Rogério Ceni concedeu entrevista pós-jogo e respondeu todas as perguntas dos jornalistas após a vitória contra a Ponte Preta, no apagar dos holofotes, em pleno estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.
O treinador defendeu a maneira de jogar “para frente” de sua equipe, considerou o fim do primeiro tempo como o melhor do São Paulo em toda a partida e apontou a falha na saída de bola como o erro que precisa trabalhar nos próximos dias.
Sobre a análise do jogo, Rogério disse que as pessoas tendem a comentar em cima do resultado e não a evolução da equipe. “O que mostra um bom jogo, não tão acima, são os números durante a partida. Claro que todo mundo faz análise de que fez gols no fim, como o Santo André, mas o fim faz parte do jogo.” – comentou ele sobre a predominância de sua equipe diante os donos da casa.
Os números sim, ajudam a explicar um pouco a perseverança Tricolor e o merecimento da vitória. O São Paulo teve 76% de posse de bola mas, ao contrário de outras partidas, criou chances e não deixou o adversário criar: foram 23 tentativas com 7 bolas no gol da Ponte, contra apenas sete da Ponte, com apenas 2 certas no gol, incluindo o pênalti.
O treinador disse que a saída de bola da equipe foi muito falha, principalmente no primeiro tempo, e isso é um dos fundamentos que ele precisa urgentemente melhorar. “As principais chances da Ponte são de escolhas erradas na saída de jogo, o que temos que melhorar” – pontuou Ceni.
O time começou com Nestor e Gabriel como volantes; nenhum com característica de saída de jogo. Os dois erraram passes preciosos e o gol da Ponte surgiu de um erro de saída de bola de Diego Costa e desatenção total num lateral cobrado para a área Tricolor, sem nenhum senso coletivo de cobertura, obrigando Jandrei o risco do penal. De fato, erro em saída de bola é inaceitável e um convite a derrotas no futebol moderno.
Sobre jogar com a bola, Ceni disse que é o modo preferido de seus comandados atuarem. O ex-goleiro ainda comentou que não defende o seu emprego e sim a sua filosofia de jogo. “É um time com prazer de ter o controle do jogo. Eles veem no treinador um cara apaixonado pelo futebol, não pelo emprego. É apaixonado pelo São Paulo, porque tem tido toda a vida no São Paulo.” – concluiu.
Neste caso, vale ressaltar que todos os jogadores foram ao encontro do técnico no gol da virada e mostraram que estão fechados com ele. Até brinquei neste post falando de mais uma “crise” no Tricolor.
A entrevista de Rogério Ceni mais uma vez foi bem interessante e minha ideia neste post foi exemplificar em números o que o treinador enxergou durante o jogo. Evidentemente o resultado em Campinas foi melhor que a apresentação, mas precisamos de resultados para termos tranquilidade para trabalhar. O time ainda não encaixou como deveria mas creio (e torço) para que isso aconteça.
Concordo quando Ceni diz que o São Paulo não será uma máquina de vencer jogos mas que procura fazer uma equipe competitiva para a temporada. É difícil mas vou comprar a “briga” do técnico porque, apesar dos defeitos de Ceni, sei muito bem das limitações do elenco e da tentativa de gradual melhoria na infra-estrutura do clube, sem dinheiro e com processos e boletos caindo todo dia.
Não será, mas acredito que dá para lutar por mais que o Paulista do ano passado.
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A entrevista de Rogério Ceni após a vitória sobre o Santo André foi muito mais interessante que o jogo. Entre outras questões, o treinador respondeu sobre os ruídos de relacionamento entre ele e profissionais do CT da Barra Funda e negou abatimento no trabalho.
Rogério claramente leu a matéria feita pelo UOL, que revelava insatisfação de alguns profissionais do clube com algumas de suas exigências e se preparou para responder o texto para toda a coletividade Tricolor. Citou ser uma pessoa que “pode incomodar” por exigir o melhor para a instituição, negou problemas com jogadores e até revelou um exemplos do que pode ser mudado na infra-estrutura e metodologia de trabalho.
Já falei algumas vezes sobre isso. Rogério ainda é um técnico em formação, com pontos a melhorar com o tempo, mas hoje não há ninguém no mercado melhor que ele para ajudar na melhoria do CT da Barra Funda. É dedicado, perfeccionista e conhece o clube por ter vivido mais de vinte anos por lá. Revolucionou o centro de treinamento e a infra-estrutura do Fortaleza e passou pelas instalações do Flamengo, além de outras instalações de clubes do exterior. Pode ser que ele não consiga atingir o lastro que teve Telê ou Muricy na história via comando técnico mas hoje em dia sua presença e voz são ideais para o que o Tricolor precisa: tocar forte nas feridas abertas do local de trabalho do elenco.
