alisson e Rigoni, que estavam bem no segundo tempo. Provavelmente as mudanças foram motivadas pelas condições físicas de início da temporada mas o fato é que o São Paulo claramente diminuiu o ímpeto do início do segundo tempo.
Enfim, nada do que foi escrito aqui e em outros canais justifica apenas um ponto em nove disputados. Mesmo com início de temporada, ausências, COVID, desentrosamento e falta de ritmo, não dá para aceitar um clube tão grande como o São Paulo começar tão mal uma temporada. Rogério Ceni e seus comandados precisa entregar muito mais para a sua apaixonada torcida. Muito mais!
Nota dos personagens em campo:
Tiago Volpi – Três gols tomados, algumas boas intervenções. Nota: 4,5
Igor Vinícius – Gol e boa partida, com bons momentos na direita. Nota: 6,5
Arboleda – A zaga foi muito mal, amparada pela má atuação dos volantes. Nota: 4,0
Miranda – Uma das piores partidas do xerifão com a camisa do São Paulo. Nota: 2,0
Reinaldo – Fraca atuação. Temos problemas nas laterais. Nota: 4,0
Rodrigo Nestor – Não dá para ser primeiro volante. Nota: 4,0
Talles – Garoto da base não conseguiu rodar o jogo. Nota: 4,0
Gabriel Sara – Alguns lampejos mas muita inconstância. É o meia esquerda, precisa entregar mais. Nota: 5,5
Alisson – Bem mais uma vez, com gol e muita dedicação. Nota: 6,5
Rigoni – Desencantou no segundo tempo, com assistência e chutes perigosos. É preciso entender por que saiu no segundo tempo. Acredito que, assim como Alisson, tenha sido por falta de fôlego. Nota: 7,0
Calleri – Gol de centroavante, o segundo dele no estadual. Nota: 6,5
Igor Gomes, Gabriel Neves, Eder, Marquinhos e Nikão – Nenhum deles melhorou o time e alguns entraram muito no final da partida. Detalhe para a entrada de Igor Gomes no intervalo e saída antes do apito final.
Rogério Ceni – Hoje foi o melhor jogo do São Paulo na temporada, o que não quer dizer muita coisa. A equipe novamente apresentou inconstância e falhas que acabaram com o “sonho da primeira vitória”. As saídas de Rigoni e Alisson murcharam a equipe e a defesa foi a grande vilã da noite. Nota: 4,5
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Partida duríssima para o São Paulo no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. Red Bull Bragantino e o Tricolor se enfrentam nesta quinta-feira, às 21h30, pela terceira rodada do Campeonato Paulista como o primeiro teste de força para ambas as equipes.
Hoje em dia jogar contra a bem organizada equipe da marca de energéticos austríaca é quase o mesmo que atuar em um clássico, não só para o São Paulo como para qualquer equipe grande do estado. A “linguiça voadora”, como é conhecido o clube após a bem sucedida fusão, tem uma excelente filosofia de contratação e jogo, dificultando muito para os tradicionais e quebrados grandes.
Rogério Ceni vai mexer novamente na equipe, por necessidade e também para encontrar o modo ideal de atuação com alguns atletas. Patrick está vetado, assim como Luciano e Luan, no REFFIS. Em contrapartida, o técnico recebe as voltas de Talles e Igor Gomes.
A tendência é a volta de Volpi no gol, Calleri no comando de ataque e Arboleda, recém chegado da seleção equatoriana, fazer sua estreia na temporada brasileira. Deste modo, Ceni deve manter um losango no meio-campo com Nikão na direita, Alisson na esquerda e Sara no meio-campo. Nestor, Gabriel e Igor Gomes brigam pelas duas vagas restantes.
O jogo desta noite marca também o primeiro confronto de Helinho com o Tricolor. A equipe de Bragança também tem um losango no meio-ataque, com Artur na direita, Helinho na esquerda, Hyoran no meio e Alerrandro no comando de ataque, enquanto Ytalo não se recupera. A tarefa são-paulina não será fácil.
