Foi muito interessante a entrevista coletiva de Charles Hembert, auxiliar de Rogério Ceni, após a vitória sobre o Santos na última segunda-feira, no Morumbi. O técnico Tricolor estava suspenso por ter sido expulso na partida anterior, o empate com o Red Bull Bragantino.
Hembert disse que teve uma experiência tranquila no comando da equipe e disse que foi a “ponte” entre o treinador e os atletas, que segundo ele executaram bem a estratégia proposta para a partida.
Porém, para mim o mais interessante foi a explicação dada pelo francês para competir e dificultar o jogo santista. Hembert falou com detalhes a tática alvinegra e como o São Paulo jogou para atrapalhar o plano do adversário, coisa que o técnico dificilmente explica (por motivos óbvios) em suas entrevistas.
“A gente já tinha estudado que eles jogavam com variação tática de 4-2-4, e na primeira rodada do Brasileirão, contra o Fluminense, com um losango no meio. E hoje estava assim, e tínhamos treinado. O losango é um sistema interessante, mas sem a bola quando não é muito trabalhado, repetido, ele oferece dificuldade nas viradas. Eles tinham jogado uma vez só, então sabíamos que eles não tinham o controle desse sistema. A gente tentou explorar ao máximo as viradas de jogo.” – explicou o auxiliar.
É a primeira vez na “Era Ceni” que a preparação tática é exposta desta maneira aos torcedores. Para quem não sabe, o Tricolor tem um setor de análise que trabalha somente os adversários. Estive no CT no sábado passado e pude conferir o setor, que é composto por dois analistas. Por motivo de segurança não acompanhamos o treino de perto, muito menos vimos o que os analistas estavam trabalhando nas telas dos computadores do setor.
Certamente o trabalho técnico dos analistas de adversário do CT da Barra Funda entregaram a Ceni e Hembert os dados táticos do adversário, que ajudaram o treinador a definir a estratégia para o clássico.
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Jogo dificílimo, gol polêmico, atuação convincente e vitória merecida no Morumbi. O São Paulo mais uma vez superou o Santos na temporada e mais uma vez mostra conexão com a sua apaixonada torcida.
Rogério não esteve no banco por ter sido expulso em Bragança, mas deu e dá gosto de ver a sua equipe sempre buscando a vitória. No primeiro tempo, superioridade Tricolor só igualada com um gol santista no último minuto de partida. Na segunda etapa, início melhor dos alvinegros mas, com a entrada de jogadores como Alisson, Luciano e o “pulo no gato” Igor Gomes recuado para dar mais ofensividade, o São Paulo melhorou e conseguiu a importante vitória num lance muito discutido pelo adversário porém, na minha visão, correto.
Que chororo hein pic.twitter.com/YDOTtaJie3
— Mayquison22🇾🇪 (@mayquison22) May 3, 2022
Lá vai a braba: os santistas até podem reclamar do lateral que láaaaaaa atrás originou o pênalti que deu a vitória para o Tricolor mas jamais podem discutir o merecimento do placar, tampouco creditar a derrota a arbitragem. O São Paulo, mesmo com o empate, sempre buscou a vitória e ela veio com a sintonia absurda desse elenco com o torcedor no Cícero Pompeu de Toledo.
Rafinha jogou demais, Calleri faz gol até de peido, Alisson entrou bem e Igor Gomes foi taticamente muito bem num São Paulo sem drible mas com muita solidariedade e intensidade. Marcas registradas dos times do MITO.
Todos de parabéns. Fundamental vitória na trilha do Brasileirão.
Notas dos personagens do jogo:
Jandrei: participação negativa no gol santista. Nota: 5,5
Rafinha: jogou o fino da bola. Não errou nenhuma matada. Nota: 8,0
Arboleda: boa atuacão, principalmente nas bolas aéreas. Nota: 6,5
Diego Costa: jogou uma barbaridade na defesa. Nota: 8,0
Wellington: um pouco abaixo do seu normal. Nota: 5,5
Colorado: má partida como primeiro volante. Parece fora de ritmo. Nota: 4,0
Rodrigo Nestor: no geral foi bem no meio-campo. Nota: 6,0
Igor Gomes: apesar de alguns erros de passe, ótima atuação, jogando no meio ou como volante, para a entrada de Luciano. Nota: 7,5
Patrick: hoje foi bem, com uma grande assistência. Nota: 7,5
Eder: muito voluntarioso mas pouco eficiente com a bola no pé. Nota: 5,5
Calleri: gol e muita luta contra os zagueiros adversários. Nota: 8,0
Alisson, Marquinhos, Luciano, Igor Vinícius e Pablo Maia: Luciano fez gol e Alisson entrou bem.