Tão importante também quanto a fala de Rogério foi a manifestação da gestão atual, através do presidente Júlio Casares. Através de um post no Instagram, o presidente reforçou que trouxe Ceni exatamente por essa veia perfeccionista e sabe o que esperar dele. Casares também contou que o São Paulo aos poucos e por prioridades está melhorando a estrutura em todas as unidades, além de integrar a base de Cotia ao profissional da Barra Funda.
Rogério Ceni e Julio Casares serão muito cobrados nos postos que ocupam e isso é absolutamente natural, mas foi extremamente importante essa exposição ao torcedor. Tudo no clube tem potencial e precisa melhorar e nada melhor que um “chato” que doou praticamente toda a sua vida de atleta a instituição, com muito trabalho e glórias conquistadas.
Ou o torcedor compra isso ou trocaremos de técnico sem resolver o problema.
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A coletiva de Rogério Ceni após a partida em Bragança Paulista foi gravada e divulgada apenas depois do ônibus da delegação deixar o estádio Nabi Abi Chedid, a caminho da capital paulista.
Diferente das duas primeiras partidas, o treinador defendeu o que considerou uma boa apresentação coletiva do time. Segundo Ceni, houve nítida evolução em relação as duas primeiras partidas, com volume de jogo, chances criadas e gols. Porém, como não deveria deixar de ser, o técnico lamentou os erros defensivos que decretaram mais uma derrota no Estadual.
Uma coisa me chamou a atenção na coletiva. Rogério fez uma crítica indireta ao regulamento do Campeonato Paulista ao apontar aquilo que considera o seu maior erro neste início do ano: não ter colocado a equipe da Copinha (ou boa parte dele) para jogar os primeiros jogos da competição e preparar melhor fisicamente os seus jogadores.
“Tivemos dezessete jogadores com Covid ao longo desses dias. Talvez o grande erro nosso, nem é um erro porque não é permitido, no Campeonato Paulista você não pode botar o time da Taça São Paulo para jogar, você pode colocar no máximo oito jogadores que sejam formados no clube para iniciar um jogo mas talvez o nosso maior erro foi não ter colocado o time da Taça São Paulo quando foi eliminado, não ter pensado rápido, para jogar os dois primeiros jogos e se preparar de uma maneira melhor para isso”. – disse ele.
Na coletiva, Rogério citou o Campeonato Carioca, com regulamento que permite os clubes grandes se prepararem colocando a base para iniciar a temporada. O treinador passou pela experiência treinando e conquistando o título estadual do Rio em 2021, pelo Flamengo.
Também não foi a primeira vez que, ao ser questionado sobre Nikão, Ceni tenha citado o estadual paranaense. “O Nikão há anos nunca tinha iniciado a temporada jogando pelo estadual. O Athletico coloca o time B para jogar enquanto prepara a equipe principal para o Brasileiro e demais torneios” – disse ele, constatando a dificuldade do jogador neste início de ano.
Neste ponto eu acho que Ceni está certo e os clubes grandes paulistas deveriam conversar com a Federação Paulista para alinharem o regulamento do estadual com os bons exemplos do Rio e Paraná. Com o novo regulamento, as equipes poderiam optar pelo uso de jovens, de acordo com seus objetivos no ano. Em 2021 o São Paulo privilegiou o Paulista, sua Copa do Mundo, e teve graves consequências no restante do ano.
O argumento de esvaziamento do torneio sem as principais estrelas é colocado por água abaixo quando vemos o interesse dos torcedores na Copinha. E nos mata-matas, as equipes poderiam optar pela volta de alguns atletas ou da equipe titular completa, muito melhor condicionada para entregar um melhor espetáculo.
Enquanto não há essa discussão, clubes mal estruturados como o São Paulo continuarão a sofrer com o calendário. “Nós estamos nos desgastando, tendo que preparar o time fisicamente e automaticamente jogar e ganhar. E a vitória não está vindo.” – Concluiu o treinador.
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Uma pergunta que muitos torcedores me fazem neste início de temporada é sobre o gol são-paulino. Com a chegada de Jandrei do Santos para o Tricolor, o titular Tiago Volpi terá seu posto ameaçado ou seguiremos com o mesmo goleiro titular na temporada?
A contratação de Jandrei veio para dar mais competitividade no setor, já que os dois reservas de Volpi eram muito jovens e não tem rodagem para ameaçar o titular. Mas, afinal, será que o novo reserva terá oportunidades em jogos para mostrar que pode ser de fato uma sombra ou até tomar a vaga?