Palpites e placar
Os dois times devem jogar espelhados. Se o São Paulo conseguir neutralizar Hyoran (que veio para tentar fazer o que Claudinho fazia), dificultará o jogo dos pontas interioranos. Um detalhe: a partida será mais aberta que as duas primeiras, o que pode melhorar a qualidade de jogo, mas é preciso dobrar e qualificar os arremates, problema crônico do time.
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Meu palpite: com fé, 2×1 para o Tricolor para tirar a zica do começo do campeonato mas serei sincero: considero também em um empate em Bragança. Não é bom para a tabela mas é preciso considerar o bom adversário que temos pela frente.
E o seu palpite?
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Muricy Ramalho, coordenador de futebol do São Paulo, recentemente disse ao canal do Jorge Nicola que tanto ele como Rogério Ceni desistiram de contar com a contratação de um atacante de velocidade neste momento, dada a dificuldade do mercado.
Sem a contratação mais aguardada o coordenador confirmou que a comissão técnica usa o início do Paulista para adotar novas alternativas para o São Paulo nesta temporada. Uma delas é inserir os jogadores da base que possui, no caso Marquinhos e Caio, os únicos jogadores com as características procuradas e não encontradas no mercado pelo Tricolor. A outra alternativa comentada por Muricy é a mudança do esquema tático, privilegiando as características dos seus jogadores e reforços recém chegados.
Entre as duas alternativas, um claro dilema. Ou Ceni promove de vez os seus atletas da base no time principal para manter seu estilo de jogo ou muda o esquema de preferência por conta da característica do elenco, de mais toque de bola e menos profundidade.
É bom o torcedor se preparar para dias difíceis neste início do ano porque ao meu ver qualquer uma das alternativas citadas não produzirá efeito imediato, isso é resultados a curto prazo. Inserir Marquinhos ou Caio requer paciência com os novos jogadores e alterar esquema de jogo requer muito treino e repetição até o encaixe, sincronia e entrosamento dos jogadores com o novo modo de atuação.
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Há muitos problemas neste início de ano mas o exemplo de Rigoni é para mim o mais emblemático. Inserido em uma formação consolidada por Crespo após a conquista do Paulista, o meia argentino caiu como uma luva no início da temporada passada. Com a saída do técnico, vitimado por circunstâncias da temporada (incluindo vestiário) e somada a falta dos resultados, Rigoni se lesionou e caiu de rendimento. Entre muitos problemas, é dever de Rogério recuperar um dos seus jogadores mais técnicos, bem como é obrigação do clube colocar Luciano e Luan em condições de jogo.
Entre os dois caminhos, eu optaria pela tentativa “erro e acerto” de Marquinhos ou Caio como pontas no sistema, abrindo o campo e possibilitando mais profundidade de jogo. Apesar do risco com a falta de experiência dos garotos, neste momento seria um processo menos tortuoso para o coletivo. Porém, se os meninos sentirem o natural peso da camisa, será inevitável uma troca de sistema com o carro andando.
Nos próximos dias veremos a opção do treinador e a projeção de resultados.
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Uma partida para matar o torcedor de raiva no Morumbi; e olha que estamos em início de temporada. São Paulo e Ituano ficaram no zero a zero em uma tarde de muita chuva e pouca emoção no Cícero Pompeu de Toledo.
Sejamos sinceros: se fosse para ter um vencedor, seria a equipe do interior. O Ituano executou bem a sua proposta, deu a bola para o São Paulo, contra-atacou com perigo e teve poucas mas claras chances para abrir o placar. Em uma delas, Jandrei defendeu um duvidoso (para ser bonzinho) pênalti e mostrou para a torcida e a comissão técnica que tem condições de brigar com Volpi pela vaga.
