Qual o preço de chegar em uma Semi-Final de Copa do Brasil e na Final da Sul-Americana?
Após a eliminação na copa do Brasil pelo Flamengo o São Paulo venceu cinco dos seus sete jogos pelo Brasileirão. Após derrota na final da Sula foram três vitórias e um empate em cinco jogos.
Se pudermos colocar na balança, a sula rendeu em toda a competição US$ 6,2 milhões de dólares (cerca de R$60 milhões de reais), caso tivesse sido campeão o Tricolor receberia US$ 3 de dólares a mais. Já na CDB a premiação desde o começo até as Semis foi de R$ 19,5 de reais. Então o que valeu mais? Focar nas Copas e obter esse valor ou fazer um “Ano sabático” e se classificar sem dificuldades para a Libertadores 2023 pelo Brasileirão?
A minha visão, o erro não foi o focar em competição X ou Y e sim a mudança de rota no meio do caminho. A situação começou a mudar em junho, após classificação às quartas da Copa do Brasil, para enfrentar o América-MG.
Na época, Rogério mudou seu discurso:
– Vejo como objetivo levar o São Paulo à Libertadores, essa é minha missão. Se der para brigar por final em outras competições, legal. Eu foco no Campeonato Brasileiro, os outros são ramificações, que em determinado momento, a não ser campeão ou vice, vão ficando pelo caminho – disse Ceni, em abril.
Já em junho, após se classificar ele disse:
– Se quisermos tentar as copas, temos que abrir mão de algumas rodadas do Campeonato Brasileiro. Abrir mão no sentido de não colocar todo o time, não abrir mão de resultado. Nós vamos jogar e vamos competir, mas temos que dar um refresco para alguns jogadores estarem com energia máxima em determinados jogos que têm um espaçamento maior – afirmou Ceni após o empate com o Inter, no dia 20/07.
A pressão da torcida por títulos e até da diretoria em um ano pré-eleição fez com que Ceni alterasse completamente o seu foco e seu discurso.
Infelizmente os títulos não vieram e o prejuízo no Brasileiro só não foi maior por incompetência de adversários do que por méritos do Tricolor. Uma classificação em 8° no Brasileiro significa Pré-Libertadores, mais jogos no ano, uma pré-temporada reduzida e uma colocação no 3° ou 4° pote do sorteio.
Começar 2023 assim é sinônimo de dificuldade e com as dívidas se acumulando, será mais um ano de sofrimento para o torcedor Tricolor.
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A vitória sobre o Juventude neste último domingo em Caxias do sul marcou a 72ª partida do São Paulo na temporada.
Até agora, o Tricolor é o clube brasileiro que mais jogou em 2022. Foram 33 jogos pelo Campeonato Brasileiro, 10 partidas pela Copa do Brasil, 13 jogos pela Sul-Americana e 16 jogos pelo Campeonato Paulista. O clube chegou até a final da Sula e do Paulistão e parou na semifinal da Copa do Brasil.
Vale o comparativo com o Flamengo. Em 2022 o clube rubro-negro realizou os mesmos 33 jogos no Brasileirão, completou 10 partidas na Copa do Brasil (diferente do São Paulo, o Flamengo não jogou a fase inicial), jogou a partida única da Supercopa diante do Atlético MG), completou até então 12 partidas pela Libertadores e jogou 15 vezes no Campeonato Carioca. Até agora são 71 jogos na temporada.
Os dois clubes chegarão ao mesmo número de partidas até o final do ano pois o Flamengo, além do mesmo número de jogos que terá que cumprir junto com o São Paulo pelo Brasileiro, terá a final da Libertadores neste sábado. São Paulo e Flamengo chegarão a setenta e sete partidas na temporada.
Observando o rendimento e entendendo a diferença de qualidade dos dois elencos, nota-se a grande diferença entre o planejamento atual entre os dois clubes. Bem estruturado financeiramente e contando com a enorme receita vinda de sua torcida e de canais como o Pay per View, o Flamengo praticamente jogou com duas equipes nas copas e no nacional. Sem dinheiro para montar dois times com a mesma qualidade, São Paulo só conseguiu jogar com uma equipe B na fase de grupos da Sula.