Alguns programas esportivos que assisto chegaram a cogitar um rodízio na posição, com Jandrei aparecendo mais no estadual, um torneio menos ariscado na temporada. Outra opção discutida entre os comentaristas esportivos seria colocar o ex-Santos na Copa do Brasil, com início para o Tricolor no final do mês de fevereiro diante do Campinense, na Paraíba.
Eu não acredito nessas possibilidades neste momento. Desde que comecei a entender futebol, frequentando as arquibancadas do Morumbi no início dos anos 80 ao lado de meu pai, nunca vi o São Paulo promover rodízio entre seus goleiros. Assisti Waldir Peres, Gilmar, Zetti e Rogério Ceni reinarem por décadas, sem muita alternância.
A perpetuação é uma característica da posição e as instituições contam com ‘homens de confiança’ para debaixo das traves. O caso Gilmar/Zetti foi uma (boa) exceção, com o segundo entrando no lugar do primeiro, ocasionando uma briga interna e a rápida saída do Campeão Brasileiro de 86 do clube. Eram dois titulares para uma vaga, e o ex-palmeirense Zetti estava voando nos treinamentos. Até mesmo o conservador Telê se viu obrigado a usá-lo. O resto é história.
Entretanto, pelas declarações de Rogério Ceni após o jogo diante do Ituano, com destacada apresentação de Jandrei, haverá um rodízio de goleiros neste início de temporada. Portanto, veremos mais vezes Jandrei atuando, assim como Volpi.
PS: alguns torcedores me lembraram do rodízio Waldir X Toinho.
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O ex-jogador e ídolo do São Paulo Diego Lugano foi um dos convidados do programa Resenha (ESPN) que teve como personagem principal o também ex-jogador Fábio Simplício, que atuou pelo São Paulo, Roma, Parma e Cerezo Osaka, entre outros.
Em meio a um comentário sobre as dificuldades da época de base vivida por Fábio Simplício, comparado com o momento atual da base do Tricolor, Lugano revelou uma ideia que teve quando trabalhou no São Paulo, após encerrar a sua carreira. O uruguaio disse que seria muito interessante para muitos dos jogadores de base passar por experiências menos confortáveis, como jogar uma temporada em algum pequeno clube do Nordeste ou da América do Sul, antes da estreia no profissional do São Paulo. A ideia seria dar um fortalecimento mental para os jogadores jovens expondo-lhes a dificuldades não vistas no CFA Laudo Natel e sua impecável estrutura.
Lugano disse que a ideia não foi levada adiante porque entendeu que ela seria vetada de imediato pelos empresários. A bancada do programa, formada pelos ex-jogadores Amoroso, Djalminha e o jornalista André Plihal concordaram que hoje em dia é muito mais difícil expor os atletas de base de grandes clubes a este tipo de condição de aprendizado, sem zona de conforto. Amoroso até contou a história de um de seus talentosos filhos, que desistiu do futebol por não querer levar a vida estressante do início da carreira de muitos jogadores.
A ideia de Lugano seria perfeitamente viável caso os atletas da base fossem pertencentes aos clubes de futebol. Hoje em dia as instituições tem que dançar a música conforme os agentes e empresários tocam. O mundo mudou e o futebol também.
Para finalizar, vou compartilhar uma nota interessante, dita por Lugano a mim no final do ano passado. Mesmo com um trabalho na ESPN Brasil, ele me revelou não gostar de ser chamado hoje em dia de comentarista esportivo em respeito aos jornalistas e profissionais do ramo. O uruguaio é diferenciado.
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O publicitário e jornalista Daniel Perrone é uma das maiores referências entre torcedores do São Paulo FC. Atuou por 10 anos como blogueiro do São Paulo no Globoesporte.com , integrou o programa "Fanáticos" do Esporte Interativo e foi o “cara do sofá roxo” da HBO Max, no Paulistão 2022. Atualmente administra o Blog São Paulo Sempre. Diplomado em Gestão de Clubes (SPFC/ESPM), é autor dos livros “TRI Mundial” (2010) e “MorumTRI" (2020) e do documentário COPA DO BRASIL 2023 (Prime Vídeo). Transmite a experiência dos jogos do Tricolor dentro e fora do Morumbis, mostrando os bastidores dos jogos e viagens. É sócio de uma loja de camisetas temáticas, com estampas produzidas para o torcedor são-paulino. Campanhas publicitárias, ativações de marcas e produtos nas redes sociais e blog, publieditoriais e presença em eventos. Contrate: [email protected]