Rogério Ceni foi expulso. O Tricolor foi comandado pelo seu auxiliar, que fez boas mexidas e garantiu a vitória, com placar justo pela atuação nos noventa minutos. Nota: 8,0
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Carlos Belmonte, atual diretor de futebol do São Paulo, foi o convidado do programa Mesa Redonda da TV Gazeta, no último domingo.
Belmonte foi questionado sobre vários assuntos, principalmente, voltados à situação financeira do clube. Quando perguntado sobre salários e direitos de imagem dos atletas, o dirigente deixou claro como está o panorama:
“CLT está totalmente em dia, não temos nenhum atraso de CLT. Sobre imagem, nós sempre pagamos a imagem de fevereiro, por exemplo, em março. Porém, no caso deste ano, pagamos a imagem de fevereiro no mês de abril. Agora, nós vamos pagar a de março no mês de maio, que deveríamos ter pago em abril. Nossa expectativa é que em maio a gente consiga pagar as duas imagens (do mês de março e abril). Ou seja, temos na verdade um mês de imagem de atraso: março deveríamos ter pago em abril. Hoje, estamos no primeiro dia de maio, ou seja, estamos com um dia de atraso do mês de abril. A parcela de março, que está atrasada, nós temos a expectativa de pagar nos próximos dias.”
Para efeito de curiosidade, a maior parte do salário dos atletas vem do direito de imagem e não do acordo contratual CLT. É claro que cada atleta tem seu caso e o salário desmembrado em várias partes, mas a maioria dos jogadores, principalmente os que não vieram das categorias de base, possuem a maior parte da renda ligada ao direito de imagem.
Além de responder sobre os atrasos contratuais, Belmonte também falou de dívidas da pandemia, que ainda persistem no clube. Para quitá-las, o São Paulo pegará um empréstimo no valor de R$ 20 mi:
“E também para completar, acho que é importante falar, estou falando aqui em primeira mão, nós aprovamos no Conselho Deliberativo um empréstimo de R$ 20 mi, ele vai entrar de forma escalonada, mas esse dinheiro foi pego para pagar todo o valor da pandemia, que a gente ainda deve para os atletas. A partir de amanhã, nós já vamos utilizar uma parte para fazer o pagamento. A expectativa é que a gente chegue em dezembro sem nenhum atraso, inclusive da pandemia. De alguns atletas mais jovens, nós já quitamos, faltam os atletas mais antigos.”
Vejo que o maior problema não está no atraso dos salários, mas sim no fato do São Paulo precisar realizar empréstimos de altos valores para liquidar as dívidas. Provavelmente, os juros serão altos e se não forem bem administrados, podem gerar um débito ainda maior para o clube.
Há quem goste e quem não goste que os gestores do clube exponham situações financeiras. Em minha visão, é importante que eles concedam entrevistas e deem a cara a tapa, principalmente para nós torcedores nos ambientarmos com o que está ocorrendo no clube.
A transparência tão mencionada no discurso da campanha de Júlio Casares se faz presente em ocasiões como essa. Achei positiva a participação de Belmonte na Gazeta.
Foto por Mesa Redonda/TV Gazeta.
Escrito por Gigio Gdikian.
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No último jogo do São Paulo, contra o Jorge Wilstermann, pela Sul-Americana, Gabriel Sara sofreu uma nova lesão, no mesmo lugar que o havia tirado de nove partidas da atual temporada: o ligamento do tornozelo direito. O camisa 21 passará por cirurgia neste domingo (1).
Na Bolívia, ainda no primeiro tempo, Sara recebeu uma dura entrada do defensor boliviano, e acabou substituído por Marquinhos, pela falta de condição de jogo.