Apesar da falta de um título, e isso é um fato a se lamentar muito nesta temporada, é notória a mobilização deste elenco, que penso não estar entre os cinco primeiros do país. Além da superação coletiva, vale ressaltar a atuação da comissão técnica ao longo do ano em relação às temporadas anteriores. E quando falo em comissão técnica, quero dizer o trabalho integrado do técnico Rogério Ceni e os setores de condicionamento e recuperação clínica física. O conjunto de fatores extra-campo também influem em uma boa ou uma ruim temporada.
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Em 2021 o São Paulo realizou 69 partidas entre o Paulistão (ganho com Crespo), Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão. Já em 2022 o Tricolor realizará 77 jogos. Sim, com a frustração de não ganhar nenhum título, porém chegando longe nos dois mata-matas que tinha pela frente. Ainda há o objetivo que resta, a Libertadores do ano que vem, e é por ela que o elenco precisa lutar até a última partida diante do Goiás, em Goiânia.
Deste modo, entendo que algumas críticas ao trabalho do futebol do Tricolor são exageradas quando nos deparamos com a qualidade geral do elenco, o número de jogos que o clube fará até o final do ano e o desempenho conquistado nos torneios mata-mata. O clube vendeu Gabriel Sara, seu melhor jogador do meio-campo, além de perder Marquinhos, um atacante de muito mais potencial que os atuais reservas.
É evidente que São Paulo não faz uma temporada digna de sua história e grandeza mas este ano, pelo menos no futebol, está longe de ser ruim ou desastroso. Apesar da boa temporada em números, é preciso evoluir muito mais para que o tricolor volte ao nível de competição de pelo menos cinco clubes a sua frente, tanto em receita como em organização e também de qualidade de elenco.
Infelizmente para nós, torcedores, este é um trabalho de médio a longo prazo, que requer atenção total nas despesas, erro quase zero nas decisões de contratações e austeridade financeira.
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Desde o início de trabalho de Rogério Ceni, o treinador tem sido categórico sobre a necessidade de um jogador de velocidade e que atue pelas pontas do campo.
Na última janela de transferências, Carlos Belmonte e Rui costa foram buscar Marcos Guilherme, em sua segunda passagem, a primeira (em 2017) com mais sucesso do que a atual.
Desde que chegou em junho atuou poucas vezes como titular, ainda não marcou e quando entra no fim da partida, também não rende!
O insucesso do jogador deve reabrir a vaga no time de Ceni, a bola da vez para 2023 deve ser Léo Pereira, que inclusive já foi consultado sobre atuar no Tricolor.
Entretanto ainda há divergências por parte dos clubes, o Atlético-GO, detentor de 60% dos direitos do atleta só aceita uma negociação em definitivo, enquanto o São Paulo deseja ter o jogador por empréstimo.
Gabriel Sá, da Jovem Pan, divulgou que o Atlético pediu 2 milhões de euros (aproximadamente 10 milhões de reais) pelo atleta de 22 anos.
Campeão Goiano no inicio do ano, o atleta atuou 62 vezes, anotou 5 gols e 6 assistências no Brasileirão.
É verdade que o drible e a velocidade chamam a atenção dos dirigentes São Paulinos, mas também enchem os olhos de outros clubes Brasileiros e até do exterior.
Basta ao São Paulino nesse momento torcer para que os clubes entrem em um acordo e que o de fato Léo seja anunciado como o primeiro reforço de 2023, para que assim, Rogério consiga ter mais essa opção de formação ofensiva.
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Rafinha deverá permanecer no São Paulo em 2023. Apesar de não atingir a meta necessária para a renovação automática (participar de 60% dos jogos do Tricolor na temporada) o lateral está muito próximo da renovação do vínculo com o clube.
Para quem conhece os bastidores do São Paulo, não é novidade. Rafinha tem um papel importante de liderança no vestiário, muitas vezes capitão dentro de campo mas sempre líder no CT.