O São Paulo repetiu Campinas e foi novamente um projeto de time. Previsivelmente mexido pelo seu técnico, a equipe ainda não mostrou padrão de jogo, foi burocrática com a bola nos pés, abusou do pouco repertório e quase não levou perigo ao visitante. Uma bola na trave de Miranda num escanteio e um ou outro chute perto do goleiro adversário é muito pouco, até mesmo para o início de temporada.
Além dos jogadores muito abaixo tecnicamente, o técnico inventou além da conta. Rigoni, que já anda em má fase, foi deslocado para o comando de ataque e sumiu de vez no primeiro tempo, voltando a atuar um pouco quando jogou pelos lados. Patrick, que se destacou na saída de bola do Inter de 2020, jogou muito a frente e Sara continua não sabendo o que fazer. Corre mas não produz. O único mais ou menos pela aplicação foi Alisson, mesmo assim muito pouco para um clube tão grande.
De saldo positivo, apenas Jandrei. Tá certo que é cedo para cravar o destino Tricolor na temporada mas, pelo jeito que andam as coisas, o foco “45 pontos” do Brasileiro poderão ser revisados também para o Paulista deste ano.
Arruma logo, Ceni, caso contrário você dificilmente passará do estadual.
Nota dos personagens em campo:
Jandrei – O melhor em campo, o que é preocupante. Mostrou que poderá brigar por vaga. Nota: DEZ!
Rafinha – Ainda procurando entrosamento com Nikão e os companheiros. Nota: 4,5
Diego Costa – O único jogador não marcado da equipe, teve atuação discreta. Nota: 5,0
Miranda – Foi “Miranda” e ainda foi autor de uma bola na trave do Ituano. Nota: 5,5
Wellington – Atuação abaixo da expectativa. Nota: 4,5
Rodrigo Nestor – Na saída de bola e atrás da linha dos meias, teve bastante dificuldade no jogo e errou algumas bolas fáceis. Nota: 4,5
Patrick – Achei pesado e fora da melhor posição, que é a saída de bola. Não deu resultado próximo da área. Nota: 4,0
Gabriel Sara – Muito abaixo. Ainda não se encontrou na posição Nota: 4,0
Alisson – Partida bem aceitável pelo esforço e aplicação. Nota: 5,5
Nikão – Apático, não mostrou o futebol que o consagrou no Athletico. Nota: 3,5
Rigoni – Muito mal escalado e, óbvio, não funcionou como homem de frente. Nota: 3,5
Caio, Reinaldo, Calleri , Eder e Pablo – Ceni tentou chegar ao gol do Ituano mas foi barrado pela falta de repertório e amplitude de campo do seu time. Caio teve apoio do torcedor e tentou algumas jogadas, mas teve estreia nervosa. Compreensível.
Rogério Ceni – Hoje teve atuação direta no amargo resultado. Inventou Rigoni de centroavante, não encaixou Patrick e Sara e saiu do Morumbi tendo que agradecer Jandrei pelo empate. Nota: 3,0
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O publicitário e jornalista Daniel Perrone é uma das maiores referências entre torcedores do São Paulo FC. Atuou por 10 anos como blogueiro do São Paulo no Globoesporte.com , integrou o programa "Fanáticos" do Esporte Interativo e foi o “cara do sofá roxo” da HBO Max. Atualmente é gestor do São Paulo Sempre, um dos mais visitados blogs de esporte do Brasil e embaixador da Coca-Cola e Powerade na Copa Conmebol Libertadores 2024. Diplomado em Gestão de Clubes (SPFC/ESPM), é autor dos livros “TRI Mundial” (2010) e “MorumTRI" (2020) e do documentário COPA DO BRASIL 2023 (Prime Vídeo). Transmite a experiência dos jogos do Tricolor dentro e fora do Morumbis, mostrando os bastidores das partidas e viagens. Campanhas publicitárias, ativações de marcas e produtos nas redes sociais e blog, publieditoriais e presença em eventos. Contrate: [email protected]