A primeira contusão do meia ocorreu ainda na fase de grupos do Paulistão, contra o Palmeiras, no Morumbi. Depois de retornar contra o Everton do Chile, também na Sul-Americana, ele volta a ficar de fora dos planos de Rogério Ceni.
Desde então, Sara só havia começado dois jogos como titular: contra o Juventude, pela Copa do Brasil e contra o Wilstermann, jogo que sofreu nova lesão.
É uma pena que um jogador se machuque, ainda mais com a importância que Sara tem para o elenco. Ele ainda não tinha correspondido positivamente nos jogos que retornou, é verdade, mas tinha e tem a capacidade de ser titular do time, quando entrar em condições de jogo.
O meia tem características imprescindíveis para a disputa de três campeonatos ao mesmo tempo: vigor físico e bom posicionamento tático. Em 2022, o jogador soma 15 partidas e apenas um gol marcado.
O Tricolor não divulgou o prazo de recuperação do atleta, mas acredita-se, segundo o ge.globo, que o meia possa perder boa parte da temporada.
Dessa forma, podemos fazer um exercício de imaginação: vamos fingir que Sara foi vendido, afinal é um jogador que tem mercado e é cotado para isso. Veremos como o time se adaptará e quais peças substituirão a perda. Sem dúvidas, depois de 15 jogos teremos a resposta se ele fará falta ou não.
Por enquanto, acho que o São Paulo sentirá a ausência.
Escrito por Giovanni Gdikian.
Foto por Rubens Chiri.
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Vitória importante fora de casa, três jogos, nove pontos e classificação encaminhada na Sul-Americana. O São Paulo fez a lição de casa em Cochabamba e poderá privilegiar o Brasileiro e a Copa do Brasil, caso se classifique antecipadamente no torneio internacional.
Apesar do placar, o jogo não foi tão tranquilo assim para o Tricolor. O Jorge Wilstermann é uma equipe muito modesta e mesmo assim criou alguma dificuldade, principalmente depois de estar atrás no placar. O São Paulo teve mais uma vez sofreu com muitos erros de passe e pouca eficiência nos arremates. Enervou o seu torcedor em muitos momentos mas conseguiu o resultado, feito obrigatório dado o nível do adversário.
O time não teve grandes destaques individuais. Foram bem Reinaldo, Igor Gomes, Léo e Marquinhos. Saíram devendo Arboleda, Luan, Luciano e Gabriel Sara sendo que o último levou uma entrada criminosa no tornozelo, motivo de sua saída prematura de campo.
Missão cumprida, com a característica do rodízio de jogadores promovido por Rogério. Agora é voltar a São Paulo e se preparar para o clássico de segunda-feira, diante do líder Santos. No Morumbi, o bicho pega!
Notas dos personagens do jogo:
Volpi: Uma grande defesa no primeiro tempo. Nota: 6,5
Igor Vinicius: Começou bem a partida mas foi caindo de produção. Nota: 5,5
Arboleda: Pênalti absolutamente desnecessário e lances estabanados. Nota: 4,5
Léo: Um erro numa esticada de bola. bem no jogo aéreo. Nota: 6,0
Reinaldo: Gol em sua especialidade, pouco avanço mas bons lançamentos. Nota: 7,5
Luan: Fora do físico e ritmo ideal. Nota: 4,5
Igor Gomes: Bom fôlego, gol e esforço tático. Nota: 7,0
Alisson: Não tão bem como em outras partidas mas bastante aplicado. Nota: 6,0
Gabriel Sara: Saiu prematuramente mas vinha fazendo um jogo muito tímido. Nota: 4,5
Luciano: Seu jogo não saiu como imaginado. Substituído. Nota: 5,0
Eder: aplicado, sofreu o pênalti do segundo gol. Nota: 6,0
Colorado, Marquinhos, Rigoni, Nestor, Rafinha: Marquinhos fez um belo gol, Rigoni perdeu um gol incrível mas foi bem na jogada do terceiro tento e os demais tiveram participação discreta.
Rogério Ceni: Rodízio bem executado e uma vitória obrigatória na Sul-Americana. Nota: 6,5
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