O lateral inclusive já começou a sua qualificação para, no futuro, se tornar treinador de futebol. Em 2021 o jogador esteve ao lado de outros atletas do Grêmio (Maicon e Vitor Roque) para obter sua formação na categoria B pela CBF Academy.
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No São Paulo, Rafinha vive in loco um “estágio de luxo” onde ao lado de Rogério Ceni consegue ver as estratégias traçadas e olhar de perto a atuação do treinador, efeitos que certas atitudes causam na torcida e até o processo de montagem de um elenco competitivo, mesmo com as dificuldades financeiras que passa o clube.
O lateral falou sobre a metodologia de seu treinador para a TNT. “Ele (Rogério) entrega tudo mastigado pra gente, é tudo mais fácil, as informações, os adversários, como vai jogar, como vai fazer. Ter um treinador que vive e respira o futebol é muito mais fácil para os jogadores. Ele mesmo fala que vive intensamente do futebol e nós representamos ele porque somos os jogadores dele” – Disse Rafinha em entrevista exclusiva ao canal.
Igor Vinícius, outro atleta que divide a lateral direita com Rafinha, ainda não se consolidou como titular absoluto. Caso o veterano saia, o São Paulo deverá contar com a volta de Orejuela para compor elenco.
Deste modo, é extremamente viável para o jogador e para o São Paulo uma renovação para o ano de 2023, ambos os lados se animam com a possibilidade.
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O “Espião Estatístico” do GE.com atualizou a tabela do segundo turno do Campeonato Brasileiro após a 32ª rodada da competição e os números não mentem: o São Paulo mantem uma sofrível e regular campanha no Brasileirão desde o início do torneio de regularidade nacional.
Nada de quedas vertiginosas como ocorreram com o São Paulo de Aguirre ou Diniz. Com quinze pontos conquistados em doze jogos até então, a equipe comandada por Rogério Ceni ocupa a 12ª colocação no segundo turno, exatamente a mesma colocação atual no torneio todo.
É verdade que o Tricolor tem uma partida atrasada a cumprir e, com a vitória em cima do Coritiba na próxima quinta-feira, pode chegar a 15 pontos e pular para décimo na tabela do segundo turno e também geral, mas isso não desqualifica a sensação de perfil “meio de tabela” que este elenco possui neste ano.
É uma clara e evidente “pasmaceira de meio de tabela”.
Os motivos para a campanha discreta e sem graça na tabela desde o início da competição são diversos porém destaco a limitação tática e técnica do elenco de 2022 (fruto da falta de dinheiro em decorrência de péssimas decisões administrativas ao longo das últimas gestões), a jovialidade do treinador e os momentos pontuais em que o clube precisou mesclar no Brasileirão para avançar nos torneios mata-mata que participou no ano. Tirando a fase “nível easy” da Sula, o São Paulo nunca teve dois elencos para aguentar a temporada.
Tudo bem que o torcedor do São Paulo não passou grandes sustos ou expectativas no Brasileirão 2022, mas é claro e evidente que essa tranquilidade toda não ameniza e tampouco reflete o tamanho desta instituição e torcida.
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O publicitário e jornalista Daniel Perrone é uma das maiores referências entre torcedores do São Paulo FC. Atuou por 10 anos como blogueiro do São Paulo no Globoesporte.com , integrou o programa "Fanáticos" do Esporte Interativo e foi o “cara do sofá roxo” da HBO Max, no Paulistão 2022. Atualmente administra o Blog São Paulo Sempre. Diplomado em Gestão de Clubes (SPFC/ESPM), é autor dos livros “TRI Mundial” (2010) e “MorumTRI" (2020) e do documentário COPA DO BRASIL 2023 (Prime Vídeo). Transmite a experiência dos jogos do Tricolor dentro e fora do Morumbis, mostrando os bastidores dos jogos e viagens. É sócio de uma loja de camisetas temáticas, com estampas produzidas para o torcedor são-paulino. Campanhas publicitárias, ativações de marcas e produtos nas redes sociais e blog, publieditoriais e presença em eventos. Contrate: [email protected]
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